quarta-feira, 2 de maio de 2012
CENSO DA EDUCAÇÃO
Meio século atrás, os cursos
superiores eram, em sua grande maioria, da área técnica. Engenharia em seus
diversos ramos, Medicina, Arquitetura e Direito lideravam o ranking, e poucos declinavam na área dos
bacharelados. Já agora, o último censo indica os cursos de bacharelado como os
de maior quantidade no segmento da educação superior. Evolução?
Antigamente o Governo era o grande
responsável pela educação nesse nível e contemplava a população brasileira com
cursos que demandavam em grande investimento, deixando para as instituições
particulares de ensino as licenciaturas e os bacharelados, que necessitavam de
menor investimento. Assim, muita fama ganha pelas universidades federais e
estaduais se deve a essa época quando os governos contemplavam a sociedade com
a maioria dos cursos “elitizados”.
Hoje com o grande incentivo do
governo aos grandes grupos empresariais nacionais e estrangeiros foram criadas
centenas de escolas e cursos nas mais diversas cidades do país como filiais das
já existentes no sudeste brasileiro. Com investimento menor e uma série de
exigências já comuns às universidades pertencentes a esses grupos, feneceu a
expansão democrática e aconteceu simplesmente a ampliação dos grupos já
existentes. Preocupados em obter maiores lucros, investiram então, em cursos
que não demandam em laboratórios especializados. São as licenciaturas e os
bacharelados que assim proliferaram, garantindo os primeiros lugares em número
no ranking dos cursos existentes no
Brasil.
Colaborou ainda com essa expansão o
pequeno investimento do poder público na educação de um modo geral e
particularmente na superior. Isso é atestado com o resultado do censo que hoje
aponta para um percentual de participação do Estado em pouco mais de 10% da
população estudantil, contra os mais de 80% da residente nas escolas de
administração privada. Os cursos a distância com suas limitações e
especificidades também aumentaram a demanda em cursos de licenciaturas e
bacharelados, inclusive os de curta duração denominados pelo governo, de forma
esdrúxula, de tecnólogos.
Infelizmente a educação tem se
tornado um alvo de interesse comercial, gerenciada por fortes grupos
empresariais que têm a preocupação única nos lucros. Com uma maquiagem de
utilização ostensiva da tecnologia que substitui aulas presenciais, em cursos
presenciais, por aulas online, oferecendo equipamentos de ponta, sem a razão
nem os porquês; nega-se o ensinar com fundamentações para o futuro que acontece
no dia a dia.
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