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sexta-feira, 13 de maio de 2011

MUDANDO A ROTINA OU ADESTRANDO O POUCO USUAL?



Assistindo a um programa de TV sobre o viver melhor com exercícios, observei o incentivo ao uso de nossas habilidades físicas de forma mais globalizada. Se você é destro experimente ser canhoto e desenvolva seu lado esquerdo para conseguir assemelhá-lo ao direito. Costuma-se dispor, na mesa de trabalho, os utensílios de determinada forma, troque as posições e tente adaptar-se à troca. Nosso cérebro logo se adapta às mudanças, porém os movimentos emergentes necessitam de um treinamento maior para se acostumar ao novo. Será realmente válida essa múltipla funcionalidade de nossos músculos?
A ciência nos diz que nosso cérebro é dividido em dois hemisférios, dos quais um cuida das ações objetivas e cartesianas, enquanto o outro alude aos aspectos sensoriais e artísticos. Assim o canhoto tem o lóbulo direito desenvolvido para a ação pragmática, enquanto, no destro, essa ação é competência do lóbulo esquerdo.
A natureza constitui o corpo humano dotado das diversas características capazes de dar funcionalidade a todo o caudal de necessidades do bem viver. Quando tentamos redirecionar a função de qualquer uma das partes constituintes de nosso corpo, certamente outras serão prejudicadas. Muitas pessoas que se dedicam ao uso exacerbado do físico sacrificam a cognição. Cientistas que cuidam mal de seu físico amargam dores musculares na velhice.
O autista, por exemplo, tem características bem marcantes e a maioria deles têm exacerbado ou aguçado um dos sentidos. Pode apresentar uma memória visual que permite olhar de forma panorâmica uma cidade e depois conseguir desenhá-la com todos os detalhes de uma foto; uma memória auditiva musical que o faz tocar no piano, por exemplo, a melodia escutada uma única vez; uma habilidade matemática que faz inveja a qualquer estudioso da matéria, pois o domínio na área é espantoso; ou habilidade nas artes, de um modo geral, os que nascem com essa aptidão são incomparáveis.
Paralelamente a essa sintonia espantosa em um dado segmento dos conhecimentos ou das propriedades humanas, surge o êxodo de tantas outras habilidades que incluem a higiene pessoal, o comer, o beber e a sociabilidade que devem ser acompanhados para acontecerem junto aos autistas.
Segundo relatos de pessoas que reeducam os autistas para as atividades do cotidiano, quando o progresso nesse particular é atingido, nota-se uma redução nas referências de destaque que existiam anteriormente. Daí se deve pensar duas vezes para ingerir no comportamento do autista.
Após essas colocações, não ficamos muito seguros em treinar a dualidade das destrezas humanas. Será que o ambidestro tem a mesma desenvoltura que o destro ou o esquerdo regular em suas atividades? Ou a multiplicidade da desenvoltura não arrefece essas características específicas?
Muita cautela para as “novidades” criadas por conceitos modernos que não foram contemplados com a vivência no decorrer do tempo ou são pouco científicos.

Um comentário:

  1. Que aula! Por isso que não gosto de estudar, só gosto de ler...
    Depois de ler tudo isto me pergunto: Será, Barretto, que testes de quociente de inteligência(qi=idade mental/idade cronológica x 100)é um fator determinantemente seguro para se medir índice de inteligência? Inclusive o sr. já debruçou-se aqui sobre o tema inteligência... Pois é...devemos ter cuidado não apenas com as "verdades" divulgadas pela mídia. Também há verdades científicas que encontram-se atualmente em estágios ultrapassados. A vida é muito mais ampla do que a gente imagina, quando pensamos que sabemos tudo é exatamente quando começamos a saber de nada... Interessante seu texto. mdfte

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