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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

"É UMA PARADA FEDERAL"

             Assim se dizia nos velhos tempos quando um evento qualquer era forte demais. Hoje várias expressões são utilizadas: “é pra lascar, isto não existe, p.q.p.”, etc. Utilizamos essa expressão para comentar sobre as novas paradas de coletivos que estão sendo implantadas no grande Recife. Construídas sempre na pista central dos corredores de trânsito, elas obrigam  acessos de pedestres, vindos das duas calçadas, através de passarelas que sobem e descem, quando, se fossem construídas em uma das laterais, só haveria necessidade de uma única passarela e como consequência com apenas uma subida e uma descida e não duas.       
            Mas as falhas não param por aí. As janelas, todas em vidro, aquecem o interior das paradas e, como consequência, o custo da refrigeração sobe assustadoramente. Além desse fato, esses fechamentos ficam vulneráveis à agressão de vândalos quando ocorrerem quaisquer “animações grevistas” ou de outras naturezas. Lembremos as depredações de lojas, bancos e transportes coletivos quando ocorrem agitações sem controle dos signatários das ocorrências.
            A manutenção, que é custosa e permanente, será traduzida em pouco tempo pelo abandono e depredação como aconteceu com a infraestrutura das edificações no Complexo de Salgadinhos: nem uma passarela sobreviveu. E nossos impostos indo para a sarjeta.
            Melhor projeto seria se as paradas fossem abertas e com ventilação natural. Os telhados bem mais largos cobrindo os transportes coletivos, garantindo sombra mais exuberante, e feitos de telhas revestidas com material isolante térmico que daria, ainda, como subproduto, uma boa absorção acústica dos ruídos tão comuns em aglomerados semiabertos.
            É uma pena projetos serem tão descuidados. Mas é o grande vício brasileiro de não contratar especialistas, para somarem em um projeto, e buscar o que “entende de tudo” para a execução do mesmo. Todo projeto tem que ser acompanhado no mínimo por administradores, engenheiros, arquitetos e economistas, especialistas em objetivo, função, manutenção, conforto (funcional, térmico, luminoso e acústico) e economia. É para isso que existe a diversidade de profissionais especialistas.




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