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domingo, 22 de maio de 2011

A RESPONSABILIDADE DE DESEDUCAR A NOSSA SOCIEDADE


Os desencontros que têm acontecido entre os conceitos do MEC e os verdadeiros princípios da educação formal tornam sem credibilidade outras determinações oriundas do mesmo, como os modelos das avaliações de escolas em seus diversos níveis, principalmente, as do superior. Esse comentário se deve à adoção, pelo MEC, para as escolas “públicas”, do livro “Por uma vida melhor”, de Heloisa Cerri Ramos, onde os erros de gramática não são considerados como construções certas ou erradas, mas sim, adequadas ou inadequadas. O Jornal Nacional, da rede Globo, no dia 13 de maio de 2011, deu-nos os subsídios para os comentários aqui colocados.
A sociedade não aguenta mais essa sordidez vinda de pessoas esclarecidas. Heloisa Cerri Ramos tenta tapar o sol com uma peneira querendo adequar, através de jogo de palavras, conceitos inadequados à educação formal. O pior é o MEC defender a adoção do livro dizendo: “é preciso se livrar do mito que só existe uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala”; paralelamente informa que, em seus exames, será cobrada a escrita “adequada”. Por que não dizer, certa! Isso insinua a adoção do livro por forças ocultas, e não por coerência no saber.
E a defesa em prol da adoção do livro transborda na escola com a seguinte afirmação do MEC: “A escola deve propiciar aos alunos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas” – aí se instala a confusão entre o respeito às pessoas e o respeito ao idioma. É claro que não se deve fazer chacota com as pessoas que falam “errado”. Não devemos alimentar “bullings”, mas não podemos deixar de corrigir os “vícios” de linguagem, a escola é o lugar certo para isso e tem carta branca para fecundar o saber sem constranger, é essa a sua função, queira ou não a sociedade.
Finalmente o apelo dramático do MEC: “Dessa forma, os alunos terão segurança para expressar a “sua voz”. E os alunos só irão falar dentro da escola? E quando em entrevistas e exames de concursos públicos? Será cobrada a forma inadequada? Ou a certa, como o próprio MEC aludiu? Onde será adotada a forma inadequada de comunicação? Apenas nas escolas? Lá é o lugar onde jamais se deve admitir o uso “errado” do nosso idioma. Todos os conhecimentos científicos são transmitidos através do “diálogo” falado ou escrito, e como se fazer entender sem conhecer as regras maiores da comunicação, cuja falta, muitas vezes até o “esquecimento” de uma vírgula, atropela o bom entender?
A doutora em sociolinguística, Raquel Dettoni, não concorda com o formato do enfoque para justificar a adoção do livro. Acho que não podemos deixar conhecimentos construídos em horas e mais horas de estudo e pesquisa agravados com falsos conceitos emanados por pessoas que, para aparecerem, são capazes de destruir os saberes verdadeiros com sofismas que nada constroem de positivo. Espero que o MEC volte atrás, pois a vaidade de não errar só é válida quando os prejuízos são pequenos. Ademais as opiniões do MEC foram inominadas, assim não comprometeu ninguém!

Um comentário:

  1. Isso mesmo...'agente' só 'veve'escrevendo errado... o problema não está em falar pobrema ou poblema .Problema maior é que ACEITAR A GRAFIA INFORMAL REVELA UM PROBLEMA DE EXCLUSÃO SOCIAL. A falta de oportunidade de acesso a uma educação igualitária e de qualidade para todos certamente vai favorecer uns em detrimento de outros, como o sr. relatou na prática não funciona assim, prevalece a linguagem formal .O "buyling" no caso não há...como haver preconceito linguístico da parte de quem crítica isto como o sr., quando na verdade temos professores ruins que falam e ensinam errado no Brasil e precisam ser demitidos pois prejudicam os mais pobres? Se depois disso A,B e C aprenderam a grafia correta e mesmo assim queiram falar os antiestéticos pobrema ou poblema podem ser vários os fatores: sotaque regional,falhas no aparelho fonoaudiológico(ex.dicção), ou até mero cacoete e etc. Então deixemos estes, que fiquem à vontade... mas do Estado não devemos aceitar omissos esta política de exclusão e ainda por cima para atender terceiros setores, marketing e publicidade que estão lucrando muito com vários congressos, palestras e livrecos loucos que defendem uma tese descabível e desrespeitosa do ponto de vista sociológico, não há dinamismo linguítico nenhum nisso. Até eu que por vezes tropeço na grafia estou envergonhada: CASA VERDE NELES!
    Por favor..., que pecado, desrespeitaram a "última flor do Lácio"...
    ab, Dr.Wilson,
    mdfte

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