A sociedade não aguenta mais essa sordidez vinda de pessoas esclarecidas. Heloisa Cerri Ramos tenta tapar o sol com uma peneira querendo adequar, através de jogo de palavras, conceitos inadequados à educação formal. O pior é o MEC defender a adoção do livro dizendo: “é preciso se livrar do mito que só existe uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala”; paralelamente informa que, em seus exames, será cobrada a escrita “adequada”. Por que não dizer, certa! Isso insinua a adoção do livro por forças ocultas, e não por coerência no saber.
E a defesa em prol da adoção do livro transborda na escola com a seguinte afirmação do MEC: “A escola deve propiciar aos alunos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas” – aí se instala a confusão entre o respeito às pessoas e o respeito ao idioma. É claro que não se deve fazer chacota com as pessoas que falam “errado”. Não devemos alimentar “bullings”, mas não podemos deixar de corrigir os “vícios” de linguagem, a escola é o lugar certo para isso e tem carta branca para fecundar o saber sem constranger, é essa a sua função, queira ou não a sociedade.
Finalmente o apelo dramático do MEC: “Dessa forma, os alunos terão segurança para expressar a “sua voz”. E os alunos só irão falar dentro da escola? E quando em entrevistas e exames de concursos públicos? Será cobrada a forma inadequada? Ou a certa, como o próprio MEC aludiu? Onde será adotada a forma inadequada de comunicação? Apenas nas escolas? Lá é o lugar onde jamais se deve admitir o uso “errado” do nosso idioma. Todos os conhecimentos científicos são transmitidos através do “diálogo” falado ou escrito, e como se fazer entender sem conhecer as regras maiores da comunicação, cuja falta, muitas vezes até o “esquecimento” de uma vírgula, atropela o bom entender?
A doutora em sociolinguística, Raquel Dettoni, não concorda com o formato do enfoque para justificar a adoção do livro. Acho que não podemos deixar conhecimentos construídos em horas e mais horas de estudo e pesquisa agravados com falsos conceitos emanados por pessoas que, para aparecerem, são capazes de destruir os saberes verdadeiros com sofismas que nada constroem de positivo. Espero que o MEC volte atrás, pois a vaidade de não errar só é válida quando os prejuízos são pequenos. Ademais as opiniões do MEC foram inominadas, assim não comprometeu ninguém!
Isso mesmo...'agente' só 'veve'escrevendo errado... o problema não está em falar pobrema ou poblema .Problema maior é que ACEITAR A GRAFIA INFORMAL REVELA UM PROBLEMA DE EXCLUSÃO SOCIAL. A falta de oportunidade de acesso a uma educação igualitária e de qualidade para todos certamente vai favorecer uns em detrimento de outros, como o sr. relatou na prática não funciona assim, prevalece a linguagem formal .O "buyling" no caso não há...como haver preconceito linguístico da parte de quem crítica isto como o sr., quando na verdade temos professores ruins que falam e ensinam errado no Brasil e precisam ser demitidos pois prejudicam os mais pobres? Se depois disso A,B e C aprenderam a grafia correta e mesmo assim queiram falar os antiestéticos pobrema ou poblema podem ser vários os fatores: sotaque regional,falhas no aparelho fonoaudiológico(ex.dicção), ou até mero cacoete e etc. Então deixemos estes, que fiquem à vontade... mas do Estado não devemos aceitar omissos esta política de exclusão e ainda por cima para atender terceiros setores, marketing e publicidade que estão lucrando muito com vários congressos, palestras e livrecos loucos que defendem uma tese descabível e desrespeitosa do ponto de vista sociológico, não há dinamismo linguítico nenhum nisso. Até eu que por vezes tropeço na grafia estou envergonhada: CASA VERDE NELES!
ResponderExcluirPor favor..., que pecado, desrespeitaram a "última flor do Lácio"...
ab, Dr.Wilson,
mdfte