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domingo, 7 de outubro de 2012

A VAIDADE DE SER AMIGO


            Sempre vejo oportunidades de construir amigos como uma necessidade humana devido às suas características sociais. Amigos são pessoas que se despem de vaidade, quando se relacionam, mutualmente. Infelizmente isso se torna muito difícil e, dessa forma, são raras as mutações entre “colegas”, ou parceiros, que os tornem amigos. Apesar de meus 68 anos, ainda me choca a ilusão dessas transformações não se tornarem frequentes. Lembro-me de muitas relações que cresceram no passado e perduram até hoje na condição de amigo. No entanto, muitas outras desencadearam com final desconcertante.
      A verdade desses desencontros sempre estará ligada à vaidade ou ao vil metal. Por dinheiro se mata e se morre, e claro, pelo o que ele pode proporcionar que, no fundo, espelhará algo que o portador desse suporte quer para alimentar a sua vaidade. Assim falo porque, muitas vezes, olha-se para o fator direto e se esquece de que o clamor foi da vaidade de conquistar! Como então falar um pouco desse acontecer da vaidade que quebra a continuidade de uma construção tão linda e difícil que é a amizade?  
     Todos nós temos uma máquina de valor, dentro de nós, difícil de ser racional. As emoções, dentro de nossas atividades, levam-nos, muitas vezes, a perder o caminho da razão e enveredar no seguir os sentimentos. No trabalho, por exemplo, convivemos com colegas que nos ajudam dentro das trocas de conhecimentos e, aos poucos, somos cativados, conquistando a passagem que nos leva a sermos amigos. Nesse caminhar, pode acontecer a promoção profissional de um dos colegas e, de repente, cessar a marcha em busca do mundo dos amigos! A soberba do promovido ou a inveja do outro aponta para a vaidade que, mais uma vez, criou um abismo no relacionamento.
      Também pode acontecer do progresso de uma amizade em busca da conquista maior – serem amigos – receber a interferência do profissionalismo exacerbado de uma das partes, que não sabendo ponderar, radicaliza, tornando o caminho da boa relação cortado. Mais uma vez, o querer mostrar para seu “amigo” uma característica vaidosa em relação ao seu trabalho quebra a continuidade da busca pelo amigo.
   Jamais se deve perder a oportunidade de uma boa conversa quando qualquer evento tenta negligenciar a continuidade de uma amizade. A conclusão ou lição do tema é que um motivo, por mais forte que seja, jamais deve levar as pessoas a negarem-se a uma relação de amigos. Tenha a vaidade de ser e ter um amigo!

Um comentário:

  1. LINDO! Profundo...

    Ainda há os que confundem amizade com cumplicidade. A triste novela brasileira do mensalão( estou acompanhando) mostra como nossos homens se relacionam de maneira interesseira. No poder ninguém gosta de ninguém, o que dirá dos sentimenntos desses poderosos em relação aos brasileiros que neles acreditam, sempre terminamos vítimas desses cúmplices criminosos em que depositamos nossa confiança. Bárbaros, Maquiavel mesmo, os tempos não mudaram: SEJAMOS "AMIGO" DO PRÍNCiPE ENQUANTO NÃO PUDERMOS DERRUBÁ-LO...
    Amigo fiel é proteção poderosa, e quem o encontrar, terá encontrado um tesouro. Amigo fiel não tem preço, e o seu valor é incalculável. Amigo fiel é remédio que cura, e os que temem ao Senhor o encontrarão. Quem teme ao Senhor tem amigos verdadeiros, pois tal e qual ele é, assim será o seu amigo. Eclesiates 6- rei Salomão.
    Com um amigo a gente pode até pensar em voz alta! rs-rs-rs-rs...
    Bjux, DR!
    ClauMaria

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