AS MAIS LIDAS DA SEMANA

AS MAIS LIDAS DA SEMANA
AS MAIS LIDAS DA SEMANA

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A EXACERBADA PAIXÃO PELOS RESTOS SOCIAIS

Sabemos que é verdade que as novelas, os filmes, as minisséries e o próprio teatro apresentam histórias que têm toda semelhança com fatos acontecidos em nossa ou outras sociedades. Nenhum grupo social vive apenas com alegrias e festas. Não poucas vezes, ocorrem os tsunamis na vida física e real assim como na imaginação, em consequência de atropelos e apelos do próprio viver.
As encenações em seus diversos modos têm como motivo principal ocupar a mente dos espectadores, levando uma mensagem de vida. Mostram um acontecer assemelhado à vida real, em um drama fantasioso, que invade o espírito dos aficionados pela arte cênica, assim como do público em geral, transmitindo-lhes uma mensagem positiva.
Acontece, no entanto, que alguns autores por si próprios ou por conveniência de seus patrocinadores, exacerbam em um determinado viés de suas histórias, sem dar tréguas a outras facetas tão verdadeiras no cotidiano.
Assassinatos, perversidades, dissimulações, traições, trapaças, soberba e tudo o mais que se possa imaginar de ruim desfilam na paisagem do conto sem algum momento de alegria, bondade e sinceridade. Até o nascer, que significa renovar-se, é acompanhado de tristeza como se quisesse dizer “esse bem tem que ser acompanhado por um mal”!
E lá se vão cem capítulos só com o triunfo do mal. Não queremos por um pouco de açúcar na realidade social, estamos afirmando que os bons momentos existem e devem ser muito mais cultuados do que os ruins! De repente, surge uma felicidade posta na personagem mais violentada da estória, porém essa personagem que encontrou a felicidade é a mais traída e perseguida durante todo o conto. Perseguida pelos que lhe querem bem e tentam desvendar os seus olhos para a visão real de sua pseudofelicidade.
As drogas, a internet em suas facetas perniciosas e o caos desfilam junto às personagens como em busca da divulgação maior dos tormentos que afligem a maior parte de nossos grupos sociais. As paixões são carregadas de incertezas e traições como se quisessem afirmar que o todo está perdido. As trapaças, as falsificações e as discórdias fazem cenário em um ambiente que não admite paz, harmonia, felicidade e alegrias duradouras.
Morrem os atores do bem deixando um vazio nas necessidades de justiça dos que assistem diariamente a esse drama. Chega o ocaso da história e os vilões continuam vitoriosos, sempre difundindo a apologia ao mal sem fim. Onde estão as lições sociais?
Não faz sentido, na última etapa do conto, vir à tona o triunfo do bem. E os que não tiveram a oportunidade desse desfecho? Nenhum respeito à contemplação do saudável acontece até então. A repulsa da sociedade por contos exacerbados de derrotas deve transparecer mais cedo ou mais tarde.
Que aqui fique o alerta àqueles que esquecem o verdadeiro papel do entretenimento e cospem na cara dos espectadores o nojo da sociedade impune! As paixões não são todas desastrosas, eis o caminho.

Um comentário:

  1. O papel social das telenovelas brasileiras é o que ainda poderia arrazoar a existência destas para amenizarem estas destrutividades e seus pastiches de piripaques convencionais do cotidiano. Temos uma população que não gosta de ler e infelizmente quando procura ler seleciona autores que nada acrescentam (vide as leituras de auto-ajuda,fantasias,medicação anestésica para o ser ver em si os males do mundo(sim,sim,sim...pensa positivo, o pensamento compulsivo é o fator determinante, quem não conhece O Segredo,a metafísica "evoluída" lei da atração;outra neurose...,se a moda pega ,ninguém mais vai ao psicólogo ou psiquiatra encarar seus demônios de frente,tomar um antidepressivo quando o bicho pega e procurar combatê-los conscientemente em sociedade através do estudo científico,ao invés disso temos preferido uma cultura letrada de auto-sugestões), ficar hipnotizados diante da realidade. Prof.Wilsom,tudo é marketing capitalista. Além dessa exarcebação dos sentimentos muito bem denunciada por Vossa Senhoria, há o inevitável :desde a revolução industrial a nossa cultura vitimou-se em todos os setores da sociedades e nas artes cênicas não é diferente. Além do padrão de comportamento instituído há a indução ao consumo do que se vê nestas novelas. Em certos sentidos não há o que se criticar a ironia argentina aos brasileiros:LOS BRASILEIROS,LOS MACAQUITOS. PROFESSOR,SEM PUXA-SAQUISMOS: SEU CONCEITO DE EQUACIONAR AS PAIXÕES DE FORMA HUMANA É BELO E ME FEZ LEMBRAR ARISTÓTELES QUE DIZIA ASSIM:JÁ QUE A ARTE PRESSUPÕE REALIDADE HÁ QUE SE PURIFICAR AS EMOÇÕES. Personagens de telenovelas muitas vezes não passam de produtos de massificação de culturas, que atacam desde a massa à elite,queremos aparentar o falso status. Se o protagonista das tramas usa marca X cai no gosto.E vamos os simples mortais comprar os Y(s) da vida que custa muito menos sem ao menos nos questionar e procurar descobrir o fator determinante de tal incógnita.
    Eu,ando por aí de pés nos chão nos meus cambitinhos finos nos pés de chinelo cuidando de meu patrão e não sou produto do meio. E vc,que tão seguro está a caminhar de seu rolex original,já parou para pensar que também faz parte de um produto do meio bestificado pela cultura massificada e não só os pobres? abç. a moça do forte.

    ResponderExcluir