Poucos observam os comportamentos dos seres vivos e comparam com o nosso. Talvez ditos sociais e crenças sejam responsáveis por essa dicotomia que se faz entre os seres vivos de um modo geral e os humanos.
Vamos analisar um evento muito simples. A acácia, (Acácia – Combretum – Grévia - gênero Acacia spp.) uma das árvores mais frequentes nas savanas africanas, serve como alimento para as girafas. Suas folhas e especialmente suas flores são consumidas com avidez. Esse fato levaria a árvore à decadência, com sua morte, ou solução de continuidade de sua espécie, por falta de frutos.
Como então sobrevivem as acácias? São pelo menos três as providências tomadas pelo vegetal. Primeira, na floração faz crescer seus espinhos como tentativa de evitar a depredação pela girafa. Essa, no entanto, com língua comprida e pele grossa, consegue comer, e não devorar, a floração. Outro formato de preservação é dopar sua folhagem com excesso de tanino, tornando desagradável o sabor e tóxico o consumo, no entanto, o animal cria uma baba com antídoto para essa toxina não sacrificando tanto seu estômago. E por fim, a acácia cria, em seus troncos, grutas para abrigar formigas venenosas que atacam as narinas das girafas durante a investida das mesmas no intuito de alimentar-se do vegetal. Antídotos, por sua vez, são produzidos pelo herbívoro evitando uma intoxicação fatal.
A que conclusão chegamos desta história aqui posta? Muito simples. Aprendemos que dois seres vivos “inferiores”, um animal e um vegetal, conseguem, com o domínio do que lhes dispõe o seu corpo, defender-se de predadores. Por que, então, os humanos não podem agir assim, livrando-se de seus predadores microscópicos como bactérias, vírus, e até vermes?
Duas colocações podem ser feitas. Inicialmente nossa capacidade de gerenciar esse combate tem sido prejudicada pela nossa alimentação ou por outros costumes que não têm produzido as enzimas de defesa obrigatórias às transformações de nossos agentes de imunidade, ou pela inteligência, que supera nosso conhecimento inato, e tem coibido esse poder que exacerba nos seres “inferiores”.
Talvez a introspecção regular leve, algum dia, o homem a um domínio maior sobre seu corpo, fazendo-o produzir os elementos necessários à superação das diversas doenças que afligem a humanidade.