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sábado, 21 de setembro de 2013

UNIVERSIDADE DOS RICOS


      A propósito do tema em moda, que fala sobre "Universidades estatais para carentes e que os alunos abastados paguem", os articulistas têm imaginado soluções fantásticas de como cobrar dos alunos que "podem". Os comentários têm sido os mais diversos possíveis e com soluções complicadíssimas.
     Inicialmente devemos pesquisar o porquê dessa inversão: ricos nas universidades federais ou estatais e pobres, em sua maioria, nas instituições privadas. As universidades federais são agraciadas com avaliações que contemplam exclusivamente o formato das mesmas. Ensino, pesquisa e extensão, base das universidades, são exigidos das Instituições de Ensino Superior (IES) de administração particular como se universidades fossem. Daí as avaliações das instituições privadas com escore baixo.
     As "Federais" são propagadas pelo governo como universidades muito boas e as "particulares" como segundo escalão. Além disso, os Ministros da Educação, dos últimos governos, em épocas de vestibular, vão às televisões propagar os resultados dos “provões e ENADEs”, sempre alertando a sociedade para matricular seus filhos em escolas com alto índice de aproveitamento definido nesses exames passionais, onde as federais sempre são contempladas com bons lugares no ranking das melhores instituições de ensino. Esse resultado faz com que os pais invistam em seus filhos com cursinhos, os melhores possíveis, e, em consequência, as universidades públicas aprovam os vestibulandos que têm mais recursos, não sobrando vagas para os alunos carentes, que não podem pagar esses cursinhos.
     Assim, os estudantes menos abastados e com menor conhecimento passam a lotar as IES particulares. As escolas estatais, recebendo alunos com melhor nível de conhecimento, realimentarão o mito de que as escolas do governo preparam melhor os seus alunos. Agora com o evento das cotas, certamente, em pouco tempo, as federais deixarão de agregar só alunos abastados e, em consequência, os alunos formados não mais serão os melhores preparados, pois o regime de cotas deixa de lado a meritocracia e dá lugar ao popularismo do nível universitário, como se o diploma universitário fosse necessário para se obter sucesso no mercado de trabalho. Adiante-se que hoje os diplomados em cursos técnicos têm sido mais bem remunerados no mercado do que os que terminam cursos universitários.
      Para diminuir essa avalanche de estudantes, com posse, para as federais, é necessário que o governo melhore a relação com as instituições privadas, dando-lhes o conceito merecido e propagando a parceria dessas instituições que ajudam ao governo no cumprir de suas obrigações.
      O passo seguinte é dar o mesmo tratamento às faculdades estatais e particulares, ou seja: nas federais terão bolsa quem  for aprovado no ProUni ou FIES, tal qual acontece para os alunos carentes nas instituições particulares. 

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