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terça-feira, 21 de abril de 2015

O DESCONFORTO É QUE MANTÉM O EQUILÍBRIO

Todo equilíbrio tende a expansão do eu. No casamento, nas afinidades, nas convivências, é sempre a busca do equilíbrio que mantém a relação, é isto que importa! Não raras vezes assistimos a brigas entre os elementos de casais que já vivem juntos à dezenas de anos. Ficamos então a perguntar: como pode um casal brigar tanto e continuar junto? É muito simples. A convivência é muito desgastante, a cada momento descobrimos as peculiaridades das nossas parcerias e dentro dessas especificidades pessoais e únicas estão atributos que gostamos e características que abominamos. Dessa forma, tentamos eliminar as diferenças descobertas e não aceitas do outro, e a cada descoberta igual, repetimos as mesmas desavenças. Como as pessoas não conseguem mudar as suas características intrínsecas, os desencontros continuam de forma interminável.
A teoria do investimento diz que se aprende a gostar daquilo no qual investimos tempo e dinheiro. As brigas e os desencontros, acumulando o tempo usado junto as parcerias, nos levam a cada dia a buscar o nivelamento maior que não chega. Infelizmente ou felizmente são essas conversas, muitas vezes acaloradas, que mantém as pessoas na descoberta das características da outra metade. Se todos nós fossemos iguais, nada teríamos a falar nem aprender com os outros. A mansidão dos velhos mostra muito bem esse significado, muitos anos juntos, muita semelhança conquistada, e um advinha o outro sem falar, sem tocar! E os velhos que não param de brigar? Ah! Esses são tão diferentes que não entendem nem a si próprios! Não renunciam a nada que agride o outro e como resposta provam do mesmo veneno. E é esse veneno que ainda os mantém ligados e jamais desejam uma separação.
Por outro lado, aqueles que convivem sem brigas e sem discussões, cada dia que passa conhecem menos o outro. Estão “aceitando” e cedendo a cada solicitação do diferente, mesmo despedaçando sua estrutura de defesa, são os mansos! Um belo dia a incompatibilidade no chegar perto e discutir as diferenças tem um fim: a separação. Tudo foi milimetricamente medido até o transbordo! Sem falar, sem tocar, só somando. Isso sim é muito perverso! Cada pessoa é única e jamais pensam de forma igual!
E duas árvores ao vento da floresta, com casca áspera e cheia de ondulações, rangeram tanto no toque que em vez de ferirem-se, alisaram-se pelo contato e ficaram mais coladas uma na outra, para sempre!

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