AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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segunda-feira, 21 de junho de 2010

À ALTURA DOS AUTISTAS

É comum às pessoas ditas normais, prefiro chamá-las de regulares, impor teorias, as mais extravagantes possíveis, para justificar os “defeitos” físicos ou mentais das pessoas não regulares ou portadoras de necessidades especiais, até mesmo portadoras de especificidades. Mas, nem sempre ser diferente tem o significado de ser deficiente.
Denominamos de humanos regulares aqueles que quando comparados entre si pouco diferem substancialmente. Isto é, o pensamento e o corpo admitem o mesmo padrão de comunicação e dinâmica de movimentos. Esses pouco inovam e estão sempre adotando o existente que apresenta poucas diferenças.
As diversas habilidades pessoais dependem de uma série de fatores genéticos e adquiridos, formadores do que denominamos de fenótipo. Assim, irmãos podem ser “bem diferentes” se educados em locais díspares de cultura e geografia. Ou, se apesar de serem educados no mesmo local, forem concebidos em distintos momentos emocionais dos pais.
Quando essas habilidades são físicas e diferem bastante de seus pares, observa-se apenas o elemento faltoso ou impotente e não aquele que se sobressai e chega a exacerbar suas funções, tornando-se quase um substituto do outro. A audibilidade, por exemplo, dos cegos é um bom exemplo. Não se fala da supremacia da audição, mas da falta de visão do mesmo.
No caso de disparidade no comportamento mental, aí é que a maneira de observar torna-se mais grosseira. A pessoa é então tachada de louca ou deficiente mental, de conformidade com seu “status” social. Ninguém quer observar as mudanças para melhor, e o pior é que as agressões são pouco conscientizadas pela “vítima”; que se enquadra sem, muitas vezes, saber o porquê do tratamento diferente.
O autista é considerado um deficiente mental, simplesmente porque seus atos não são comuns às pessoas regulares. A medicina afirmava que o problema estava nos neurônios-espelho que não funcionavam direito, esses neurônios são células do cérebro ativadas quando alguém realiza uma ação ou apenas observa a mesma ação.
A revista Neuron publicou, recentemente, que o neurocientista Ilan Dinstein, do Instituto Weizmann de Rehovot (Israel), e colaboradores da Universidade de Nova York, realizando experiências com 13 autistas e 10 pessoas regulares, concluíram que, em determinados eventos sob algumas condições experimentais, os neurônios-espelho de autistas comportam-se como os neurônios de pessoas normais.
Com isso, percebe-se como são julgadas as pessoas diferentes. Estabelece-se uma causa ou motivo para a diferença e o rótulo está posto. Amanhã, descobre-se o erro praticado e fica, simplesmente, o dito pelo não dito. E quanto tempo perdeu “o diferente” com os falsos saberes?
Os autistas, por exemplo, têm suas características próprias. Seu cérebro afunila toda a sua pujança em cima de uma dada peculiaridade: música, matemática, arte, memória visual ou tantas outras especificidades dominadas pela cabeça humana. Na verdade, o corpo por inteiro se dedica àquela atividade soberana. Todas as demais funções cerebrais e corporais são amiudadas (diminuídas) em prol daquela maior que é insuperável pelas pessoas regulares.
A reeducação do autista o tornará comum. Devemos deixá-lo desenvolver-se no seu melhor e apenas auxiliá-lo nas suas dificuldades. Só assim estaremos dando oportunidade aos humanos portadores de características especiais – e não de deficiências – de se mostrarem como são, trazendo, a cada momento, o novo nos diversos segmentos dos saberes da humanidade.

A FALSA LEITURA DOS PENSAMENTOS


Em alguns programas, veiculados pela TV Globo, aparecem pesquisas científicas que acusam o progresso tecnológico de vir a permitir, em pouco tempo, a “leitura” do pensamento dos seres humanos. A colocação dessa perspectiva se baseia na imagem cerebral de pessoas que fixam seu pensamento em uma dada demanda, praticamente, igual.
Vamos inicialmente analisar o porquê da identidade das imagens. As atitudes ou pensamentos sociais frequentes como: chorar, sorrir, assim como pensar em coisas comuns à maioria das pessoas levam o sujeito a excitar determinadas áreas do cérebro. Esse fato, que condiciona maior irrigação nessas áreas cerebrais, é traduzido em figuras semelhantes.
Até aí tudo bem. Mas, a partir desses resultados, concluir que, mais cedo ou mais tarde, essas imagens nos informarão o que a pessoa está pensando, é completamente diferente. Em seguida, analisaremos a grande diferença entre o que se descobriu e o sofisma da conclusão desastrosa a que pretendem chegar os cientistas.
As imagens geradas em uma ressonância magnética colorida mostram claramente, segundo as cores, as regiões cerebrais em atividade ou excitadas. Essas áreas assim aparecem graças a uma série de atitudes ou à racionalização de eventos que ocorrem nelas. Isso não significa uma dada atitude, mas uma série de atitudes semelhantes de forma macro.
A libido, por exemplo, pode ser provocada por uma série de atitudes que nem sempre são capazes de atender a todos aqueles que são estimulados. Vários são os pontos que excitam, variam de acordo com a sexualidade das pessoas. A boca, as pernas, as mamas, para citar como exemplo, são partes do corpo feminino capazes de chamar a atenção dos homens de conformidade com a cultura de cada um.
Certamente a parte do cérebro excitada deve ser a mesma para esses homens motivados, mesmo que seja um pela boca, outro pelas pernas e assim por diante. Porém isso não significa que os pensamentos de cada uma dessas pessoas sejam iguais. Cada um teve certo enlevo e linha de atitude consequentes de formatos diferentes. As pernas levam à carícia, a boca ao beijo, mas tudo leva à excitação da libido e, como resultado, alcança-se a resposta da mesma região cerebral.
Esse exemplo grosseiro nos diz que jamais poderíamos concluir o que excitou cada uma dessas pessoas e o pensamento dela naquele momento. Imagine tudo que pode vir ao cérebro de uma pessoa em cada momento de sua vida. Essa infinidade de pensamentos jamais poderá ser detectada por terceiros. Eles pertencem ao indevassável, eis a grande sabedoria da natureza.
É necessário que, a cada dia, as notícias sejam criticadas, mesmo as ditas científicas, pois os interesses hoje são de criar a expectativa da novidade que vende, mesmo que assuste, porque pouco se tem importado com as consequências das informações dadas. O respeito à ignorância das pessoas, que não são obrigadas a conhecer tudo, infelizmente não mais existe.
Assim, consulte os especialistas. Não devemos acreditar no imponderável, mesmo que ele nos chegue por meio de instituições que gozam de certa credibilidade, pois nem sempre estão com a verdade, principalmente, quando não geram a informação, que tem de acontecer, para não ser omitida a voz que ecoa no mundo. Por mais que sejam cobertas de fantasias, que escondem a verdade.
Mais uma vez o pensar e o saber hão de se tornar vitoriosos, por mais que a verdade se esconda atrás de interesses de laboratórios que buscam ajuda de fundações que desejam o estranho, o novo, o inesperado.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

MULHER: SENSIBILIDADE, PASSIONALIDADE OU RACIONALIDADE?


A TV Globo noticiou no seu programa Fantástico de 16 de maio de 2010 que a mulher tem o caráter altamente passional, diferente do homem que é um ser bastante racional. Isso significa que o homem age sempre de forma lógica e estudada sem a violência da improvisação ou paixão.
Considerando esse fato como verdadeiro, o noticiário comenta a atitude do treinador Dunga, na convocação dos jogadores para compor a seleção, como sendo passional. Ou seja, agiu como é natural entre as mulheres, ligado ao cotidiano do passado sem dar atenção aos “craques” de hoje. Faltou o que é tão comum entre os homens: a racionalidade.
As afirmações contidas nos parágrafos anteriores carecem de revisão. Será a mulher um ser passional, isto é, sujeito a paixões? E o homem, é um ser cerebral? Vamos expor algumas características tão comuns às mulheres e aos homens e então concluir as verdades da aplicação desses conceitos.
Na minha opinião, a mulher possui maior conhecimento inato do que o homem, por isso é capaz de antever uma série de acontecimentos dentro de qualquer rotina. Isso a põe em posição de vanguarda em relação ao homem. É ela quem dá limites na educação da prole, é guardiã do lar e soberana na busca de seus direitos, e carrega consigo a honradez que a faz assumir, a cada dia, cargos de confiança como os de fiscal, gerente, supervisora etc.
A racionalidade, que vem do berço, acompanha a mulher por toda sua vida e, diferente do que se pensa, torna-a pragmática, cerebral e objetiva. Por outro lado, o homem acontece (existe) como um ser fadado a viver apaixonadamente. Com pouca racionalidade e com muito entusiasmo, à primeira vista, é incapaz de ponderar nos momentos de paixão.
O homem é concessivo com seus filhos, por mais que a mulher coloque-o para eles como forte e poderoso. Nos negócios, com outros homens, discute de forma igual e vence quem consegue encantar mais os desejos do outro. É crente das informações femininas, sendo, muitas vezes, encantado e enganado. Tem pouca autocensura, por isso é menos confiável.
A pouca informação pré-natal acompanha o homem, que luta com sua inteligência para superar as dificuldades da vida, construindo cada momento, sem a ajuda do já nascer sabendo como acontece com a mulher. Assim, ele é um apaixonado, é movido por paixões. E de onde vem esse equívoco da humanidade em achar o ser feminino mais apaixonado e o masculino mais racional?
A mulher é uma pessoa bastante sensível. É essa sensibilidade que é confundida com passionalidade. Agir por paixão é muito mais perdoável, por isso a mulher, como ser racional, prefere aceitar a pecha de apaixonada, pois a tornará menos vulnerável em relação a atitudes pessoais que possam vir a prejudicá-la.
A antevisão de fatos que estão por vir muito mostra as características da mulher como grande analista e pensadora. O fato de antecipar-se aos acontecimentos torna-a um ser capaz de lograr muito maior êxito em suas demandas do que o homem em casos semelhantes. O poder de executar múltiplas atividades reforça ainda mais as características objetivas da mente da fêmea.
O homem, por sua vez, como machão, absorve o rótulo de racional. Mas, na verdade, é um grande apaixonado e age sempre sob impulso. Assim, está sempre sujeito a invasões devastadoras advindas do sexo oposto, que se aproveita da ingenuidade desse ser crente que é o homem.
Não tendo a racionalidade das mulheres, que esperam o momento oportuno para definição, quando se encontram em encruzilhadas, ele se lança, sem titubear, em empreitadas mal sabendo a que vão. Dessa forma vive sofrendo graves consequências por suas atitudes apaixonadas.

“A ARCA DE NOÉ”


Recebi, esta semana, do meu amigo Sardinha, um e-mail falando sobre um assunto que jamais eu poderia deixar de comentar: “A arca do fim do mundo”. Sei muito bem da grande influência que a religião exerce sobre as atitudes humanas, buscando dirigir os passos da humanidade para o bem. Isso exige, muitas vezes, fantasias que ajudam a abordagem do pensamento salutar.
Incrível é constatar que cientistas do mundo todo acreditam piamente na fabulosa arca de Noé. Assim, por ser quase impossível guardar um casal de cada um dos seres vivos, animais, existentes no planeta, pela diversidade e pelo custo da manutenção do empreendimento “vivo”, resolveram guardar sementes dos seres vegetais.
Esse fato não aconteceu para manutenção ou salvação das espécies, como pensou Noé, mas para salvaguardar a necessidade de alimentação do homem, no caso de uma catástrofe mundial ou universal. Mais uma vez, o homem pensando de forma egoísta e simplória, como se o que restasse na Terra, após uma hecatombe universal, fosse ter a necessidade desses alimentos.
“A Svalbard International Seed Vault (SISV) – pesquise no Google – também conhecida como a “Arca do fim do mundo", está desenhada para guardar amostras de todas as variedades de sementes conhecidas pelo homem. A Arca de Noé das sementes foi construída em Longyearbyen, um pequeno lugarejo mineiro na ilha de Spitsbergen que pertence ao arquipélago norueguês de Svalbard, ao norte, a uns 1.000 kilômetros do Polo Norte. O lugar foi escolhido por sua estabilidade sísmica e por estar escavado em solo permanentemente gelado do território ártico (o permafrost), facilitando a conservação”.
Vejamos, então, a validade dessa construção. Inicialmente, salientamos que o custo do projeto físico e da manutenção é assustador, daria para matar a fome de muita gente no mundo todo. Vamos ainda avaliar o possível sucesso desse empreendimento, após a consumação da monstruosa e triste tormenta.
O evento que levaria o mundo a uma ruína desse porte, certamente, seria acompanhado de radiações as mais agressivas possíveis e, em consequência, uma nova Terra surgiria. Os seres vivos seriam dizimados por completo, não existiria nada que “blindasse” esses raios e os impedisse de atingir o SISV, esterilizando as sementes.
O viver, nesse novo mundo, deverá ser bastante diferenciado do atual. Quem sabe se os novos humanos não iriam se alimentar de minerais como ocorre hoje com certas bactérias que habitam os fósseis? Uma mudança radical é um fato que não acontece com parcialidade, é total e irrestrito.
Apesar do conhecimento globalizado que invade todos os povos, causa-me espécie imaginar a mesquinhez do pensamento humano. Ao invés de preocupar-se com a fome de hoje que é responsável por todas as drogas que invadem o planeta, que produzem mutações no homem e geram monstros futuros, estão criando verdadeiros mitos e desviando riquezas em busca de incertezas vendidas como fatos consumados.
As políticas de sustentabilidade do Planeta precisam ser revistas. São necessários investimentos maiores na própria humandade. Cérebros novos serão capazes de renovações incontestes. As heranças das mentes prodigiosas de hoje estão em toda parte. É preciso dar oportunidade maior às gerações que seguem.
Não adianta a tecnologia dos arranha-céus sem cuidar dos que os habitam. As necessidades atuais supridas, trarão melhores dias, com idéias advindas daqueles que cuidamos hoje, para que eles vivam e nos façam sobreviver amanhã.