AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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domingo, 31 de outubro de 2010

A AUSTERIDADE E O ALINHAMENTO DO COMPORTAMENTO SOCIAL

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo deixou um automóvel bem conservado em uma zona pobre e conflitante de Nova York e outro igual numa zona rica e tranquila da Califórnia. Após uma semana, os pobres destruíram o automóvel, enquanto isso os abastados não tocaram no veículo.
O resultado dessa pesquisa era esperado, pois, pobre não tem nível para resguardar a propriedade alheia, principalmente, se não vigiada... Engano nosso, pois bastou os pesquisadores quebrarem um dos vidros da viatura que ficou na comunidade rica da Califórnia, para que, após uma semana, o carro também ficasse como destroços.
E agora, como imaginar o comportamento social em relação aos eventos citados? Um vidro partido num automóvel abandonado dar uma ideia de deterioração, de desprezo que quebra os códigos de convivência, como de ausência de leis, de normas. A cada novo ataque que a viatura sofre multiplica essa ideia, até que a escalada de atos, cada vez piores, torna-se incontrolável, desembocando numa violência irracional.
Em experiências posteriores, James Q. Wilson e George Kelling desenvolveram a “Teoria das Janelas Partidas”, a mesma que, de um ponto de vista criminalístico, conclui ser o delito maior nas zonas onde o descuido, a sujidade, a desordem e o maltrato são maiores. O que é coerente com o que ocorreu na pobre zona de NY, pois o descuido dos governantes aponta o desprezo pelo local.
Quando surgiram os metrôs aqui em Recife, conheci a direção maior desse novo meio de transporte que, durante uma conversa, falou da preocupação em manter o comboio sempre impecável, tratando o usuário como cliente, para evitar a depredação do mesmo. Assim cada dano, como um corte no assento, era, durante a noite, consertado, aparecendo dessa forma, no dia seguinte, como novo. Isso evitou maiores despesas na manutenção, pois jamais a violência, teve lugar, em consequência de danos repetitivos.
Como observamos essas colocações no tangível, objetos ou mobiliários, percebemos também que acontecem no imponderável, como na educação de crianças. A princípio, não se é capaz de medir os danos causados ao cérebro de um educando que convive com a impunidade, desordem e os maus tratos. O resultado ocorre na idade adulta, tornando-o delinquente.
Um pensamento a ser adotado é a vigilância incessante em cima do que pode tornar as mentes e os meios físicos decadentes. A solução para esse comportamento social não está em se punir os infratores, mas sim, tornar o conviver social com respeito ao cidadão, por meio do qual cada um cumpra seus deveres. Ninguém ama a decadência, eis o resumo de tudo.
Os governantes, fazendo seu papel na manutenção dos espaços, na execução de suas tarefas relacionadas às três grandes obrigações: saúde, educação e transporte no lado material; e, no aspecto formal, agindo com lisura, dando exemplo cidadão, e cobrando impostos compatíveis com suas realizações e a assistência social que oferecem; obterão sucesso na sua administração.
A prevenção em troca da repressão e a promoção de condições sociais de segurança devem também ser contempladas. A certeza da punição pelo malfeito deve tomar o lugar da impunidade, em qualquer segmento social, inclusive dos representantes do Estado e dos que abusam de autoridade.
Não é repressão absoluta em relação à pessoa que comete o delito, mas sim em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana. Só assim estaremos realmente construindo uma sociedade humana e capaz de responder a sua responsabilidade como constituída de seres inteligentes bastante diferentes dos outros animais.

domingo, 24 de outubro de 2010

DINHEIRO: MOCINHO OU BANDIDO?

O dinheiro é um vale para trocas. Você troca dinheiro por educação, e com educação você se torna um profissional para receber dinheiro em permuta de suas habilidades profissionais. Desenvolvendo as suas atividades no mercado de trabalho, seu ganho é trocado pela alimentação do dia a dia, pela casa própria, pelo automóvel, pelos estudos de especialização e atualização profissional e por uma série de eventos que inclui diversão, ajuda a terceiros e tantos outros bens que tornam a vida mais saudável e alegre.
Quando o dinheiro é pouco, o papel que ele representa é o de entrar como mocinho nas estradas da vida. Sua aplicação em primeiras necessidades torna-o limpo, desejado e responsável. Quando cresce de forma fácil, é bandido. Sua origem pouco divulgada, mas conhecida, passa como água entre os dedos com a mesma facilidade que chegou. Patrocina vícios e comportamentos irregulares, por isso é sujo e indesejável por pessoas de bem.
Quando o dinheiro aumenta no desenvolvimento de uma atividade produtiva, a distribuição de renda é posta. Empregos que geram ganhos diretos e indiretos facultam o desenvolvimento do município, do estado e do país. Uma população economicamente ativa realimenta a produção através de maior consumo que, por sua vez, cria concorrência em benefício dos consumidores. É o ciclo da produção e do consumo que leva à novação de produtos e serviços de conformidade com o desenvolvimento tecnológico e econômico.
Todo afortunado tem atrelado a si uma série de auxiliares que pessoalmente exercem função de apoio e serviços em troca de salários e benevolência aos seus indicados, agregando sempre parentes ao seu benfeitor. Isso aumenta, no tempo, a responsabilidade social, que significa uma inércia econômica que não cala junto a qualquer atitude que não cuide dos agregados. Esse fato tira a liberdade ou independência no comando do negócio que não pode reduzir sua produção para não causar transtornos à comunidade associada.
A multiplicidade de atividades do empresário deixa pouca sobra de tempo para o lazer e a liberdade de ir e vir sem ser incomodado por pessoas que gravitam em seu poder de ganho. A individualidade é devassada, a privacidade é destruída, tornando o viver familiar público. O dinheiro que torna possível a diversidade do conhecimento e do ver de perto outras civilizações, vai mudando o seu viver. Mas essa é a forma de acontecer, distribuindo rendas e fazendo o bem. É participar da sociedade dividindo com ela os benefícios recebidos intelectual e/ou materialmente.
A hipótese de viver como ermitão, simplesmente acumulando dinheiro pela simples vaidade de tê-lo, não leva a lugar algum. É o sovina. Aquele que sempre terá como companhia a solidão. E as vastas experiências que vêm das trocas não existirão para esse. O dinheiro vilão que acumulará através do tempo sempre será bandido. Egoísta e interesseiro envelhecerá sempre escravo de seu dinheiro vilão. Não produz, não agrega benefícios, apenas espera ser comido pelas traças.
Finalmente podemos resumir os comentários a uma colocação bem simples. A intensidade de sua vaidade pode tornar o dinheiro mocinho ou bandido. Quando ele é dirigido para o acúmulo que não produz e simplesmente acontece como cédulas ou números, a ele nenhum valor é agregado. Existindo como papel ou informação bancária, sem significado de troca, sempre será vulnerável.
No entanto, quando é redistribuído através do consumo e emprego, no trabalho de cidadãos, ele é mocinho. Para o bem da verdade, o dinheiro não é mocinho nem bandido, o seu gestor é que o faz tendencioso para o bem ou para o mal de conformidade com o que lhe é agregado em suas trocas.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

É PRECISO ENVOLVER O ALUNO NA DINÂMICA DA SALA DE AULA.

Os métodos modernos de ensino/aprendizagem não podem prescindir das bases imutáveis que contemplam a relação professor/aluno. Mesmo com o uso de laboratórios sofisticados que já trazem consigo, de forma objetiva, as necessidades da aula, não se pode esquecer que o aprenda fazendo continua sendo a melhor forma de construir e sedimentar o novo.
As exposições audiovisuais sempre terão o seu lugar, mostrando de forma mais dinâmica o conhecimento posto, assim como levando, até a sala de aula, filmes e vídeos de manuseios práticos e lugares que estarão por vir habitar, em breve, as respostas práticas dos eventos teóricos estudados. As consultas e pesquisas na internet e web vieram para ficar e jamais podemos abrir mão das mostras ali colocadas, pois nos levam ao conceito globalizado do que buscamos ou pretendemos que faça parte de nossa reserva de conhecimento, para suprir uma indagação futura.
Como desenvolver a mente do aluno para uma atitude científica que contemple a sociedade e não fazer dela uma mera depositária do conhecimento? Eis a questão que tem sido esquecida por nossos mestres, doutores e pelo próprio sistema de avaliação do aprendizado que apenas investiga o conhecimento e não a disseminação e sociabilização do mesmo.
A atitude do professor na sala de aula precisa contemplar não só a motivação que traz o novo, mas também, e principalmente, o diálogo entre o corpo discente e o mestre. Essa troca de atitude que torna o aluno participativo na aula, hoje tão atual nos programas informatizados que a cada dia buscam mais a interatividade, pouco tem acontecido nas bancas escolares.
A repressão a respostas erradas jamais deve acontecer, pois, na verdade, aquela fala pode alertar o próprio professor acerca do seu formato de expor o assunto, que levou seu discípulo ao pouco acolhimento do conceito. Paralelamente essa atitude pouco cortês inibirá seus estudantes para o diálogo vertical tão necessário nos dias de hoje.
Como professor universitário – há mais de 45 anos – lembro-me de quanto mal a censura estabelecida, no período entre 1964 e 1980, causou à relação aluno/professor, que, de certa forma, ainda invade esse espaço. Por isso é que devemos investir muito para trazer de volta o diálogo ao binômio educador/educando.
Os alunos de hoje se constituirão futuros profissionais que devem ser preparados, além de intelectualmente, também socialmente. O dar-se social não esquece o diálogo, que vende não só o profissional como também o objeto de sua profissão. Ensinar seu aluno a desenvolver uma atitude criadora enquanto expõe suas ideias é uma das funções do professor. Para tanto, a busca pela participação de seus discípulos, através de questões orais que desenvolvam a desinibição e a tranquilidade ao responder, constitui-se como uma atitude excelente dos educadores nos dias de hoje.
Dessa forma, o agente do saber deve, a cada momento, coibir a censura dos próprios colegas de sala aos vexames que, por acaso, venham a acontecer com aqueles que de forma altiva pensam em desenvolver a sua atitude junto à comunidade que ali está para aprender. Compor o diálogo, sempre necessário aos que trabalham com educação, deve perseguir os pensamentos dos professores mesmo que as questões pouco digam do momento científico.
Atualmente a escola europeia pensa seriamente em modificar a forma do ensinar, que contempla uma grande distância entre o educador e o educando. A permissão da pergunta do discípulo ao professor já é aceita hoje, pois antes o aluno teria que aguardar os assistentes para esclarecer as suas dúvidas.
Nesse particular, já estamos melhor que alguns países do primeiro mundo

domingo, 3 de outubro de 2010

ELEGENDO O TÍTULLO DE ELEITOR


Tudo pela democracia e por uma eleição livre e fiel! Dessa feita, nestas eleições devemos apresentar dois documentos: o título de eleitor e um documento oficial que tenha retrato do portador! Assim foi anunciado vários dias antes do pleito de 03 de outubro de 2010.
Como não poderia deixar de ser, a caça ao título gerou uma multidão de pessoas que não encontraram seu título de eleitor. Umas já o tinham perdido anos atrás; outras não conseguiram encontrar o documento esquecido por vários anos, durante os quais não era solicitado e a memória o perdera no tempo; e ainda aquelas que quase o tinham desaparecido, de velho, rasgado e desbotado.
Foi uma carreira imensa atrás do “mapa” desaparecido, diversos locais foram abertos com a intenção de refazer o documento perdido, esquecido e destroçado. Surgiram filas intermináveis em busca do direito de votar e reafirmar sua cidadania. Atrasos e faltas foram perdoadas nos empregos, pois o chefe tinha que colaborar com seu funcionário, carente de demonstrar sua lealdade para com a democracia.
Discussões houve nas alas democráticas junto aos que furavam as filas em busca de diminuir o tempo fora de seus afazeres, que jamais deixaram de ser cobrados pelos patrões ou pelo próprio ter que fazer.
No apagar das luzes do prazo estabelecido para a obtenção do novo título de eleitor, surge uma dúvida sobre a obrigatoriedade da apresentação do documento, pois o Supremo Tribunal Federal estaria analisando essa determinação. Quando ainda engrossavam as filas para os eleitores que buscavam a troca de seus títulos velhos, vem a notícia: “Não será mais obrigada a apresentação de dois documentos no dia da votação, apenas a identidade ou qualquer outro documento com o retrato do portador será necessário!”
E agora? Como fica o tempo perdido por nada? E os prejuízos com os gastos para ir e vir, para fazer refeições durante a permanência em filas e na redução do tempo produtor? Afora aqueles outros subjetivos, não mensuráveis, talvez muito mais danosos!
Onde estão os motivos da duplicidade dos documentos necessários à votação, agora esquecidos? Onde estão, enfim, os motivos que provocaram toda essa perda de tempo e dinheiro por algo que simplesmente feneceu antes mesmo de justificar sua própria existência?
Será que as gráficas que emitiram os novos títulos em papel de segurança, os programadores que criaram os softwares, as empresas que venderam as impressoras e computadores, enfim, todo o complexo criado para esse evento eleitoreiro indenizará os prejuízos citados aqui? E quem vai ressarcir o mau emprego dos nossos impostos que pagou o infundado?
É preciso um maior apreço ao bem público e aos cidadãos. É incrível a falta de respeito aos eleitores na época em que os políticos vão precisar de seus votos para manter seus ganhos exagerados! Um povo sem educação dar-se muito pouco valor e pensa que está recebendo favores dos políticos pela oportunidade de votarem e, assim, de estarem “exercendo a sua cidadania!”