A determinação do sexo normalmente acontece a partir de características ligadas aos genes. No entanto existem espécies cuja determinação sexual depende em parte de fatores ambientais.
Um exemplo muito interessante pode ser citado. É o caso do molusco Crepidula fornicata, popularmente conhecido como lapa. Inicialmente constituindo-se como uma larva nadante, ela busca um local rígido e isolado de outros seres vivos, onde se fixa e evolui como uma fêmea.
Produzindo substâncias que atraem outras larvas, estas se colocam sobre a primeira desenvolvendo-se em machos. Esses por sua vez acontecem como fecundadores para a lapa que se situa debaixo.
Algum tempo mais tarde essas lapas, inicialmente “reprodutores” masculinos, se transformam em fêmeas reprodutoras, como aconteceu na geração anterior, produzindo substâncias que atraem outras larvas que se colocam acima delas e se desenvolvendo em machos, que como fecundadores ampliam a geração através das fêmeas que se encontram abaixo deles. Esses organismos podem formar pilhas com uma série de lapas, sempre umas acima das outras, sendo aquelas do “último andar” sempre lapas machos. Esse formato de desenvolvimento sexual é denominado de hermafroditismo sequencial. Cada animal pode ser tanto macho como fêmeo, mas não ao mesmo tempo. No caso da lapa o sexo é determinado ambientalmente pela posição na pilha.
Como vemos a determinação do sexo, e mais ainda, o sexo natural acontece de forma bastante característica de conformidade com a espécie.
O exemplo da lapa nos traz outras informações bastante coerentes com os avanços da ciência de hoje em relação aos humanos.
A ciência hoje confere que o Y que define um dos cromossomos do par de cromossomos sexuais do homem, XY, tende a fenecer. Assim sendo, o homem tem seus “dias” contados. No caso das lapas vemos que a tendência do sexo dominante será o fêmeo. Nas abelhas, nos “louva a Deus”, e em tantos outros animais, o macho só tem a finalidade de um acasalamento, servindo como fecundador. Muitas vezes se cita o macho como o reprodutor. Pura falta de atualização, pois em quem ocorre a reprodução, ou multiplicação celular, e daí o nascimento de um novo ser, é na fêmea. Antigamente pensava-se que o homem colocava uma “semente” na fêmea e então essa germinava dentro do ser feminino. E o nome sêmen vem de semente. Hoje, conhecemos que a célula original é constituída pela união das contribuições do macho e da fêmea, porém o desenvolvimento acontece no seio materno, desta feita é a fêmea a reprodutora ou sexo reprodutor e não o macho.