AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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terça-feira, 30 de agosto de 2011

O GENOMA HUMANO NÃO DEFINE RAÇAS

Escutei, dias atrás, um comentário durante o programa “Criança Esperança” que me levou, mais uma vez, a criticar determinadas falas populares que invocam princípios técnico-científicos de forma deturpada, ou seja, sofismando. Informava-se que foram avaliados o genoma das diversas raças humanas e a conclusão dessa pesquisa foi a não identificação, através do genoma, dessa diferença entre os seres humanos.

Com essa “novidade”, quer se dizer que não deve existir o racismo. Mas quem disse que o racismo baseia-se em algum fato que divide os homens em espécies diferentes? A afirmação jornalística quer buscar, numa verdade científica, sofismando, a negação de um fato ou conceito cujas raízes não têm nada a ver com dados genéticos.

As raças existem não por pequenas diferenças como a cor da pele ou “poder econômico” do cidadão. As raças atendem aos costumes de cada um dos segmentos da humanidade que tiveram origens de povos que, durante séculos, tornaram-se diferenciados pelo que a região da terra lhes dava em alimentação, clima, altitude, etc. Assim surgiram a raça branca, a raça asiática, a raça índia, a raça negra e tantas outras.

Não podemos, de repente, dizer que a classificação das pessoas não contempla a etnia. São essas diferenças de cultura que tornam a humanidade capaz de produzir o diferente que renova e que faz bem a todos. Devemos, sim, respeitar todas as raças, pois pertencem aos seres vivos que chamamos de humanos, fazem parte da mesma espécie e têm o mesmo genoma. Não é necessário inventar “novidades”, ou sofismas, para levar os homens a atitudes mais coerentes com a sua própria fragilidade.

Nos momentos terríveis de nossas vidas, temos que ter a certeza de podermos contar com nossos pares, pois só eles nos acolherão com o carinho esperado por nós! O sentimento maior é a qualidade comum a todos os homens, independentemente da raça, religião ou dos costumes que fazem o acontecer de um planeta sadio com a diversidade humana que quer gritar pela criação do novo a cada dia, e isso só é possível com a diversidade das características das criaturas.

A pior discriminação é a do “status social”. Quantas vezes passamos por pessoas humildes e não lhes damos um bom dia? Simplesmente ignoramos esses semelhantes por achar que eles nada têm a nos dar. Não lembramos que esses, simplesmente desafortunados, existem em grande maioria e um dia podem nos encontrar precisando de “qualquer um” que seja mais ou menos que nós.

Não deve ser essa a forma (quando necessitarmos) de convencermos os homens para adotarem atitudes mais “humanas”, mas é melhor porque transparece a verdade do egoísmo e a prepotência do ser mais inteligente da Terra. A somação dos “poderes de todos os humanos” é necessária a fim de que o planeta se prepare a cada dia para um futuro sombrio.

domingo, 21 de agosto de 2011

COMO MUDAR A MENTALIDADE DAS PESSOAS?

Muitas vezes, tenta-se criar uma ideia nova através da imposição que chega de forma abrupta. O resultado disso é a não consecução dos objetivos. O novo fenece, por isso torna-se mais difícil a implantação, mais adiante, pelos caminhos certos. A adoção de uma forma diferente de pensar ou agir, geralmente, busca o disfarce como uma forma de adequar, pouco a pouco, a ideia emergente.
Lembro-me de que as pesquisas para diminuir o ruído entre os pneus dos automóveis e a estrada fizeram diversas mudanças no trato dos pneus. Pneus sem câmeras e pneus cinturados foram adotados com esse objetivo. Entretanto para a aceitação da comunidade foi dito que os pneus sem câmara proviam um esvaziamento lento quando perfurado nas estradas, possibilitando a escolha de um local mais propício para a sua troca.
Da mesma forma, que a malha de aço dos cinturados garantia maior durabilidade por ser mais forte. O público foi se adequando aos novos preços, mais altos, em busca dos benefícios propagados pelos fabricantes. Paulatinamente foram sendo retirados do mercado os pneus não cinturados e os com câmaras. Até hoje, os grandes consumidores não conhecem os verdadeiros motivos das mudanças dos pneus, comentadas no parágrafo anterior.
Como acontecem essas “imposições” (evitar perdas auditivas por excesso de ruído nas estradas) para o bem, podem acontecer outras para vantagens de terceiros. Assim é preciso não se envolver com as novidades antes de especular a sua realidade. Quando o entorno muda, muda a relação das pessoas com o entorno e, consequentemente, essas mudam.
As tatuagens e os piercings, pouco aceitos pelas mentes mais tradicionais, foram rejeitados devido ao uso por pessoas discriminadas. Aos poucos, outro tecido social não estigmatizado começou a adotar a tatuagem e os piercings, então hoje se tornaram bastante aceitos pela sociedade. A política não invasiva é atualmente utilizada para mudar as pessoas, pois a divulgação sufocante dos meios de comunicação e outras tecnologias não atendem como forma de mudar a cabeça das pessoas.
É preciso mudar o entorno para alcançar as mudanças do pensar de cada um dos membros da sociedade. Na educação, muitas mudanças têm ocorrido em busca de uma adequação maior dos moldes nacionais àqueles dos países mais ricos e tecnologicamente bastante preparados. O uso de tecnologias emergentes sem os cuidados necessários com o entorno tem transformado essas mudanças em falácias.
Cursos superiores presenciais que adotam disciplinas “online” têm afastado seus alunos das salas de aula. Não dão atenção ao entorno e querem mudar a cabeça do estudante! Admitemos que os cursos a distância têm presentes professores pós-graduados para acompanhar as aulas virtuais, imaginem essas disciplinas sendo dadas sem um professor presente como tem ocorrido nas escolas de cursos presenciais que utilizam como parte de seus currículos essas disciplinas “online”.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A CIBERNETIZAÇÃO PROGRESSIVA E A ETERNIDADE.

A angústia de tudo terminar um dia leva a humanidade a tentar se esconder no corpo de um robô. Dessa forma, atende-se não só aos desejos da cultura cibernética ou da comunicação, mas, sobretudo, dar-se solução à doença, à morte e a todas as dificuldades ligadas ao pesado corpo. Os progressos cibernéticos vislumbram ao homem a possibilidade de guardar sua mente, que acredita não depender de seu corpo, em um aparato mecânico e “chipado” que seja capaz de dar continuidade infinita a sua vida. A verdade do poder da “criação” in vitro leva o homem a um raciocínio estendido no qual se imagina capaz de poder acontecer em “um corpo fabricado”.

Esse aparato substituível levaria sua mente ao eterno gozo terrestre, habitando novos corpos mecânicos, quando necessário. O homem seria imortal. A análise do novo viver em busca dos prazeres eternos, com tempo para desfrutar das conquistas construídas por anos a fio, conforta e tira a angústia que hoje persegue as pessoas, a perspectiva da morte. Por outro lado, temos que avaliar como a relação corpo/mente tem funcionado no que concerne aos prazeres da vida. Será que os elementos do nosso corpo físico, que nos dão a ponte entre nós e o mundo, não hão de ser “alimentados pela natureza”, consumindo os bens que “nascem da terra”?

O prazer, na realidade, é uma ocorrência mental: um corpo esfacelado terá sempre a alegria de viver se seu cérebro funcionar bem. Vejam exemplos de deficientes físicos que sempre descobrem satisfações na vida. Sendo assim, a mente do ser robotizado poderá desfrutar dos prazeres sem o “corpo cerebral”, mas até que ponto as células sobreviverão sem respeitar suas origens naturais?

Questões maiores surgirão. É verdadeira a afirmação de que nossa mente reside totalmente no cérebro? Ou estaríamos transferindo um arquivo sem seus predicados ou qualidades? A “necessidade do eterno” estaria ainda residente nesse novo formato de viver? A consciência de vida eterna manteria o homem nessa tarefa de avanços na ciência e consequente busca de maior conforto ou bem viver? Não pensariam os humanos serem vítimas de si mesmos, agora com o trabalho de produzirem como escravos para uma busca sem finitude?

Os seres ditos racionais, com o poder de sua inteligência, vivem em busca pelo amanhã, muitas vezes, preterindo o presente de forma avassaladora. Essa procura tem como finalidade alongar a vida com conforto e facilidade de consumo para seu sustento animal, o comer e o beber a cada dia! Os seres ditos irracionais escalam cada momento simplesmente em perseguição ao que lhes falta a cada segundo. Assim vivem sempre o presente sem a angústia pela chegada da morte. Eles são mais livres do que os humanos!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MENTE E CORPO, MAIOR OU NOVA IDENTIFICAÇÃO?


Sempre acreditei na dualidade mente/corpo, ou seja, que existe uma ligação entre o que você é mentalmente e o que mostra o seu “corpo físico”. Como professor, há mais de 50 anos, tenho observado muito a personalidade de meus alunos traduzida em suas aparências. São mínimos detalhes que emergem da face e do maneirismo que nos levam a essa identificação.
As influências da nossa civilização, hoje globalizada, têm levado a uma exacerbação essa identificação das pessoas consigo mesmas, através da feitura de um corpo que a identifique com o que elas assimilam de si mesmas. Os índios já fazem isso há séculos: botoque, pinturas, penas e outros apetrechos serviam para identificar uma comunidade e a hierarquia na tribo. As pinturas, as tatuagens, os piercings, as cirurgias plásticas de face, as cirurgias de mamas, os implantes de silicone nas diversas partes do corpo, tudo praticado pelas pessoas civilizadas com o objetivo de uma especificidade pessoal de forma a modificar a encarnação, antes irredutível, de si mesma.
Dantes a aparência diagnosticava a identidade intangível da pessoa, hoje simplesmente alude à exteriorização do “eu” e da forma de vida do ser, guardando a discrição dos sentimentos e da idade. Essa construção susceptível de muitas metamorfoses acolhe os desejos do indivíduo a qualquer tempo. Artesanalmente milhões de pessoas tornam-se arquitetos inventivos e incansáveis do seu próprio corpo, atendendo ao jogo e à interpretação entre o homem e o seu corpo.
Para ratificar o seu pensamento; a sua ideia; o seu modo de ser: incomum, diverso, pessoal, e único; é preciso pôr-se fora de si. É necessário multiplicar os sinais corpóreos de maneira visível a todos. Esses serão a ponte entre o ser e a comunidade que frequenta no dia a dia. Assim, a ideia passará a conquistar outras mentes sedentas de sua maior representação corpórea. A anuência hoje, pelo tecido social mais tradicional, das mudanças corpóreas artificiais, deve-se à globalização do uso do que mesmo a uma evolução mental. A aceitação dos estereótipos vem de uma consensualidade social e não do entender da mente que se faz presente em um corpo, que pouco sofre mudanças na evolução do fenótipo e cuja mente evolve a cada momento.
O design evolui para o corpo com o auxílio da tecnologia médica, tornando-se não mais uma exclusividade dos objetos inanimados. Apresente-se não apenas barbeado ou depilado, prepare-se para o novo mundo que acontece de forma mais objetiva e verdadeira, isenta de dissimulação. A avaliação das mudanças desejadas para o corpo deve passar por uma análise pessoal que vai desde a aceitação das críticas e as rejeições que possam acontecer até a imunidade pelo uso de acessórios implantados no corpo.