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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CRESCER, E NÃO, INCHAR

O desenvolvimento, na área da educação brasileira, parece-nos bastante salutar. Vemos escolas se agrupando para um melhor desenvolvimento, outras crescendo com auxílio de capital estrangeiro, outras sendo compradas por grupos financeiros internacionais e assim por adiante.
Esses acontecimentos têm tornado o ensino superior, cada vez mais, acessível ao público que vê nessas mudanças uma boa oportunidade de qualificação profissional e, como consequência, melhor oportunidade de trabalho e evolução salarial no seu emprego.
As novas técnicas de ensino, que utilizam os meios mais modernos disponíveis, têm tornado os alunos mais motivados e presentes nas salas de aula. Laboratórios modernos e o uso da informática de forma abrangente têm dado aos cursos superiores uma atualização permanente muito importante para os dias atuais e um desenvolvimento tecnológico que tem trazido mudanças a cada amanhecer.
Uma avaliação das grandes escolas de hoje vem constatando essas evoluções e vislumbra os donos dessas escolas como fortes empreendedores. A administração da escola tem sido pautada dentro dos conformes das grandes empresas, com contabilidade e demandas administrativas impecáveis e uma equipe de marketing de causar inveja, pois as verbas dedicadas à propaganda tornam-nas convincentes e de boa mídia. Essas têm preço pouco além do justo, mas dão seu recado.
As melhores estratégicas também acontecem. Os grandes grupos, paralelamente, criam escolas de graduação populares, onde as mensalidades são comparadas às do pré-escolar de escolas suburbanas. Atraindo, assim, alunos mais carentes. Tudo isso demonstra a grande visão dos empresários que comandam essas faculdades, no que concerne às atividades meio.
Por outro lado, não encontramos nas formalidades acadêmicas nada que mostre avaliações do ensino/aprendizagem da escola, ou seja, o controle da qualidade da sua atividade fim. Como indústrias pesadas, a matéria-prima, estudantes, entra por uma porta, “percorre” os diversos períodos do curso e retorna ao mercado de trabalho com um belo diploma, mas com pouco poder de construção.
Os próprios ENADEs não contemplam as especificidades do curso, mas sim, num formato genérico infame, apenas servem como forma de participação do MEC na “avaliação” da escola. Assim, em pouco tempo, cairá o valor agregado ao diploma de curso superior.
A verdade é que hoje poucos são os educadores que dirigem faculdades e universidades. Desde quando a educação tornou-se um negócio rentável para empresário, os verdadeiros abnegados por ver nascerem de seus discípulos as grandes descobertas científicas ficaram para trás. As exigências sem cabimento dos que comandam a avaliação das escolas superiores não têm dado espaço para os mestres da educação.
Não se pode gerenciar o segmento educação, tão cheio de detalhes e especificidades que exigem o sentimento, o “feeling”, para um bom desempenho, apenas olhando para números e resultados financeiros. O acompanhamento do professor em suas tarefas, a entrevista com os alunos em suas demandas, o contato corpo a corpo com a comunidade acadêmica é que vão redirecionar os caminhos da educação a cada momento. Essas são as qualidades exigidas dos diretores das escolas.
As avaliações do complexo ensino-aprendizagem não se esgotam em formulários feitos por burocratas que jamais tiveram oportunidade de acompanhar corpo a corpo o desenvolvimento desse binômio. É preciso analisar a experiência dos comandantes das escolas, não é simplesmente a contratação de especialistas em educação que tornará o ensino proveitoso.
O respeito pelo trabalho e o suprir das necessidades de seus pedagogos só podem acontecer quando o diretor tem a formação e vivência no segmento do educar.

Um comentário:

  1. moça do forte de pau amarelo18 de dezembro de 2010 às 17:22

    É,caro professor,esse negócio de administrar a educação por pessoas não especializadas e qualificadas na área demonstra muito sobre o nosso Brasil:na política, que também deveria ser levada a sério,elegeram um palhaço;nos telejornais substituem jornalistas por apresentadores celebridades,nos hospitais particulares substituem um médico presidente por um empresário capitalista...,enfim:até nosso cérebro tem sido substituído por "máquinas" e muitas vezes o sistema sai do ar e não podemos resolver coisas corriqueiras do cotidiano.E a família anda destruturada:subtitui-se o pai pela mãe ou vice-versa,ou ainda os avós pelos mesmos,forma-se no cérebro uma alienação parental e indivíduos confusos.Ainda opta-se pela reprodução independente de filhos.Nos casamentos então nem se fala,os maridos às vezes substituem suas mulheres por homens,e estas por sua vez os substituem por mulheres,ou fica tudo mix.Pode escrever o que estou dizendo,se o Brasil progredir financeiramente,vai aumentar mais ainda o número de suicídios pois a riqueza vai nos alienar ainda mais e muitos entrarão em paranóia:Quem sou eu??Quem sou eu? Para isso só tenho uma resposta:somos massas de manobra,vítimas de um sistema que degrada desde as relações familiares às relações sociais.
    E ainda,caríssimo,72,4% dos estudantes universitários brasileiros são da classe c e d,segundo IBGE.Isso resulta em impacto cultural,baixa competência no uso do lazer,este pessoal vão ao crediário comprar bens materiais ,fazer turismo,ninguém compra livros a prestação para investir na educação.O brasileiro no geral todos sabemos que querem o diploma para se "profissionalizar" e ganhar dinheiro,educar-se jamais.Até a educação foi substituída por uma "educação" própria do capitalismo.E só me resta uma pergunta,que o futuro dirá:será essa educação atual o descobrimento progressivo de nossa ignorância?
    Percebo lendo jornais que não fala-se em reforma educacional,no entanto tentam concluir reformas em diversos setores:previdênciário,judiciário,políticaetc.O sr.,professor,já reparou que estas reformas nunca chegam a uma conclusão satisfatória? Pois essas reformas e outras,todas elas estão ligadas ao nosso sistema de ensino que considero falido pois profissinaliza-se,mas jamais educa-se dentro desta cultura capitalista.É só.
    Gostei seu texto,continue nos presenteando com suas boas idéias que levam os leitores a pensarem.PENSAR ESTIMULA A CULTURA,QUEM NÃO CONSEGUE DIALOGAR É IRMÃO DA BARBÁRIE!(adoro produzir frases para-choque de caminhão,é isso aí,há-háhá!)

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