A enfermeira convocada mostrava insegurança e chegou a dizer, na presença da mãe, que estava insegura acerca de onde colocaria a sonda – na abertura vaginal ou no meato uretral (abertura da uretra por onde se urina) – diante dessa situação, de pronto, a mãe pede para que o procedimento seja feito por outra pessoa que pelo menos conhecesse o que iria fazer!
Vamos observar, para maior difusão do conhecimento, que na vulva existem duas aberturas e quatro orifícios. A abertura maior é a entrada da vagina, através da qual as mulheres menstruam, têm relações sexuais e permitem o parto, quando normal. A segunda abertura é o meato uretral, por onde sai a urina. Dois orifícios ladeiam essa abertura e é através deles que a Glândula de Skene expele um líquido que evita assaduras na região interna dos pequenos lábios. Finalmente, nas laterais da abertura vaginal, dois orifícios fazem a lubrificação através das Glândulas de Bartholin. São conhecimentos primários para quem é enfermeira.
Em seguida, chega outra enfermeira que coloca a sonda no meato uretral da criancinha e ao retirá-la tem mostra de sangue. O resultado faz o médico indicar de pronto uma internação, pois o caso é bastante grave e merece bastante cuidado. A mãe da recém-nascida fica insegura a respeito do diagnóstico, dá uma desculpa qualquer e evade-se do local com a promessa de retornar no dia seguinte. O espírito materno faz com que a bebê seja agora levada a outra clínica, no caso o Imip (Instituto Materno Infantil de Pernambuco), para outra avaliação.
Chegando ao novo centro médico, a criançinha é reexaminada e os médicos afirmam não existir qualquer mal na criança, desde que nenhum dano maior possa ter ocorrido com a introdução da sonda uretral na menininha de quatro dias de nascida. Isso posto a mãe indaga o que poderia ter sido aquele sinal de sangue provocador de todos os eventos naquele dia?
O médico explica, então, que os recém-nascidos, muitas vezes, por uma questão hormonal secretam leite e/ou menstruam! Esse fato ocorre em quase cinquenta por cento dos bebês! Vejam quanta ignorância no primeiro atendimento quando se diagnosticou como um grande mal um evento quase comum.
Eis a questão: Como andam o conhecimento e a responsabilidade médica em nossa cidade? Muitas vagas para as Universidades, particularmente as Federais, são superprotegidas pelo Governo que não se cansa de dar boas notas para esconder a realidade que vemos no dia a dia! A pouca prática exigida daqueles que vão atuar com a vida dos seres humanos tem dado resultados catastróficos na atividade profissional. Lembro que, numa colação de Medicina, o paraninfo retrucou em seu discurso: “... vão à prática com seus pacientes para aprender o que não conseguimos ensinar no curso médico...”. Isso é um absurdo!
Quando, no mercado de trabalho, teremos que, no dia a dia, crescer no nosso segmento sem atropelar com a ganância do enriquecer depressa, que transforma o ser humano num robô sem perfeição. O estudo regular é que nos projetará dentro da nossa atividade profissional com responsabilidade.
Essa ignorância, Barretto, é muito mais comum do que se pensa. seu artigo está ótimo!
ResponderExcluirQue coisa! Coitada dessa menininha. Será que se fosse a filhinha desse médico que a atendeu primeiramente ele teria agido precipitadamente ou analisaria melhor o caso?
ResponderExcluirIndiscutível que tem que se estudar mais. Mas o estresse a que são submetidos esses profissionais no dia-dia também os deixam dementes! Déficit de atenção até em operações, esquecem dentro do corpo humano instrumentos cirúrgicos. Nossos médicos além de incompetentes estão estressados, doentes, Barretto, só pode ser...status quo do sistema a que todos estão submetidos em todas as áreas para sobreviverem financeiramente. mdofte.E qualquer gripezinha,danam antibióticos.Horror! Não é à toa que muitos idosos desinformados desconfiavam da vacina da gripe no começo.Pensavam tratar-se de algo para matá-los mais rápido. Porque nossos médicos nos cuidam tão desatenciosamente que quando tem algo que é para nosso bem a gente até desconfia...
parabéns a matéria é riquissima, gostaria que tudo isso fosse apenas uma ficção, mas que pena, é fato. infelizmente as universidades não tem preparado profissinais qualificados, independente de sua área de atuação e se tratando de vidas, existem inumeros intens que deve ser analizado com bastante cuidado a começar pelo amor e respeito ao proxímo.
ResponderExcluirAlexsandro Tavares.
Excelente texto! Suscita maiores questionamentos sobre a falta de preparo desses profissionais e o completo descaso que os mesmos apresentam diante dos seus pacientes. Muitos quando olham para os mesmos enxergam apenas uma cifra ou uma cobaia que vai lhes servir de alguma forma.
ResponderExcluirSeria interessante que esses profissionais atuassem com mais respeito e dignidade.
Palavras sábias.
ResponderExcluirÉ sempre muito bom poder entrar aqui e obter informações precisas.
Paula Paiva