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domingo, 9 de março de 2014

A SUPERPROTEÇÃO LEVA À INCOMPETÊNCIA


     A cada dia, causa-nos espécie, como nossos representantes, na Câmara e no Senado, agem na formatação de Leis sem cabimento, por não conhecerem o que desejariam atingir e pura ignorância de regras ou legislação pertinentes com seus projetos. É o caso do deputado Mandetta (DEM-MS), cujo projeto de lei obriga as IES (Instituições de Ensino Superior) a garantirem vagas de estágio para os seus alunos sempre que o currículo exigir estágio obrigatório.
Segundo o autor do projeto, as IES exigem estágio, mas deixam para os estudantes a tarefa de conseguir uma vaga. E continua dizendo que isso demonstra o descompromisso das instituições em garantir a complementação da formação de seus alunos.
    Na verdade, quem exige o estágio curricular não é a IES nem tão pouco o currículo específico da escola, mas sim as diretrizes do Curso, definidas pelo Ministério da Educação. No caso, todas as escolas têm que exigir esse estágio, e não, uma em particular. O compromisso da instituição de ensino é manter convênio com diversas instituições e empresas que dispõem de um dado número de vagas nos seus diversos setores ou segmentos.
    Tudo isso é divulgado e o aluno tem que ir atrás, de conformidade com suas conveniências em termos de localização e setor de estágio que lhe convier. A imposição ao aluno de estagiar em um local determinado pela IES seria um cerceamento da liberdade deste. Possivelmente a falta de interesse do aluno vai levá-lo a não conseguir uma vaga para cumprir seu estágio curricular, temos que ensinar o aluno “a pescar e não apenas dar o peixe”.
    Aproveitamos a ocasião, para comentar também a complementação curricular que ocorre quando da frequência às atividades complementares. Essas ocorrências complementares são obrigatórias e devem acontecer como usanças extraclasse e inquiridas pelos alunos. A instituição pode criar atividades extraclasse nesse sentido, mas não tem a obrigação de complementar toda a carga horária exigida no cumprimento desse evento.
    É bom lembrar que a IES não deve simplesmente formar mentes com especificidades para uma dada área do conhecimento humano, mas, principalmente, uma mente criadora e cidadã que, na prática, tem que correr atrás dos objetivos que levam as pessoas ao sucesso. A superproteção leva o estudante à inércia e à espera do que fazer, tornando suas obrigações as obrigações de terceiros que, nem sempre, terão o tempo ou o acolhimento para contemplar as necessidades daqueles que não buscam a dinâmica que a vida exige. Assim, não se devem criar projetos de lei que venham a aumentar ainda mais a presença de prepotentes e incompetentes no poder.
           

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