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domingo, 22 de agosto de 2010

A DEMÊNCIA, O NOVO E A ESCOLARIDADE

Muitas vezes, surpreendemo-nos quão rápido passa o tempo quando avançamos em nossas vidas. Um ano, que tanto demorava na adolescência, agora passa rapidamente e, de novo, chegamos ao Natal. Estudos feitos têm demonstrado que o nosso cérebro deleta, ou apaga, acontecimentos que se repetem durante a nossa existência.
Analisemos um pouco o funcionamento da nossa cabeça. Todos os nossos sentidos são simplesmente pontes entre o objeto percebido e o nosso cérebro. Quando ouvimos um som, nosso cérebro decodifica a informação recebida, completando os harmônicos, para torná-lo agradável, dando-nos a sensação do ouvir.
O mesmo acontece com a nossa visão, por isso que, tantas vezes, enganamo-nos na definição do que vemos distante. Nossa cabeça possui um arquivo com tudo o que vemos, de forma seletiva, então, no momento do igual, simplesmente antes da sensação do final do evento, ela já nos informa o fato. Assim, na verdade, nosso cérebro se antecipa nos dizendo as atitudes a serem tomadas em cada momento de nossas vidas.
A comparação de um dado acontecimento de agora com algum do passado é que define nossa próxima tomada de decisão. É esse trabalho de construir sempre o novo que faz com que o nosso cérebro esteja sempre em atividade, evitando, dessa forma, uma demência que hoje já atinge 35 milhões de pessoas ao redor do mundo. As vivências passadas já estão acumuladas nos “arquivos” de forma única, sendo assim, as repetições nos levam à elisão do tempo e “preguiça mental”, pois o não acúmulo de novidades nos faz crer que o tempo passou rapidamente.
Pesquisas recentes, no Reino Unido e na Finlândia, concluíram que a escolaridade é um dos fatores que tem tornado lúcidos os seres humanos. As estatísticas trazem resultados indicando que o mal de Alzheimer acontece com mais frequência em pessoas com pouca escolaridade e que, no decorrer da vida, não mantêm as células nervosas de sua cabeça em atividade.
Não está definido, ainda, se o melhor preparo intelectual ajuda o portador da demência a superar a doença ou se é a atividade cerebral que coíbe esse acontecimento desastroso.
Experimentar sempre o novo e fazer cursos, de pós e outros, diversos de seus conhecimentos anteriores, têm levado o homem a ter uma mente sadia e forte. O viajar por lugares nunca vistos e as experiências inolvidáveis devem ser renovados sempre, com o intuito de manter a cabeça construindo. Dessa forma, a mente sempre estará em atividade.
O estudar, em nossos dias, não se propõe apenas como uma necessidade de sobrevivência física, mas também do encontro com nós mesmos, cultivando o nosso existir de forma sadia física e mentalmente. A tônica agora não é mais obter um diploma de curso superior, mas sim e, principalmente, manter acesa a nossa mente, procurando construir sempre em cima das informações recebidas nos bancos da escola.
Obter uma formação universitária, apenas informativa, não levará o estudante a lugar algum. É preciso que o professor treine a mente de seus alunos na construção do conhecimento. Para tanto, faz-se necessário o conhecimento sobre o assunto, mas e, sobretudo, a experiência dos anos a fio, construindo o saber junto a seus discípulos.
O envelhecer sem o novo tornará o tempo encurtado, pois o cotidiano será apagado de nosso cérebro sem renovação. A falta do uso da magia que possuímos ao pensar adormecerá o poder da inteligência que nos distingue de outros seres vivos e dará lugar à demência que aflora na mente daqueles que se entregam à angústia de não mais enriquecer a humanidade com suas novas ideias.

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