quarta-feira, 13 de julho de 2016
REVIRANDO A CASA DE TOBIAS
O prédio atual da FDUFPE (Faculdade de Direito da
Universidade Federal de Pernambuco) hoje se coloca como um peixe fora d’água.
Todas as unidades componentes da Universidade Federal de Pernambuco já estão
locadas na Cidade Universitária e a representante maior de nossa Universidade
Federal, a antiga Faculdade de Direito do Recife, ainda jaz fora dos limites do
campus universitário de Pernambuco. Isso se deve ao fato do “tradicionalismo do
Direito” querer fazer regra que agride a regra maior qual seja a centralização
dos cursos superiores da universidade em questão, na hoje Cidade Universitária.
O motivo foi bem claro: formar-se na “Faculdade” onde estudaram grandes
mestres, tais como Tobias Barreto, Joaquim Nabuco, Silvio Romero, Raul Pompeia,
Epitácio Pessoa, Graça Aranha, Nilo Peçanha, João Pessoa, Pontes de Miranda,
Assis Chateaubriand, José Lins do Rego. Talvez essa ideia tenha sido válida
tempos atrás quando o valor histórico de monumentos vivos, como é o da
Faculdade de Direito, não eram valorizados como os são na atualidade. Durante
esse período, souberam os mantenedores desse patrimônio mantê-lo perfeito como
se encontra hoje em dia, com seus belos jardins e edifício que datam de 1912,
ou seja, com 103 anos de construídos.
A
FDUFPE, depois de construir mentes que aprenderam a valorizar a nossa história,
pode muito bem mudar-se para conviver com seus pares, ou seja, as faculdades de
Medicina, de Engenharia, de Arquitetura, de Letras e tantas outras que ali
estão. Isso não irá mudar o garbo nem o brilho intelectual desses jovens que
farão o direito no Brasil. Isso posto, qual seria então o destino desse patrimônio
histórico e cultural – o sítio histórico onde está a antiga Faculdade de Direito
do Recife?
Inicialmente,
temos que explorar toda a área e entender que o prédio principal deve ser
ocupado para fins de uma atividade cultural de alto nível, tal qual um museu
específico de ciências em todos os campos, no qual deverá existir uma área
dedicada à história da Faculdade de Direito no estado de Pernambuco, desde seu
início, em 1828, até os nossos dias. Para tanto, deve ser especificado com
placas indicativas o material usado em cada detalhe do edifício, assim como a
citação da época das mudanças sofridas no tempo. Essas placas indicativas
também devem acontecer no campus de um modo geral, incluindo os tipos de árvores,
de arbustos e de espécies de vegetação com seus nomes científicos e populares.
Também deve ser destacado o mobiliário que deve complementar os já existentes.
A
acessibilidade, que não era levada em conta na época, deve agora ser pensada no
todo do campus, incluindo os jardins, as áreas externas e o interior da
edificação. Tudo bem pensado de acordo com Projetos Paisagísticos de Sítios
Históricos. Caso as verbas do governo não suportem um projeto como tal, que
seja aberta concorrência para exploração particular durante um período para
tirar o investimento. Durante esse contrato de parceria, a empresa privada deve
respeitar os projetos arquitetônicos e paisagísticos dados pelo poder público,
assim como supervisionar a gestão do empreendedor que deve cuidar da manutenção
de todo o campus, inclusive das edificações e de seus mobiliários e acervo
técnico-científico e social.
Parques
infantis e quiosques com venda de utilidades, de lanches e de materiais
históricos e kits de como recuperar peças históricas serão implantados por
terceiros que pagarão um aluguel pelo espaço ou faturamento. Pode-se também
pensar em um espaço para projeções de filmes históricos e técnicos.
Infelizmente,
a área terá que ser resguardada com limites intransponível, aos quais visitantes
terão acesso por uma entrada exclusiva, com segurança total. Para manutenção do
museu será cobrada uma entrada com valor acessível e uma comissão do comércio
que se fará no sítio histórico. Acontecendo praticamente no centro do Recife, o
projeto tem tudo para dar certo. Obedecendo-se a todo o planejamento que inclui
os quereres da população, dos amantes da casa de Tobias e demais intelectuais,
temos certeza de que o projeto “A NOVA CASA DE TOBIAS” será vitorioso.
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