AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ENVELHECER: CASTIGO, BENÇÃO OU APENAS UM EVENTO NATURAL?


Quando nós falamos sobre envelhecer, vem a nossa mente o declínio físico e, não raras vezes, até o mental. Tudo isso porque comparamos superficialmente o ser jovem com o ser maduro. Ser jovem é ser voluntarioso, destemido, é ariscar em busca de suas verdades, é progredir, é crescer física e intelectualmente. Ser maduro é saber conviver com as necessidades nefastas do físico graças à sabedoria armazenada através do tempo, é ser capaz de compreender o jovem e o novo, é ter maturidade.
Por que envelhecemos? Não é a decadência do corpo que se impõe como a busca da finitude, mas as mudanças do corpo que têm o significado da evolução. É bem conhecida a puberdade com crescimento de pelos e explosões hormonais como um preparo audacioso para a reprodução e manutenção da espécie. É o belo que surge daquele projeto recém-nascido que encheu de alegria os velhos pais, apesar do pouco encantamento ali presente na maioria das vezes.
A evolução física, tão decantada pelos poetas como em Seu corpo, Garota de Ipanema e tantas outras canções, acontece em mentes inexperientes, vaidosas, que pensam poder apalpar as nuvens. A evolução mental que descreve o viver e suas demandas, ensinando aos jovens o bom existir, reside em um corpo castigado pelas mudanças que proporcionaram a evolução dos saberes. Não existe mente sem corpo, nem corpo sem mente. O semblante se mostra como o espelho das interiorizações do ser.
As mudanças de nosso corpo procedem graças à evolução de nossos genes que, habitando os nossos cromossomos, transferem às novas gerações o aprendido hoje, que facilitará a continuidade da evolução da ciência. São as mudanças de comportamento que fazem surgir as trocas ou alternâncias intrínsecas do ser. Essas trocas ou alterações tornam novas as características da prole.
Envelhecer é a oportunidade de assistir ao desenvolvimento de suas semeaduras, é oportunizar outras vidas com o novo, cuja parte você construiu. Quem não envelhece não dá oportunidade a sua renovação com a inovação de seus genes. O cair com a velhice é uma opção de um viver mais ou menos intenso ou consequência de males preexistentes ou adquiridos, que, no entanto, deram-lhe uma forma especial de olhar a vida e produzir o diferente. E isso satisfez a sua vaidade.
Não é castigo, porque quem não finda, como o universo, envelhece como forma de renovação. Que castigo é esse que transita em mais oportunidades de alegrias e viveres diferentes? O seguir sempre igual trará sensações nunca vividas? Que tal escutar um alento que lhe orgulha de toda uma vida em prol desse reconhecimento atual? E assistir ao crescer de tantas coisas que você ajudou a construir? Castigo é o que se recebe por atitudes mal produzidas por você mesmo.
O adaptar-se a mudanças requer maturidade. A maturidade vem de exaustivas experiências vividas. E é a maturação do vivido e aprendido que nos faz descobrir os encantos do ocaso. Mas a luta será grande até lá. Assim, não é uma benção envelhecer, mas sim uma meta saber envelhecer. Dessa forma, armazenar todas as vivências para a velhice futura que, se não acontecer, nada foi perdido, constitui-se como uma boa diretriz para viver. A benção é o próprio nascer. É a força maior da manutenção da espécie que evolui.
Finalmente entregamos os pontos para o evento natural. Tudo na natureza, e porque não no universo, é dinâmico. Nada para, nada volta, sempre evolui para o novo, e esse novo assusta como todo desconhecido. Ninguém ama a decadência. Devemos nos preparar com uma vida saudável para despertar com uma velhice de qualidade. Por mais simples que seja sua vida, ela será sempre somente sua e daqueles que opinaram por lhe querer bem.
Oh! Envelhecer, eu te espero mais que antes e te desejo posto agora.

sábado, 20 de novembro de 2010

NACIONALIZAÇÃO: NEM EMPREGO “E NEM” CIÊNCIA

A globalização, hoje, é impossível não ser adotada. Tudo caminha para a interação entre as comunidades e um servir a todos torna o evento mais econômico e inclusivo. Com esse pensamento, a sociedade nordestina acha uma dádiva todas as diretrizes adotadas, atualmente, em nosso país, que contemplam toda uma nação. Puro engano.
A nacionalização dos concursos públicos, por exemplo, simplesmente tem o fito de abrir espaço para as cidades mais desenvolvidas, cujos habitantes concorrem às vagas abertas no nordeste nos diversos setores de atividades profissionais e do conhecimento e as ocupam.
Os concursos para magistério, nas escolas federais, podem aprovar candidatos de todo o país e, naturalmente, é mais fácil a aprovação dos candidatos do sudeste do que os nordestinos, para ensinarem nas escolas do norte-nordeste. Assim outras capitais, que não de nossa região, são beneficiadas com o emprego.
As indústrias abertas em Pernambuco, sem um preparo antecipado da mão-de-obra, também têm aberto espaço para o emprego de emigrantes de outros estados, que já possuem maior contingente de mão-de-obra especializada. E palmas para os projetos sem planejamento.
Poderíamos citar vários exemplos de globalização que têm sido inconsequentes graças ao querer aparecer político em setores que incluem não apenas tecnologia, mas, e principalmente, o desenvolvimento social, que vem da oportunidade de emprego e saber do povo. É um absurdo ninguém da Câmara e/ou do Senado, representantes do norte e nordeste, por exemplo, não apontar para esse equívoco que tem creditado aos povos do centro-sudeste oportunidades profissionais em detrimento do nosso povo.
A nacionalização das vagas, nas escolas superiores do Governo, também tem tirado oportunidades dos habitantes das cidades ingressarem nas universidades do lugar, pois as vagas são ocupadas por estudantes de outras cidades mais prósperas. Pessoas de Rio/São Paulo buscam Salvador/Recife que, por sua vez, buscam Feira de Santana/Caruaru, e assim por adiante. Mas isso ainda é pouco. Como piorar?
Vem o famigerado ENEM nacional. Num país continente, se quer fazer um exame nacional, com as mesmas questões, no mesmo dia, na mesma hora; só não deu para ser com os mesmos fiscais. Isso é isonomia. Que nada! Isonomia, no saber, é tratar de forma igual os assemelhados. E quem disse que povos que vivem há mais de 2000 km de distância comungam os mesmos saberes, de mesmos costumes de mesmo vocabulário, etc. etc.
Afora a diversidade citada acima, o exame é redigido por professores de uma dada cidade sem a participação de todo o contingente de professores representantes das diversas regiões do Brasil. Redação com os vícios de linguagem do lugar, com questões comuns às avaliações e aos ensinamentos dos cursinhos locais, com nenhuma preocupação em relação às especificidades das cidades onde serão aplicadas as provas.
Naturalmente o imprimir, pelo menos, de 4.000.000 (quatro milhões) de provas deve levar a equívocos na formatação da mesma que é ainda violentada na entrega aos longínquos lugares. Os preços concorrendo, a exiguidade de tempo, a confiança e a credibilidade esperadas fomentam os erros que sempre existirão, com certeza, em cada uma das edições do ENEM.
Errar é humano. Não se deve persistir no erro. Vamos deixar que o povo de cada região cuide de seus ENEMs e, dessa forma, as oportunidades de estudar em universidades de sua cidade aumente. Promova o governo outra forma de contemplar os habitantes das cidades mais desenvolvidas e não venha tirar das pessoas sua cultura, seus direitos ao aperfeiçoamento intelectual e ao emprego.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A GRANDE PEQUENA ESCOLA PRIVADA

O mundo globalizado tem seus encantos, no entanto, a perversidade torna-se abrangente produzindo prejuízos incalculáveis no tecido social produtivo. Quem não se lembra da “venda” nas esquinas suburbanas com direito à “caderneta”, onde as anotações das compras do dia a dia eram anotadas para serem pagas no final do mês? Não existe mais. Os supermercados, com seus estoques monstruosos comprados a prazo, vendem à vista com menor preço e fecham as bodegas ou “vendas”.
Não podemos esquecer que, em todos os dias, junções de bancos, empresas e indústrias acontecem, é claro, com o domínio acionário das mais fortes sobre as mais fracas. E qual a bola da vez atualmente? É a educação. Não no ensino fundamental ou médio, mas sim no superior, levando, inclusive, escolas tradicionais a fecharem suas salas do “ensino básico” para servirem ao universitário.
No Brasil, dos 873 municípios que possuem escolas de nível superior, 568 possuem escolas com menos de 2.000 alunos, num total aproximado de 900.000 alunos dos quais 82% pertencem às privadas apoucadas. Essa realidade de hoje, resultados divulgados por revistas especializadas como Linha Direta e Ensino Superior, será bem diferente amanhã.
Segundo as mesmas fontes, daqui a cinco anos só restarão 1.400 pequenas escolas e, em 2020, apenas 16 grandes grupos dominarão a área da educação superior. Interessante é anotar que nos EUA o Governo afirma que o estado é forte graças ao contingente de pequenas empresas, porque, com idéias inovadoras, criam o diferente vendável, a exemplo do micro gerado em indústrias de fundo de quintal por aposentados da NASA.
As consequências dessa globalização estão nas grandes perdas, por só construírem o igual. Não vamos nos iludir que a compra de faculdades, no Brasil, por grupos estrangeiros, fomentará o progresso do povo brasileiro. A avidez do capitalismo na produção de bens para si próprio, jamais permitirá a criação de “jogos” que interessam ao desenvolvimento sustentável do nosso país.
Quem cuidará das necessidades e especificidades da nossa evolução na educação nacional? Ninguém. Praticaremos, sim, currículos moldados nas premências daqueles que fazem a educação. Ainda mais, teremos nossa casa invadida por “alienígenas” que, nas salas de aula, buscarão convocar nossos cérebros para servirem ao seu Estado. Isso sem contar com a ocupação de vagas que faltarão aos brasileiros.
Já vi esse filme em proporções bem menores, anos atrás, quando o então Instituto de Física da UFPE, foi dominado por professores do sul. As nossas verdades pouco importavam, adotavam “cartilhas” teóricas para ensinar a essência da prática que é a ciência da Física. A matemática soberba, como erva daninha, invadia o cérebro dos estudantes e os conceitos não “cabiam” mais. A minha proposta de ensinar Física, já há mais de 30 anos, feneceu. Busquei a minha aposentadoria.
Lembro-me também de um convênio de cooperação Brasil/França, que trazia “professores” franceses, mal conhecendo o nosso idioma, sem didática alguma, para ensinar aqui, em troca de serviços às forças armadas do seu país. O curso era de semicondutores, hoje seria de chips, e utilizava apenas tecnologia e material franceses. Grosserias e relações pouco amistosas constituíram-se como o centro da relação.
Quanto ao intercâmbio ser salutar, eu não duvido. No entanto, precisamos ter um guardião zelando pelo que é nosso, sem optar pelo ganho de propinas que não deixarão de ser oferecidas em prol desses invasores e para desgraça do nosso país.

sábado, 6 de novembro de 2010

VIVA A FELICIDADE COM VOCÊ!

A felicidade não é circunstancial em relação a terceiros. Depende primordialmente do nível intelectual do cidadão e de seu poder cognitivo. O conhecimento se constitui como uma série de informações que servirão de base para comparações que elucidarão qualquer dúvida na hora de julgar-se feliz ou não. O raciocínio levará a pessoa a uma análise mais apurada dos dados oriundos de sua vivência.
Para encontrar a felicidade faz-se necessário inicialmente conceituá-la. Uma vida feliz acontece quando a maioria de seus momentos é de felicidade. Estar feliz é continuar lutando pelas mudanças possíveis e desejadas, sem jamais perder o estímulo. É amanhecer com seus objetivos bem definidos para cada dia, dia após dia.
Por outro lado, aceitar o que não se pode mudar é uma diretriz para usufruir da felicidade. Remoer o desgosto com a certeza de que não é possível transgredir o acontecido é buscar ser infeliz. Não há solução para a dor da morte de um ente querido, então temos de acolher esse fato como pertencente a nossa existência e consequentemente absorver essa demanda com a naturalidade do saber que a antecede.
A consciência permanente, buscando, em resumo, mudar o que se pode e aceitar o que não se pode mudar, constitui-se o princípio da felicidade. O homem simples vive feliz porque entende que pouco pode mudar e assim aceita os desígnios de Deus. Com sua fé, completa suas necessidades de conhecimento e cognição, é um afortunado.
O cidadão rico e poderoso vive a descobrir o que pode mudar para tornar o mundo como ele o deseja. Jamais concorda em aceitar o que não pode mudar e, a cada dia, trava uma luta insana, querendo mudar o que não pode. Avassalador, vive lutando para ser o que não será capaz de ser. Isso quando o saber e a cognição lhe faltam.
Quando citamos o saber e a cognição, falamos do poder da introspecção que alude à meditação e ao julgamento, sem paixão, do porquê dos comportamentos humanos e da natureza. É a convicção de ser existente e reprodutor da espécie, sua obra principal, junto com os outros seres vivos. Tão orgulhosos como nós mesmos.
É muito fácil ter a felicidade. Ela não tem quantitativo que se junta para, um dia, obtê-la de forma plena. Já está dentro de nós, veja o homem simples, mas a nossa sede do sempre mais do menor querer expulsa de forma bestial essa dádiva gêmea conosco. Você é feliz, você é a felicidade, desfrute-a.
Não devemos questionar a felicidade, mas sim utilizá-la. Olhe ao seu redor e saiba que você tem algo superior a todos e que todos têm algo superior a você. Descubra a felicidade que está em seu interior. Não é o meio, não é a sociedade, não são os costumes nem mesmo as pessoas que fazem você feliz.
O ambiente renova-se a cada momento, são os caprichos da natureza seguindo seu destino. Os costumes sociais renovam-se toda hora com novas tecnologias, e seus pares estão sempre pensando em si mesmos, relegando você ao segundo plano. São as verdades gritantes.
Felicidade é viver com tudo que lhe sobra, sem buscar de forma absoluta o que sobra em outros e que lhe falta. Falta porque se quer ter, não o que se precisa, o que é natural para os outros. A vaidade de ser completo invade, de quando em vez, a mente das pessoas que não se impõem aos outros nem a si mesmas.
Lutar para se ver o melhor é a mais salutar maneira de expressar a felicidade, ela vem de dentro de cada um de nós. A felicidade não se compra nem se faz, ela é sim a auto-satisfação, simplesmente está presente na mente de todos, é só deixar que ela conviva com você.