domingo, 21 de outubro de 2012
VÃO COMEÇAR AS ELEIÇÕES?
Quanto dinheiro jogado fora, mais uma vez, e ninguém se
dar conta disso! Se não, vejamos. Após as eleições para vereador, o governo
continua ensinando a votar para vereador. Nada foi mudado na produção dos
filmes do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que continuam a mostrar como se
vota para vereador quando não mais existe, em 2012, essa votação. Sabemos que a
eleição majoritária não foi concluída, mas manter a propaganda institucional
para votar, nas cidades onde não existe segundo turno, é jogar dinheiro fora!
Parece até que as eleições do dia 07 de outubro ainda não aconteceram! É
propaganda demais para nosso bolso!
Sabemos que poucas capitais tiveram segundo turno. Das
5568 cidades brasileiras, apenas 50 terão o segundo turno! Por que então essa
propaganda ostensiva sem razão? Inclusive se um mês e meio de conscientização
de como e porque votar não foi bastante, não serão vinte dias que convocarão
mais eleitores para apenas 1% do total das cidades com eleições só para prefeitos.
O costume do povo de não analisar a informação é que o leva à aceitação de
divulgações descabidas como essas, em suas cidades, após a conclusão das
eleições em todos os níveis. É possível que se justifique dizendo que é para
chamar eleitores ausentes de suas cidades, mas isso não tem sentido!
A verdade é que essa divulgação contempla lucros para os
meios de divulgação, as produtoras, as agências de propaganda, os marqueteiros
e tantos "outros". Pouca importa os nossos impostos correrem para o
ralo, os interesses dos “de bem com o governo” terão que faturar a todo o
custo! Podem até justificar que, sendo um contrato mais amplo, o custo seria
menor mensalmente, mas o custo total, claro que será maior! Vejam! Só faltam
fechar as eleições em 50 das 5.568 cidades, a diferença do custo, em reais, da
divulgação para o primeiro e para o segundo turno seria enorme! O governo
jamais deveria admitir esse escândalo em termos do uso do dinheiro público!
Não se aguenta mais a violência do uso do dinheiro
público sem objetivos! O custo a mais dessa propaganda, no segundo turno, daria
para equipar dezenas de hospitais e escolas que vivem a mendigar verbas ao
poder central. Tudo isso acontece e o Ministério Público Federal não faz
nenhuma sondagem em relação à necessidade desses gastos, utilizando o nosso
dinheiro suado! É terrível assistir ao ganho fácil de poucos ligados a essa
orgia do dinheiro sujo, enquanto muitos e muitos trabalham pagando impostos
absurdos sem usufruir dessa mamata que, a cada dia, cresce para os maus!
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
A ARTE DE SER PROFESSOR
Quando assistimos a um espetáculo qualquer, tal qual uma
corrida de automóvel, um show musical ou uma peça teatral, estamos participando
de uma aula sobre a especialidade desses
protagonistas. Poderemos citar uma série infindável de atividades da
vida humana que nos enseja esse aprendizado específico que faz o espetáculo.
Quando um piloto de Fórmula 1 entra em seu veículo, a sua
concentração torna-o um personagem da corrida e não mais aquela pessoa com
todas as suas características boas e ruins, mas reais. A atenção tem que ser
dobrada, seus impulsos têm que ser comedidos, não há espaço para dores ou
lembranças, pois seu corpo torna-se um escravo do cérebro que agora grita para
conseguir a vitória no Grande Prêmio.
O cantor traveste-se para o grande show como se aquele
fosse o único de sua vida! Os aplausos imbuem o artista à concentração que o
momento requer e, como mágica, faz explodir a sua voz que ecoa por todos os
cantos da plateia ainda por completar. E toda a envergadura faz-se necessária
para ritmar a sua voz em harmonia com seu corpo que dança e não se cansa até o
final da apresentação! E quando sente a plateia a delirar, o artista volta a
si, ocupando o lugar cedido à figura do cantor que tomou seu fôlego.
E tantos ensaios foram necessários, e tanta leitura
aconteceu para ceder o seu corpo ao personagem que representará. No passar dos
dias, todas as características, muitas vezes dantes não vivenciadas pelo ator,
acontecem como se há muito coexistissem com ele! O personagem viveu desfrutando
tanto do todo do ator que agora confunde o representante com o representado!
Mas os aplausos chegam!
Na sala de aula, existe um espetáculo muito maior do que
todos os citados. A concentração tão necessária a quem faz o magistério supera
a de qualquer outra atividade pública. Essa concentração deve inibir
inicialmente a vaidade, para que se possa transmitir o conhecimento a uma
plateia sem inibição. Depois ter a consciência de que nenhum ouvinte tem nada a
ver com seus problemas, então que seja condescendente, pois aqueles que estão
na sua frente são sedentos da informação compartilhada e não da esdrúxula e
imposta.
Diferente dos outros espetáculos, a plateia tem que ter
cumplicidade com o professor! Ele não tem que se disciplinar sozinho de uma só
vez, mas sim, a cada instante que é inquerido pelos seus coparticipantes! A
grande recompensa, no entanto, é simplesmente o prazer de ter proporcionado ao
seu público a base para os ganhos futuros que não chegaram a ele!
INVISÍVEL É O VELHO
Certa vez, ouvi de uma anciã a frase: os velhos são
invisíveis! É fácil entender de forma simplória o dito. Aparentemente, para os
jovens, os velhos estão ultrapassados! Suas ideias agora caducaram, seus
sucessos feneceram, sua saúde não mostra equilíbrio de forças, seu poder e suas
posses mal se arrastam pelos dias afora! O seu passado longínquo de glórias
prontamente esquecido clama por uma evocação, feita pelos mesmos desses tempos
que já estão distantes!
“É melhor pouco notar a presença do idoso para não ter
que aturar conversas retrógadas e repetitivas que não nos levarão à coisa
alguma”, dizem os jovens entreolhando-se, fingindo estarem alheios. O velho
tudo percebendo tenta, com tosse e pigarro, alertar os novos para a sua imagem
que, por si só, fala dos tempos atravessados e das experiências vividas! Se
tens força e vigor da juventude, por que te amedrontas com o convívio do
sexagenário que nenhum mal pode causar?
Esquecer que boa parte da convivência desses jovens
acontece junto a equipamentos e empreendimentos que os antepassados ajudaram a
construir é quase impossível. Quem gera cada hoje é o hoje de ontem! Os jovens
de hoje serão o hoje de ontem, amanhã! É muito bom debruçar-se sobre as
ocorrências do agora e meditar como elas influenciarão no depois! O viver é um
contínuo sem início nem fim, as mudanças, em cada momento, quando cíclicas, dão-nos a ideia de
início e fim!
Será que entendemos bastante esse comportamento dos moços
e das moças com relação aos velhos? Pois, não! É o receio das verdades contadas
e cantadas pelos idosos que inibe a juventude a prestigiar o velho! Os jovens
querem viver suas próprias inexperiências e não querem antever seus insucessos!
O velho nos intimidará sobre a vida! Os conselhos frustram nossos “ideais”! Não
devemos dar “liberdade” aos velhos para que eles não se metam em nossas vidas!
Que os velhos falem e repitam, mas não de nós e nossos espaços!
Eis o grande motivo da invisibilidade dos idosos. Não é
por desdém ou falta de paciência que os moços e moças não “enxergam” os velhos!
É por medo de suas lições que podem cercear a sua liberdade de buscar o novo! É
medo de não saber responder às suas questões, de não entender as suas
respostas! Todo mundo teme o novo, o desconhecido! Mas quando se trata de
vivência, experiência, vida; todos temem o velho! Os idosos foram e serão
sempre corresponsáveis pelas vidas dos jovens, pelas suas heranças e pelas suas
antecipações de histórias que poderão ser vividas por qualquer um!
domingo, 7 de outubro de 2012
A VAIDADE DE SER AMIGO
Sempre vejo oportunidades de construir amigos como uma
necessidade humana devido às suas características sociais. Amigos são pessoas
que se despem de vaidade, quando se relacionam, mutualmente. Infelizmente isso
se torna muito difícil e, dessa forma, são raras as mutações entre “colegas”,
ou parceiros, que os tornem amigos. Apesar de meus 68 anos, ainda me choca a
ilusão dessas transformações não se tornarem frequentes. Lembro-me de muitas
relações que cresceram no passado e perduram até hoje na condição de amigo. No
entanto, muitas outras desencadearam com final desconcertante.
A verdade desses desencontros sempre estará ligada à
vaidade ou ao vil metal. Por dinheiro se mata e se morre, e claro, pelo o que
ele pode proporcionar que, no fundo, espelhará algo que o portador desse
suporte quer para alimentar a sua vaidade. Assim falo porque, muitas vezes,
olha-se para o fator direto e se esquece de que o clamor foi da vaidade de
conquistar! Como então falar um pouco desse acontecer da vaidade que quebra a
continuidade de uma construção tão linda e difícil que é a amizade?
Todos nós temos uma máquina de valor, dentro de nós,
difícil de ser racional. As emoções, dentro de nossas atividades, levam-nos,
muitas vezes, a perder o caminho da razão e enveredar no seguir os sentimentos.
No trabalho, por exemplo, convivemos com colegas que nos ajudam dentro das
trocas de conhecimentos e, aos poucos, somos cativados, conquistando a passagem
que nos leva a sermos amigos. Nesse caminhar, pode acontecer a promoção
profissional de um dos colegas e, de repente, cessar a marcha em busca do mundo
dos amigos! A soberba do promovido ou a inveja do outro aponta para a vaidade
que, mais uma vez, criou um abismo no relacionamento.
Também pode acontecer do progresso de uma amizade em
busca da conquista maior – serem amigos – receber a interferência do
profissionalismo exacerbado de uma das partes, que não sabendo ponderar,
radicaliza, tornando o caminho da boa relação cortado. Mais uma vez, o querer
mostrar para seu “amigo” uma característica vaidosa em relação ao seu trabalho
quebra a continuidade da busca pelo amigo.
Jamais se deve perder a oportunidade de uma boa conversa
quando qualquer evento tenta negligenciar a continuidade de uma amizade. A
conclusão ou lição do tema é que um motivo, por mais forte que seja, jamais
deve levar as pessoas a negarem-se a uma relação de amigos. Tenha a vaidade de
ser e ter um amigo!
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