sexta-feira, 20 de junho de 2014
E NEM PENSOU NAS CIDADES MENORES
A nova
tônica adotada pelo Governo em tornar o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) o
meio, único e nacional, dos estudantes entrarem nas universidades federais,
favorecerá as cidades mais ricas consequentemente mais informadas e com melhor
nível intelectual. As cidades menores receberão um grande contingente de
estudantes “forasteiros” que, pelas melhores oportunidades que tiveram em suas
cidades, estarão mais bem preparados e com notas melhores no ENEM. Quais,
então, as consequências dessa atitude impensada?
Para o
Recife, por exemplo, cidade de porte médio, os estudantes terão que se
contentar em estudar em Caruaru ou outra cidade próxima, pois as vagas daqui
certamente serão ocupadas por estudantes do Rio e de São Paulo. Os alunos
carentes só poderão contar com as universidades estaduais e particulares, se
adotarem processo seletivo diferente do resultado do ENEM. O ingresso nas
faculdades particulares dependerá da aprovação no processo seletivo do Prouni
ou de bolsa da própria faculdade particular. Quem ganhará com isso? Os grandes
conglomerados educacionais privados, pois além de conseguirem facilmente
convênios com os programas do governo, através de propagandas ostensivas
conquistam os alunos ricos que não obtiveram notas altas no ENEM.
Como sempre, os rios
correndo para o mar, ajudados pelos desvios proporcionados pelo próprio
Governo. As IES (Instituições de Ensino Superior) particulares continuarão
sacrificadas, recebendo somente alunos das grandes universidades particulares
que não tiveram chance de aprovação na seleção do Prouni ou que não puderam
pagar as mensalidades exorbitantes das mesmas. Com raras exceções, IES privadas
sobrevivem pelo nível excelente de seus cursos que já são tradicionais no
âmbito universitário e no mercado de trabalho. Qual o mal se todos sobrevivem?
O grande mal
é a descaracterização, cada vez maior, da cultura dos confins de nosso país
gigante, com toda a diversidade que o mundo oferece em clima, relevo e
paisagens bem caracterizadas com os costumes do povo de cada um desses lugares
sem fim. Esse panorama mutante, que em dezenas de anos tem sido alterado pelos
desígnios da própria natureza, agora se vê agredido, em pouco espaço de tempo,
por transformações culturais e sociais advindas da invasão de nossos recantos
por populações que anseiam colher nossos frutos e levá-los para suas cidades de
origem. Queremos sim todos nossos irmãos brasileiros sempre juntos, o que não
desejamos é sermos omitidos dessa oportunidade de graduação tão cobiçada no
passado que hoje é subtraída pelos nossos concidadãos devido ao mau planejamento do Governo.
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