AS MAIS LIDAS DA SEMANA

AS MAIS LIDAS DA SEMANA
AS MAIS LIDAS DA SEMANA

sábado, 30 de janeiro de 2010

AS ESPECIFICIDADES DA PSIQUE HUMANA

Costuma-se trabalhar a inclusão social em relação às pessoas que são portadoras de alguma deficiência física. Quando a necessidade de inclusão tem como particularidade uma expressão cerebral, o evento muda de figura.
Mulher, homem, psicopata, autista, inseguro, egoísta, vaidoso, orgulhoso, vigarista, assim como tantas outras psiques, são mal entendidas e repudiadas de forma radical como se não fossem pertencentes à espécie humana.
Quando falamos dessa forma, estamos comentando sobre a exacerbação dessas características e não sobre a existência das mesmas, tão comuns à humanidade e quase imprescindíveis – quando regulares – pois expressam a forma de existir do próprio ser.
A mulher com dominância excessiva e o homem com sua sexualidade bastante exposta levam o par a desencontros que poderiam ser evitados, se a sociedade não criticasse de forma radical esses comportamentos, mas redirecionasse o ataque, para educá-los, com respeito ao bem dosar dessas propriedades intrínsecas.
A aceitação de outros eventos psicológicos como normais – que existem em nosso meio, apesar de não serem regulares – levará os portadores dessas deficiências à inclusão social. Isso irá, muitas vezes, tornar o obtuso menos radical em seus sentimentos, pois sentirá dentro de si a necessidade de atenuar suas diferenças para tornar-se mais igual na sociedade e querido por ela.
Lembramos que o respeito a essas especificidades não significa a aceitação inconteste dessas características pouco comuns, mas, a oportunidade do conviver para ajudar a tornar mais perto da regularidade essas pessoas, tendo o cuidado de manter a distância que signifique segurança ao educador, e respeito às diferenças do educando.
Jamais um agente externo terá sucesso, querendo, de forma rápida, uma mudança radical na personalidade de uma pessoa. A natureza de um ser está definida nos genes, e as mudanças genéticas, hoje já comprovadas como possíveis no decorrer da própria existência, acontecem durante anos a fio e não de imediato. Por isso a esperança de, no mínimo, alterar a descendência dessas pessoas, já satisfaz o porquê da inclusão.
Características singulares, a princípio, na verdade, embutem outras tantas que poderiam ser bastante úteis à humanidade, e é com essa ideia – egoísta da sociedade – que devemos atenção a essas pessoas. Assim as tendo mais próximas, podemos obter mais colaboração.
Não é a busca pelo nivelamento cerebral, em termos de “vontade”, que nos fez escrever este texto, mas sim pelo aproveitamento maior dos conteúdos existentes nas cabeças dessas pessoas. Muitas vezes, morrendo antes de brotar, pelo próprio viver ilhado, sem a oportunidade de acontecer para todos nós.
Os animais, ditos irracionais, têm um conhecimento inato fora do comum - o instinto - é por isso que não são contemplados com a inteligência formidável dos humanos, e a diversidade dentro de uma dada espécie praticamente não existe. É essa inteligência que torna possível o novo, a cada dia, capaz de produzir, nas próximas gerações, o diferente.
É a diversidade existente em cada um de nós que forma o todo de nossa espécie. O pensamento comum jamais teria levado o homem ao progresso material e ao intelectual, hoje, existentes. Salvemos o planeta com a inclusão social que ainda só acontece no imaginário das pessoas que buscam o bem.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O QUE DIGO! NÃO O QUE FAÇO.

A maior e melhor universidade brasileira, a Universidade de São Paulo (USP), no ranking mundial, estava colocada, em 2007, no 175º lugar. Em 2008, caiu para o 196º e, finalmente, em 2009, para o 207º lugar. Isso significa que deixou de constar entre as 200 melhores universidades do mundo, segundo o jornal inglês THE TIMES.
A UNICAMP (Universidade de Campinas) e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) estão classificadas, em 2009, nos 295º e 383º lugares respectivamente. Não vamos citar outras universidades patrocinadas pelo Governo para não aumentar a decepção em relação a mais uma administração falida do MEC voltada para a educação estatal. (Fonte: Google - ranking universidades, 200 melhores do mundo)
Normalmente, quando se dispõe a ser o grande julgador do desempenho das faculdades e universidades brasileiras, é de se esperar que, pelo menos, aquelas escolas que estão sob a sua tutela, andem muito bem e melhorem sempre. Não aconteceu isso com as escolas cuja gestão é realizada pelo Governo, pois, obtiveram, a cada ano, pior classificação no ranking mundial.
O MEC vive criando programas de avaliação para as escolas superiores que contemplam, com uma melhor pontuação, aquelas de administração estatal e com notas inferiores, as de administração privada. O que é que há? Os métodos do INEP não são tão bons quanto aos apontados pelo THE TIMES? Ou são essas apurações internacionais pouco lúcidas?
Aqui, ficam as cobranças aos detentores do poder para fazerem educação, para que reformulem seus métodos, antes que a USP alcance a UFRJ nessa corrida: afastando-se do 200° lugar em busca do 400º. Quais devem ser então as sanções nesse caso? Cortar verbas até que a classificação volte àquela de 2007 ou a alguma melhor dos anos anteriores? Talvez cercear ajuda financeira não seja o ideal nem o justo! E por que os programas de ajuda financeira às escolas privadas são cortados devido a baixas notas nos ENADES da vida?
Quando dizemos que o investimento em educação deve ensejar dinheiro do mesmo tamanho, falamos da mesma necessidade de investimento, independentemente de se estar em um país, um estado ou uma cidade mais pobre. Não se pode comparar serviços de escolas-empresa com aqueles de escolas que vivem de seu próprio ganho.
O importante é toda uma equipe entender de educação. Só isso pode cobrir a necessidade de verbas, que não chegam. As escolas tradicionais que existem já há mais de 35 anos é que têm o poder de julgar ensinamentos. Essas sobreviveram a extremismos estatais, ditaduras com diversidades, inflação absurda e tudo que quase meio século é capaz de criar e destruir!
Alertamos assim ao MEC/INEP que passe a respeitar as singularidades das regiões e procure julgar as casas de ensino, levando em conta as especificidades das gestões de cada uma delas. Nem sempre o melhor aproveitamento da relação ensino/aprendizagem está nos padrões estabelecidos por números frios que mal definem o educar completo.
Educar é o poder de transmitir para gerações futuras a história da ciência que se desenvolve e cresce. E não, debaixo das determinações burocráticas e fáceis de serem cumpridas, mas no contato diário com o saber, com seus mestres, com seus discípulos e, infelizmente, com as políticas educacionais feitas por, apenas políticos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O POUCO VIRA MUITO

Estatísticas publicadas por revistas nacionais mostram que as escolas de nível superior, com mensalidades de R$400,00 (quatrocentos reais), alcançaram um crescimento entre os anos de 2004 e 2008, de 105,4%. Enquanto isso, aquelas cujas mensalidades são de R$600,00 (seiscentos reais) cresceram apenas 12,4%.
Qual o grande significado desse fato? É que existe um enorme público que pode pagar entre R$300,00 e R$400,00. Porém, R$600,00, poucos podem. Esses fatos tão simples e esperados precisam chegar aos comandantes do poder, pois eles desconhecem a tão grande ajuda de muitas escolas, cuja qualidade do ensino enseja mensalidades de R$600,00, que oferecem programas de inclusão social, através dos quais os estudantes pagam apenas 50%.
A Faculdade ESUDA, por exemplo, mantém o programa social VISE (Vestibular de Inclusão Social ESUDA) que, após avaliação das condições financeiras do estudante, concede descontos de 50% no valor da mensalidade. Tudo isso sem discriminação, esse aluno participa de todas as atividades da escola, inclusive, escolhe o horário de sua preferência para estudar.
Estamos abrindo, aqui, esse diálogo, porque conheço como os segmentos do Governo veem esses programas das escolas de administração privada. Muitos benefícios do Governo em relação a isenções fiscais deixam de ser concedidos porque o desconto com o qual a escola contempla o estudante não é de 100%.
“Por que não recebemos tal incentivo?” Questiona a escola ao auditor fiscal. – “Ora, vocês não dão 100%, ainda estão ganhando 50% com alunos que não estariam estudando aqui se não fosse o desconto!” Responde o auditor. Essa situação hipotética mostra o que se passa na educação privada.
As estatísticas afirmam que essa escola está fazendo crescer, de quatro em quatro anos, mais que o dobro, o número de seus alunos com bolsas de estudo. Isso é real, não são dados fantasiosos. Enquanto que o Governo tem uma economia significativa, pois seus custos, quando comparados aos de uma instituição particular, chegam a 10 (dez) vezes mais para escolarizar um cidadão.
A gestão do segmento educacional é bem diferente daquelas de outros serviços. Assim, não se podem tratar as Instituições de Ensino como meras empreiteiras, trabalhando em prol do Governo. A concessão dos serviços educacionais deve acontecer após a análise do currículo de seus dirigentes. Esses devem ser comprometidos com a missão do ensinar e dedicar-se com exclusividade a atividades intelectuais.
Infelizmente, as escolas superiores de hoje têm funcionado como empresas de alta lucratividade sem a menor preocupação com a pedagogia. Os donos são empresários que contratam diretores mais diligentes para gerirem suas escolas e colocam para eles objetivos principais que não passam pela boa política do educar para a tecnologia e cidadania.
Hoje, já se comprova que a falta da coibição da cola nas escolas leva o estudante, no futuro, a enganar os chefes e a mentir. São esses os resultados das pesquisas americanas do Josephson Institute of Ethics. Dessa forma, é muito importante o desenvolvimento de uma mente cidadã durante os estudos preparatórios para o mercado de trabalho. Esse é o grande valor da escola maior.

O PORQUÊ DE ENSINAR

Muitas são, ainda hoje, as pessoas que se dedicam ao magistério. O valor que se atribui, atualmente, ao mestre já deveria, há muito, ter extinguido essa profissão: a de ensinar. Posso falar sobre isso muito à vontade porque já exerço a função, não a profissão, de professor há 50 anos.
Desde os meus 15 anos, ensino por gostar de rever os meus conhecimentos e sentir-me desafiado pelas perguntas que podem vir dos alunos. É um exercício que produz adrenalina tal quais os esportes radicais. Não sei se o “vício” de ensinar produz essa sensação em todos, mas em mim, sim.
Quando falo que não considero o magistério uma profissão é porque o investimento que se faz nessa ocupação para realmente atender à prerrogativa de um bom mestre, jamais é retribuído de forma pecuniária. A humanidade, com pouca informação pré-natal, não valoriza o aprendizado que será capaz de fazê-la viver com mais dignidade e ainda permitir a ela transmitir os conhecimentos adquiridos para seus descendentes.
Lembro-me dos idos de 1963, quando participava de trote na antiga Escola de Engenharia da Universidade do Recife, hoje a Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, e fazia o papel de Reitor. Um colega veterano me entrevistava, como povo, sobre o salário absurdo recebido pelos professores catedráticos (atualmente PhDs). Naquele ano, um catedrático ganhava, na moeda da época, CR$120.000,00 contra CR$130.000,00 recebidos por um ministro de 1ª Classe. (Fonte: Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963).
Já em 1964, um catedrático ganhava CR$300.000,00 iguais aos CR$300.000,00 de um ministro de 1ª Classe. (Fonte: Lei nº 4.345, de 26 de junho de 1964). Hoje, o maior salário de um professor da Universidade Federal, incluindo a Gratificação de Estímulo à Docência (GED) e o reajuste anual, é o do Professor-titular (Doutor) com dedicação exclusiva: R$ 6.533,00. (Fonte: Jornal da Ciência #656 de 06/11/09). Já um Ministro de 1ª Classe recebe, hoje, em torno de R$25.000,00.
Analisando os dois últimos parágrafos, sentimos que hoje o achatamento salarial do professor foi de mais de 75%, ou seja, ganha menos que 25% do salário de um ministro. O pior é que foram campanhas desencadeadas pelos próprios alunos, únicos beneficiados pelos professores, que levaram o Estado a provocar essa desvalorização do professor, promovendo agora o êxodo dos mesmos das salas de aulas. (Sugestão: pesquisar os anos 60).
A busca de pessoas que possam exercer a função de professor é bastante extenuante. Ser professor é, primeiramente, gostar do desafio em relação ao saber. Essa característica é inata. Pelé no campo, Michael Jackson na dança, Cauby no canto, professor na sala de aula, e assim por diante. Não se fabricam professores, eles já nascem feitos, necessitando apenas definir a sua especialidade. E isso é garantido pelo aprendizado, justamente com um professor.
As qualificações são consequências da própria função. Não é mestrado nem doutorado que fazem o docente. Para os que fazem a educação no Brasil o importante é saber transmitir o que se sabe e não falar do que se sabe. Quantos professores ensinam e têm a certeza de que, no futuro, aprenderão com seus discípulos de hoje? Poucos, creio. É preciso que os professores olhem mais para dentro de si e avaliem se o seu trabalho atingirá a proposta da pergunta deste parágrafo.
Construir mentes de futuro, no presente, é uma tarefa que jamais se esgota no salário mensal, por maior que seja, pois pertence ao imponderável e atemporal saber.
O professor é, acima de tudo, um intelectual. Ele tem de estar atento a tudo que o rodeia e, em especial, a temas relacionados à sua especialidade de ensino. É pautado no pragmatismo, que emana da teoria, que ele fará com que seus alunos evoluam rapidamente na capacitação cerebral. O docente deve amar o que faz, ser cúmplice dos seus colegas e da instituição de ensino onde trabalha na missão de ensinar.
Muitas vezes, os alunos criticam a escola pela falta de alguma coisa (setor de esportes, mais doutores,...), sem saber que essa falta é que está dando oportunidade a outro excelente acontecer (núcleo de acessibilidade, incubadoras,...). As dúvidas de seus alunos são a razão de você ali estar. A credibilidade de suas respostas está diretamente relacionada à sua forma de agir com segurança. Não é a crítica ou desrespeito a terceiros (seu coordenador, seu diretor...) que fará com que conquiste a simpatia dos seus alunos, muito pelo contrário, essas atitudes demonstrarão insegurança.