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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A ARTE DE SER PROFESSOR


             Quando assistimos a um espetáculo qualquer, tal qual uma corrida de automóvel, um show musical ou uma peça teatral, estamos participando de uma aula sobre a especialidade desses  protagonistas. Poderemos citar uma série infindável de atividades da vida humana que nos enseja esse aprendizado específico que faz o espetáculo.
       Quando um piloto de Fórmula 1 entra em seu veículo, a sua concentração torna-o um personagem da corrida e não mais aquela pessoa com todas as suas características boas e ruins, mas reais. A atenção tem que ser dobrada, seus impulsos têm que ser comedidos, não há espaço para dores ou lembranças, pois seu corpo torna-se um escravo do cérebro que agora grita para conseguir a vitória no Grande Prêmio.
     O cantor traveste-se para o grande show como se aquele fosse o único de sua vida! Os aplausos imbuem o artista à concentração que o momento requer e, como mágica, faz explodir a sua voz que ecoa por todos os cantos da plateia ainda por completar. E toda a envergadura faz-se necessária para ritmar a sua voz em harmonia com seu corpo que dança e não se cansa até o final da apresentação! E quando sente a plateia a delirar, o artista volta a si, ocupando o lugar cedido à figura do cantor que tomou seu fôlego.
       E tantos ensaios foram necessários, e tanta leitura aconteceu para ceder o seu corpo ao personagem que representará. No passar dos dias, todas as características, muitas vezes dantes não vivenciadas pelo ator, acontecem como se há muito coexistissem com ele! O personagem viveu desfrutando tanto do todo do ator que agora confunde o representante com o representado! Mas os aplausos chegam!
          Na sala de aula, existe um espetáculo muito maior do que todos os citados. A concentração tão necessária a quem faz o magistério supera a de qualquer outra atividade pública. Essa concentração deve inibir inicialmente a vaidade, para que se possa transmitir o conhecimento a uma plateia sem inibição. Depois ter a consciência de que nenhum ouvinte tem nada a ver com seus problemas, então que seja condescendente, pois aqueles que estão na sua frente são sedentos da informação compartilhada e não da esdrúxula e imposta.
            Diferente dos outros espetáculos, a plateia tem que ter cumplicidade com o professor! Ele não tem que se disciplinar sozinho de uma só vez, mas sim, a cada instante que é inquerido pelos seus coparticipantes! A grande recompensa, no entanto, é simplesmente o prazer de ter proporcionado ao seu público a base para os ganhos futuros que não chegaram a ele!

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