AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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domingo, 7 de dezembro de 2014

A VAIDADE VERSUS A POSTURA

            Voltando aos meus trinta anos, ensinando na UFPE a cadeira de Física, recordo de uma manhã quando, no início da minha preleção, entrou na sala de aula um rapaz, de camisa aberta ao peito, pés com “havaianas” (não tão famosas como hoje), vestindo um calção curto com aberturas laterais, que, de forma natural, pegou três cronômetros que estavam sobre o armário de materiais didáticos. Sem compreender a atitude daquele jovem, perguntei de forma discreta: “para onde vai com os cronômetros?” E o intruso respondeu: “vou dar aula na sala ao lado!” “Está bem”, respondi.
            Esse fato me causou espécie pelos trajes que vestia o professor. Apesar de sabermos que “o hábito não faz o monge”, digo: mas ajuda. A forma de se apresentar em cada evento deve sempre demonstrar para os participantes que você se valoriza e ainda que tem atenção para com os convivas, mostrando-se bem cuidado. Não esqueça que ninguém ama a decadência! Isso não é vaidade, mas postura. O respeito cidadão.
            Certa vez um engenheiro que era síndico do edifício no qual morava chama a atenção de um funcionário que o chamou de Sr. Paulo dizendo que ele devia chamá-lo de Dr. Paulo. No próximo encontro, o esquecimento do título custou a demissão do colaborador. Conheço professores que não admitem seus alunos, nos dias de hoje, usarem trajes populares com chinelos ou equivalentes nos horários de aula. Ainda, professores exigindo seu título como prenome, expurgando a grande rubrica de professor.  “Eu sou um mestre (ou livre docente, cientista, doutor, etc.), não sou apenas professor!” Esses “Dr. Paulo”, “professores” e “mestres” são bastante vaidosos. Título: PROFESSOR; é o bastante e tudo, não pode jamais ser superado!
            Como resultado desses comentários, aprendemos que a postura é uma forma de se diferenciar do comum e popular. Não é exigindo comportamento das pessoas de forma inadequada a elas que conseguiremos nos impor dentro dos nossos poderes e saberes. Aí está o velho adágio “o hábito não faz o monge”; muitas vezes as condições culturais ou financeiras não permitem ao “faltoso” a postura ideal para ocorrer de forma esperada. Portanto, zero para a vaidade!




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