AS MAIS LIDAS DA SEMANA

AS MAIS LIDAS DA SEMANA
AS MAIS LIDAS DA SEMANA

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A SÍNDROME DO TOQUE

         Acho que até agora ninguém nunca ouviu falar dessa característica de certas pessoas que nós definimos como a “SÍNDROME DO TOQUE”. Isso não é uma doença, mas sim uma característica tal qual é a forma de andar e de sentar-se. Não devemos confundir com o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), tão decantado, que é uma espécie de neura ou mania exacerbada de alguma atitude, por exemplo: compulsão em lavar as mãos, fechar o carro ou portas e testar várias vezes, organização excessiva, etc.
            A SÍNDROME DO TOQUE (ST) é a aversão de uma pessoa ao toque em sua pele (o maior órgão do corpo humano) por outra pessoa. A ST se reporta ao pós-natal e tem sua origem na falta do toque em sua pele como acontecia no pré-natal através do encostar do feto no útero materno. Aprendemos com Silvana Sacharny em seu texto publicado na internet escrito em Setembro de 1988:

 Muito cedo, trocas importantes intra-útero se estabelecem entre a mãe e o seu bebê, toda vivência humana, desde o período pré-natal imprime no ser o que podemos chamar de memória sensorial. Nesta díade original mãe-bebê, o bebê vive um estado de total indiferenciação, não existindo ainda a percepção de um campo externo e outro interno. O toque e a massagem, com a qualidade de profundo respeito permite ao sujeito reconectar a confiança em suas sensações, sentimentos e na comunicação com o outro.”

       Com o nascimento, o recém-nascido experimenta a enorme mudança que é traduzida como um terrível desamparo e dependência da mãe ou de seu cuidador. São esses primeiros meses de vida que formarão a organização somato-psíquica da criança que terá que se adaptar à nova vida, ao tempo e à qualidade de vida almejada por todos.
As grandes consequências da ST aparecem em mudanças de comportamento, como: a rejeição de seu próprio corpo não se permitindo receber toques e o escondendo o máximo possível; a insegurança nas atitudes que não são revistas e seguem continuamente momentos do passado sem renovações; falta de amor próprio que repercute com radicalismo e agressividade para com as outras pessoas. A falta da consciência de que a pele é o limite entre o seu interior e o meio externo é o grande inibidor do toque de terceiros, como se esse contato desnudasse o seu interior já dilacerado pelas frustações do viver pela metade, com medo das reações de si mesmo.         

            A reconquista dos prazeres de viver o todo só poderá acontecer com a consciência de que são necessários os contatos físicos regulares para colocar em ordem as elisões dos contatos da pré-infância. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário