terça-feira, 29 de maio de 2012
À GUISA DE UM MELHOR ENTENDER “A LEI DO DIPLOMA”
A lei que determina, em seu primeiro artigo, o emprego
obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou grau em diplomas, é
muito justa, desde que a palavra que define a flexão exista na Língua Portuguesa.
Criar novos vocábulos para forçar uma flexão não existente não é correto. A Lei
12.605/2012, publicada em 04 de abril de 2012, não estabelece a criação de
termos para flexionar gêneros quando os substantivos comuns de dois gêneros
existem, como é o caso da palavra “estudante”, que é comum aos dois gêneros,
então, consequentemente, não apresenta a flexão para o gênero feminino,
inclusive este vocábulo não existe em dicionários do nosso idioma.
Por
outro lado, no segundo artigo, a Lei 12.605/2012 fere a disposição expressa da Constituição Federal (“Art. 5o Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:...
II - ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;”) e a Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (“Art. 6o
A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1o Reputa-se ato
jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.” ), ao buscar o passado e
tentar desconstituir atos legitimamente praticados antes de sua vigência.
Finalmente o seu terceiro artigo
diz: “Art. 3o Esta Lei entra em vigor na
data de sua publicação”, ratificando que não invalida atos que não a contemplem antes
da data de sua publicação. Salvo melhor juízo, não existe a obrigação de alguma
escola reemitir diplomas anteriores à data de 04 de abril de 2012, por força do
2o Artigo da Lei em foco.
Sendo
assim, que não se pense que essa Lei altera qualquer disposição das normas
linguísticas de nosso Idioma, nem acrescenta vocábulos inexistentes na Língua
Portuguesa. Na verdade, deve ter havido a intenção de regulamentar algum
documento que usou, no passado, o termo presidenta (exceção na Língua
Portuguesa), mas, infelizmente, como já foi dito, a Lei 12.605/2012 não
estabelece criação de palavras para o Idioma Português.
Esses
esclarecimentos se fazem necessários para que não se imagine uma extensão do
que foi determinado em relação à emissão de diplomas a outros documentos de
caráter comum e que gozam de formatos consagrados pelo uso do culto
português.
domingo, 27 de maio de 2012
VOLTANDO À SALA DE AULA
Há
muitos anos, os métodos da sala de aula limitavam-se ao ensinar formas de se
obter resultados nas mais diversas áreas do conhecimento humano sem cuidar dos
porquês ou das doutrinas daquelas informações. Com o advento da tecnologia,
muito tempo tem sido poupado, pois a informação escrita, por exemplo, já vem
pronta através dos programas de apresentação ou gráficos. A globalização da
informação, nas pesquisas através da internet, tem tornado possível uma
vastidão de ensinamentos antes preteridos por falta de tempo. Infelizmente esse
novo não tem levado a escola a uma melhora na preparação das mentes dos
estudantes. Aumenta-se a informação, diminui-se o diálogo e não se adequam os
estudos aos tempos de hoje!
Antigamente a evolução ou as
mudanças nos usos e costumes aconteciam em decênios, de conformidade com o
progresso social (comunicação) ou tecnológico (indústria). Hoje a tecnologia
exige mudanças dos costumes praticamente a cada semana. O novo padronizado
pelas indústrias e a ordem mundial de ritos sociais juntam-se a especificidades
pessoais e familiares ditadas pelas redes sociais, frequentadas por milhões de
pessoas que expõem suas formas de ser dentro de sua cultura que invade outras
do mundo. Esses fatos exigem um preparo diferenciado da geração de hoje.
Nas salas de aula atuais, devem
estar professores compromissados com as doutrinas dos conhecimentos e não
apenas tutores da informação declinando conhecimentos livrescos. Os fazeres de
hoje mudam a cada momento, por isso faz-se necessário conhecer a base dos
conhecimentos para redirecioná-los a cada mudança. A invasão da tecnologia, no
dia a dia, sufoca o raciocínio analítico e leva o aprendiz ao comando digital
ensejado pela inteligência emocional. A infinidade e diversidade de exemplos
possíveis, na era da internet, torna viável a abrangência do tudo de hoje, mas
não contempla as bases para a guinada no amanhã.
O professor “diálogo” se torna cada
dia mais necessário. É preciso conhecer o que passa pela cabeça do aluno, tão
rica em informações, quando se abre um novo saber na sala de aula. Que
associação estará cada um dos alunos fazendo desse novo aos diversos
conhecimentos já sedimentados? Terá o mestre sido claro na formatação da
doutrina desse saber? Nem o robô nem a tecnologia vêm ao encontro dessa
particularidade do ensino/aprendizagem! Hoje mais do que nunca urge a
necessidade da preparação do professor para esse encontro mágico entre o
educador e o discente, estreitando, cada vez mais, essa relação de confiança e
cumplicidade.
Para levar a informação como permanente
conhecimento, é necessário tratá-la como algo que nasceu (doutrina) e teve seu
desenvolvimento pautado para sua época (hoje) e poderá, amanhã, através das
mutações sociais e tecnológicas, precisar de ajustes que nascerão a partir de
sua doutrina, que deve atingir a construção dos objetivos da informação.
domingo, 13 de maio de 2012
O CONHECIMENTO INATO E SUAS CONSEQUÊNCIAS (PARTE I)
Quando somos concebidos, grupos de células definem, através de seus
cromossomos[1]
com genes[2]
associados, uma série de características do ser gerado. Normalmente a genética
confere aos genes contidos na célula, que constitui o elemento em estudo, uma
dada informação hereditária e a responsabilidade da mesma por essas
características (textura e cor do cabelo, por exemplo). No entanto, parece-me
mais claro que um grupo de células seja responsável pela carga hereditária e
não apenas aquelas que caracterizam o elemento em estudo.
Assim, a cor do cabelo não está simplesmente ligada às células que
constituem o cabelo, mas sim, a um grupo de células, inclusive nervosas, que,
em conjunto, comandam essa característica. Quando falamos em células tronco,
definimos células com propriedades de incorporar-se a uma determinada peça do
corpo humano – como o fígado – com todas as características daquelas a ele
pertencentes. Essas células certamente se associam a outras já existentes e que
não pertencem àquela peça, mas constituem, junto com as mesmas, um grupo de
células que comanda a “vida” dela.
Cada grupo de células define uma dada formatação somática ou psíquica.
Assim, a cor do cabelo, da pele, a altura, sexualidade, inteligência, emoção, entre
outras são mantidas graças ao trabalho que acontece até a nossa morte, de cada um desses minicérebros que
tomam conta de nossas características intrínsecas. A cor do cabelo é mantida,
por exemplo, castanho, até certa idade, a partir da qual, torna-se branco. Caso
não existisse esse minicérebro tomando conta da cor do cabelo, a mesma
aconteceria de forma variada com nenhum motivo aparente.
Não é um gene, mas sim, um grupo de células privilegiadas por
determinados genes que define essa cor herdada! Esse fato nos dá condição de
criar uma forma de variar a cor de cabelo, pois o mecanismo pertence a uma
informação pré-natal nascida conosco. Explicando melhor: todo o mecanismo de
qualquer elemento de nosso corpo, que vem de informação genética ou pré-natal,
é conhecido de forma inconsciente pelo nosso cérebro que, dessa forma, é capaz
de antever como cuidar de uma falha desse elemento.
Assim, os conhecimentos inatos são responsáveis pelas soluções naturais
de males que nos afligem. As diversas vontades[3]
que nos chegam, muitas vezes, por vários motivos, constituem também
necessidades de nosso corpo: o chorar, o comer frutas ou verduras, o comer
carne e assim por adiante; por isso jamais devemos negar satisfazer esses
desejos.
[3] A mulher grávida, dizem,
tem desejos e esses devem ser satisfeitos, pois vão suprir as necessidades suas
e ou do feto. É natural que a indústria desses desejos pode acontecer sem ser
uma necessidade indicada pelos nossos mini-cérebros. É uma oportunidade de a
mulher exigir do marido algumas coisas que não tenha recebido anteriormente.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
CENSO DA EDUCAÇÃO
Meio século atrás, os cursos
superiores eram, em sua grande maioria, da área técnica. Engenharia em seus
diversos ramos, Medicina, Arquitetura e Direito lideravam o ranking, e poucos declinavam na área dos
bacharelados. Já agora, o último censo indica os cursos de bacharelado como os
de maior quantidade no segmento da educação superior. Evolução?
Antigamente o Governo era o grande
responsável pela educação nesse nível e contemplava a população brasileira com
cursos que demandavam em grande investimento, deixando para as instituições
particulares de ensino as licenciaturas e os bacharelados, que necessitavam de
menor investimento. Assim, muita fama ganha pelas universidades federais e
estaduais se deve a essa época quando os governos contemplavam a sociedade com
a maioria dos cursos “elitizados”.
Hoje com o grande incentivo do
governo aos grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros foram criadas
centenas de escolas e cursos nas mais diversas cidades do país como filiais das
já existentes no sudeste brasileiro. Com investimento menor e uma série de
exigências já comuns às universidades pertencentes a esses grupos, feneceu a
expansão democrática e aconteceu simplesmente a ampliação dos grupos já
existentes. Preocupados em obter maiores lucros, investiram então, em cursos
que não demandam em laboratórios especializados. São as licenciaturas e os
bacharelados que assim proliferaram, garantindo os primeiros lugares em número
no ranking dos cursos existentes no
Brasil.
Colaborou ainda com essa expansão o
pequeno investimento do poder público na educação de um modo geral e
particularmente na superior. Isso é atestado com o resultado do censo que hoje
aponta para um percentual de participação do Estado em pouco mais de 10% da
população estudantil, contra os mais de 80% da residente nas escolas de
administração privada. Os cursos a distância com suas limitações e
especificidades também aumentaram a demanda em cursos de licenciaturas e
bacharelados, inclusive os de curta duração denominados pelo governo, de forma
esdrúxula, de tecnólogos.
Infelizmente a educação tem se
tornado um alvo de interesse comercial, gerenciada por fortes grupos
empresariais que têm a preocupação única nos lucros. Com uma maquiagem de
utilização ostensiva da tecnologia que substitui aulas presenciais, em cursos
presenciais, por aulas online, oferecendo equipamentos de ponta, sem a razão
nem os porquês; nega-se o ensinar com fundamentações para o futuro que acontece
no dia a dia.
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