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sábado, 22 de março de 2014

FAIXA DE FOGO


               Quando, no trânsito, um ruído de alerta atinge as nossas orelhas, ficamos à procura do veículo que disparou a sirene pedindo passagem para ele. Uma ambulância que busca socorrer uma pessoa ou a leva para um atendimento de urgência médica; uma viatura dos bombeiros que segue célere para cuidar de um incêndio, de uma avalanche, de uma pessoa ou um grupo que necessita de auxílio, ou mesmo de um animal que caiu em um bueiro ou vala e agoniza sem cuidado; uma viatura policial que garantirá a segurança ou evitará um confronto onde não haverá vencedores, também poderá estar pedindo passagem.
            Todos os corredores de tráfego deveriam ter uma faixa preferencial para esses veículos. Nos EEUU, essa faixa é denominada de FIRE. Ela pode ser utilizada por qualquer veículo, mas, no caso de surgir a sirene de alerta, todos os autos, que ali estão, afastam-se, deixando a faixa franca. Nos Estados Unidos, ela é central de forma que os carros possam se evadir para a direita ou para a esquerda, deixando a faixa FIRE livre. Isso funciona há muitos anos e bem.
            Aqui, no Brasil, criou-se a faixa para ônibus e possivelmente para bicicletas. Em São Paulo, surgiu com direito a multa e pontos na carteira para quem utilizá-la sem ter esse direito. Já que a época é de criar faixas, que o Sul comece a inventar a faixa FIRE, pois como o brasileiro gosta de estrangeirismo, ela será bem-vinda. O grande problema que surgirá é a construção de mais uma faixa de rolamento nas vias públicas, porque claro que o governo não vai deixar de cobrar uma multa para quem circular na mesma sem ter um veículo autorizado. Assim, com esse enxame de faixas exclusivas, não vão sobrar pistas de rolamento para a sociedade em geral, que paga seus impostos e deve ter o direito de ir e vir.
            O interessante disso tudo é o fato de se ter que lembrar ao governo as coisas que são práticas e utilizadas em outros países. Principalmente aquelas que não dependem do nível social ou regional do lugar. Muitas vezes, são imitados feitos de outros países que não têm nada a ver com a nossa sociologia, clima ou desenvolvimento. Como exemplo de péssima imitação, temos a nacionalização de exames como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) em um país cujo desenvolvimento não é uniforme, prejudicando as regiões mais pobres que perdem as vagas das escolas superiores federais de sua cidade, que são tomadas por alunos das regiões mais ricas. Em países desenvolvidos, a avaliação nacional com parâmetro único é possível, pois existe um ensino básico que é equivalente em todo o país, porque elas são estatais, garantidas por currículos nacionais, gerenciados pelo governo em cada ponto do país.


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