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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

COBRANÇA FAZ DE CONTA POR CRÉDITO


             O sistema de execução de currículos universitários pelo regime de crédito foi estabelecido, logo após 1964, com o intuito de dispersar o agrupamento de alunos que era comum no sistema seriado (anual) devido ao companheirismo dos estudantes, no dia a dia, estudando todas as disciplinas sempre juntos.
            Com o evento dessa formatação curricular, ficaram estabelecidas certas regras: o crédito ficou definido como a carga horária das quinze (15) semanas de aulas teóricas com uma aula semanal, ou seja, quinze aulas por semestre, pois o semestre tinha quinze semanas com seis dias que davam como resultado 90 (noventa) dias letivos. Os 100 dias letivos atuais, criados por Fernando Haddad, são incoerentes com a definição da unidade de crédito, pois 17 (dezessete) semanas somam 102 (cento e dois) dias e não cem. As aulas práticas contavam os créditos como cinquenta por cento das aulas semanais nas quinze semanas, pois o esforço acadêmico era assim representado por entender-se menor. A cobrança da mensalidade seria pelo número de créditos contratados no semestre e não mais por um sexto da semestralidade. O aluno teria o direito de matricular-se em quantas disciplinas desejasse e pudesse arcar com as responsabilidades da mesma.
            Hoje, com a comercialização do ensino, tudo isso foi esquecido, desde a definição da unidade de crédito pelo MEC até a cobrança das mensalidades pelas faculdades. As escolas que representam o poder econômico e político do país cobram por cada disciplina um valor de crédito diferente. Disciplinas com quatro aulas semanais custam três a quatro vezes o valor de outra de dois créditos. O pior é que essas aberrações acontecem a partir do meado do curso, quando fica mais problemática uma transferência. As aulas práticas, cujos créditos correspondem a cinquenta por cento do número de aulas semanais, são cobradas como se a definição do crédito fosse igual ao número de aulas no período, como acontece com as teóricas.
            O resultado é que muitos alunos desistem de estudar por impossibilidades financeiras. O Governo assiste a tudo isso de braços cruzados para não prejudicar seus coligados. Assessorado por burocratas que ignoram as leis e os princípios que gerem a educação, ou por imposição do lobby  “educacional”, o Estado fica a chamar atenção através de engodos como o ProUni e Fies, tentando iludir o povo em relação aos 70 (setenta) por cento que estudam em instituições particulares e pagam de forma arbitrária aos “magos” da educação.

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