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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

ENADE, MAIS DINHEIRO PARA O RALO


            No início do mês de outubro, saiu, de forma aparentemente restrita às escolas superiores que tiveram cursos “avaliados” pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), o resultado quantitativo do ENADE que varia de 1 a 5 pontos. Esse exame confere o desempenho do estudante, como o próprio nome diz, e não o desempenho da escola. Fator psicológico, ânimo, compromissos com o trabalho, problemas de poder aquisitivo e outros eventos próprios do viver alteram, para mais ou para menos, a desenvoltura do estudante ao responder a esse exame. As Universidades Federais, com estudantes abastados que não trabalham, e cuja ocupação e preocupação restringem-se ao estudar, terão melhor desempenho do que os alunos das IES (Instituições de Ensino Superior) particulares. Esses normalmente trabalham, estudam à noite, sustentam a família, estão fora da faixa etária e vêm de um ensino básico precário, poucas chances têm de nivelar-se aos estudantes das federais.
            Levando-se em conta tudo isso, concluímos que por mais que as IES  particulares se esforcem, elas jamais poderão mudar o desempenho de seus estudantes. Principalmente as menores que sempre recebem os alunos mais “fracos” que sobraram dos vestibulares das diversas escolas que, com a força da propaganda ostensiva, fizeram valer o seu poder econômico junto àquelas menos poderosas ou não mercantis.  
            Sem levar em conta todo esse complexo que mexe com os resultados do ENADE, mais uma vez o MEC, de forma astuciosa, vem divulgar os percentuais  de conceito insatisfatório atingido pelas IES privadas juntamente aos mesmos índices das federais. Esses resultados capciosos simplesmente tendem a derrubar as IES particulares e soerguer as federais. Além do mais, soma-se aos maus resultados a correção pouco transparente dos exames, vejam, por exemplo, os resultados questionados dos ENEMs.
            Tudo isso posto, ainda resta o fato de que o ENADE traz um questionário socioeconômico, misturando na avaliação, questões técnicas/científicas com outras sobre a escola, essas últimas com critérios de acerto pouco cuidados. Sem o menor zelo em esclarecer esses pontos, os resultados são publicados para o público no início de dezembro, época dos vestibulares gerais, como que estigmatizando as escolas com resultado ENADE baixo, levando o aluno pouco esclarecido a culpar a escola pelo mau desempenho de seus alunos e não as preferindo. Lembramos ainda que não existe, por parte do Governo, o menor incentivo para que o aluno invista mais nesse exame que não diz para que veio.

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