AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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sábado, 10 de janeiro de 2015

A EXUBERÂNCIA DE OSCAR NIEMEYER

             Em poucos momentos no Parque Dona Lindu ficamos temerosos com o vai e vem dos skates semipilotados por crianças que descem as rampas - de acesso e de escape - do parque e abandonam seus skates no meio do caminho, fazendo-os seguir desgovernados ladeira abaixo. Nada mais normal esperar isso de adolescentes e pré-adolescentes num ambiente de convívio social sadio e esplendoroso. O que realmente me causou espécie foi o projeto de Oscar Niemeyer, como sempre megalomaníaco, sem as correções devidas que colocariam as atividades diversas, próprias para o ambiente, nos seus devidos lugares.
A primeira grande falha do referido projeto foi não criar um local específico para as atividades de skates e/ou semelhantes, como patins. A segunda foi paginar o piso em cimentação lisa, colaborando com o ir e vir de aparatos sobre rodas, e em área aberta para a circulação do público, bem própria para demonstrações das habilidades dos jovens nesses esportes. A movimentação de mais de cem jovens, nos momentos que antecedem e finalizam os eventos teatrais, põe em risco a integridade física dos cidadãos e cidadãs, mais velhos, que podem, por um descuido qualquer, ser atropelados pela mobilidade frenética dos garotos.
            Uma correção que tem urgência é criar um espaço próprio para a garotada e trocar o piso liso por outro, como o de tijolos intertravados, coibindo, pois, a movimentação dos equipamentos sobre rodas. Fico admirado com o fato de os projetos de um socialista como Niemeyer não contemplarem os habitantes das comunidades das redondezas em um projeto tão exuberante, em espaço físico, com os “lóci” bem definidos para as diversas atividades do Parque.
            Em relação à acessibilidade, o estacionamento fica devendo local apropriado para deficientes físicos cadeirantes, bengalantes e cegos que, por isso, são obrigados a se deslocarem dezenas de metros para chegarem a pisos revestidos, pois o local para estacionamento é recoberto por brita, dificultando, assim, o trânsito não só de pessoas diferenciadas como também das comuns ou regulares. Outro erro é que a paginação do piso não contempla os pisos táteis de alerta nem os direcionais que guiam os deficientes visuais.
            Arquitetura tem como princípio estabelecer, nos projetos, o conforto em todos os seus aspectos, e muito mais, e particularmente a acessibilidade total e irrestrita quando a concepção contempla o público em geral. E principalmente quando é patrocinado pelo Governo, o representante do povo!


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