segunda-feira, 4 de julho de 2016
DESCONSTRUINDO AS COMEMORAÇÕES
O
ser humano vive sempre em busca de uma vida de corre-corre e frustrações. A
criação de datas comemorativas em excesso cria amarguras quando, no decorrer da
vida, famílias abastadas perdem seu status social e não podem fazer
comemorações tão brilhantes quanto fizeram quando ricas. O mesmo acontece desde
cedo para famílias carentes. Quando nasce um bebê, festejamos o acontecido e, a
partir daí, uma série de comemorações se sucedem: batizado; primeiro ano e
todos subsequentes, com destaque para os 15 anos; formaturas – da
alfabetização, do ensino fundamental, do ensino médio, do curso superior, das
pós-graduações; noivado, casamento e todas as bodas possíveis. Tudo isso além
das datas características impostas pela sociedade, como o natal, o ano novo, o
São João, o carnaval, o dia do trabalho e outras tantas comemorações. Os que
têm posses festejam todas essas datas de forma completa, com tudo que as
centenas de convidados merecem. E os que não têm provento suficiente para essas
comemorações? Eis que vêm os reclamos da vida, as aflições e uma série de frustações.
Tudo isso graças à vaidade do ser humano.
Em
cada uma das situações acima, tudo aponta para o prazer de mostrar à sociedade
que se é um vitorioso, pois acontece com sua família o que muitos desejam e não
conseguem, muitas vezes até por não existir o motivo para comemorar (não ter
filhos, terem ocorrido mortes na família, etc.). Esses grandes festejos
frustram as famílias carentes. Até que ponto, então, devem ir as nossas
obrigações para com essas datas?
Todos
são unânimes em afirmar que essas comemorações existem para que a sociedade
seja informada desses eventos privados. No entanto, essa mesma sociedade jamais
irá interferir no acontecimento anunciado e, muito pelo contrário, sempre
buscará motivo para criticar o acontecido. Assim, acho muito válido que essas
celebrações sejam feitas junto àqueles que acompanham e tornam possível cada
uma dessas vitórias. Nunca devemos esquecer que a felicidade vem de dentro de
cada um de nós e não de outras pessoas ou lugares! A educação social deve
incluir na família o respeito pelas datas insólitas, mas não exacerbar o valor
desses dias a ponto de amanhã frustrar-se pela falta de comemoração desses eventos.
Todos os dias são iguais, as diferenças foram criadas para entreter a vida.
“Nunca
esquecerei meus quinze anos!” Sim, com comemoração ou não. Tudo que é desigual,
do comum ou regular, sempre será lembrado, desde que você tenha vivido um dia
diferente.
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