quarta-feira, 9 de novembro de 2016
MOBILIDADE NO RECIFE
Os princípios da acessibilidade, em qualquer parte do
mundo, contemplam o direito de todo cidadão de ir e vir na utilização plena de
seus sete sentidos, ou seja, de seus sensores em relação ao meio que rodeia.
Assim, vamos nos deter na mobilidade ou no direito de ir e vir.
Particularmente, falaremos de algo grave na cidade do Recife: as calçadas e
suas problemáticas. Adiantamos que o
não uso das calçadas levam os transeuntes a trafegarem nas vias destinadas aos
veículos, prejudicando, então, a mobilidade dos pedestres e dos automóveis. O
projeto das calçadas guarda certas características sem as quais fica sem
sentido a sua existência. Essas características não devem estar estabelecidas
nos códigos das prefeituras, e, por isso, quando a sua construção passou para a
responsabilidade dos proprietários servidos por elas, tantos erros têm sido
cometido no processo.
O
desnível em relação ao leito das ruas deve ser de no mínimo 20 (vinte)
centímetros, para os carros não
subirem os passeios quando estacionam ou desgovernam em baixa velocidade. A largura da calçada deve ser em
torno de 2 (dois) metros, incluindo 1,20 (um e vinte) metros de passeio, 60
(sessenta) centímetros de inclinação entre o meio-fio – rebaixado para 10 (dez)
centímetros o passeio em frente a entradas de auto –, e, finalmente, 20 (vinte)
centímetros de canteiro para absorver a água das chuvas que escoam dos muros ou
jardins das edificações. Esse detalhe não
é respeitado e se utiliza o próprio passeio com, às vezes, inclinação maior que
30% (trinta por cento) para fazer o acesso a estacionamento ou à entrada de
lojas. O meio-fio
jamais deve ser nivelado com a rua e o acesso se faz com talude, possibilitando
que a linha d’água passe entre o meio-fio e o talude. Pode-se colocar um tubo
junto ao meio-fio e cimentá-lo, buscando o acesso à pista dos carros. Isso, no
entanto, requer uma manutenção mais complicada como desentupir o tubo ou
substituí-lo quando quebrado ou amassado. Finalmente, os passeios das
calçadas devem ser contínuos e com no máximo 2% (dois por cento) de inclinação
para escoamento das águas para o leito das ruas. A grande verdade é que afora
todos esses erros de projeto é somado ainda a não renovação da arborização que,
centenárias, quebram as calçadas, invadindo o passeio e deixando-os
intransitáveis, o que obriga os cadeirantes, idosos e crianças, altamente
vulneráveis, a invadirem o logradouro junto com o público em geral. Deixaremos
de citar os projetos públicos de calçadas com inclinação de até 45o
(quarenta e cinco graus) como temos o exemplo na Av. Agamenon Magalhães no
trecho oposto ao Derby, que atualmente está sendo corrigido após dezenas de
anos!
Explanamos
simplesmente os defeitos básicos de nossas calçadas, não comentamos as rampas
necessárias para acesso de pessoas especiais, assim como outros detalhes que
devem enriquecer os projetos de calçadas, como pisos de alerta, aspereza, e
mobiliário pertinente.
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