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sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

COMO ESTUDARÃO OS NOSSOS NETOS?


            No tempo dos robôs, a alegria é contagiante ao imaginar o viver com essas boas companhias, que nada nos cobram e realizam a maioria de nossas tarefas. Tudo parece um sonho. Esse conviver robótico nos apraz porque nos dá oportunidade de utilizar o tempo em tarefas criativas, como podermos cuidar mais um pouco de nós e dos nossos, em atividades de acolhimento e lazer. Esses seres burros, que não vão além dos nossos conhecimentos do hoje, serão sim capazes de estender os nossos saberes, mas dentro das perspectivas ensaiadas pelos  humanos, como cuidar dos grandes números ou do muito pequeno ou do muito grande com alta precisão. A criação do novo, sem o auxílio do homem, jamais será possível para essas incansáveis máquinas.
            A globalização da educação nos tempos atuais tem seguido um caminho que não passou pela censura de educadores e que, simplesmente ao congregar professores de alto nível, quer atingir a cada dia uma população maior de estudantes que simultaneamente assistem às exposições técnico-científicas nos mais diversos confins do Brasil e do Mundo – eis a realidade dos Cursos a Distância. Centenas de milhares de alunos pagando um valor altíssimo em relação ao custo/benefício vão contemplar as despesas e lucros desses grupos educacionais. Os professores que se beneficiarão com os altos salários pouco se importarão com seu papel de educador e seguirão em frente.
            O grande resultado de tudo acima comentado é que essa forma de ensino à distância de centenas de quilômetros jamais irá definir a sociologia e as peculiaridades regionais, os princípios éticos e o acolhimento singular das diversas regiões. Recebendo o mesmo sinal (teleaula) gerado por uma grande metrópole, com características cosmopolitas, despida das especificidades de regionalidade, não podemos esperar desses educandos ideias diferenciadas pela cultura local, pois foram elas cunhadas de uma mesma forma. O avanço e o novo não acontecem com os clones; são as diferenças que ensejam o desenvolvimento, a criação e o progresso!
            Finalmente, quando o formato simplicista de educar a Distância atingir às “massas” totais, a profissão de professor no ensino presencial desaparecerá. Seremos todos robôs sem comando!

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