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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

A SEGURANÇA E O MEDO

            Quando se nasce, apenas dois medos caracterizam os humanos: o de cair e o de ruídos fortes. Os demais medos são gerados durante a vida. Queremos hoje sobressair as qualidades das pessoas que são medrosas e por isso muitas vezes criticadas pela sociedade. É bom se ter consciência de como as características humanas comandam o viver de modo que se atinja um dado resultado.
            Quem age sempre sem alguma autorrepressão é porque não arrisca sua vida ou não tem medo de fazê-lo. E por que valorizar tanto a vida? A vida é o bem mais valioso que se tem. Aqui estamos para manter a espécie, através da reprodução, ou ajudá-la a se perpetuar além do hoje. Para tanto, sofremos e gozamos periodicamente até a morte, quando concluímos as nossas tarefas demandadas. Ninguém tem o direito de exigir-se a todo bem ou gozo ou a todo mal ou sofrimento. Suas atitudes irão dosar os eventos, e é bom que sejam sem radicalismos, pois os extremos fogem da média e do regular ou “normal”.
            Quando o medo não acontece para alguma pessoa, ela se joga de corpo e alma para o uso das vontades prazerosas definidas pelo seu corpo sem olhar as consequências que podem estar por vir. Um esporte radical, um vício pernicioso, uma companhia mal escolhida e vários outros argumentos podem levar o sem medo ao fundo do poço. É o medo que desacelera o viver sem parcimônia, tornando a própria vida e a dos seus pares prazerosas. Quando se vive em sociedade, a vida de cada um pertence a todos. Você canta, você constrói, você cura, você diverte, você cria, você, enfim, ajuda a todos com seus encantos! Cada pessoa é única e não devemos furtar o mundo daquele que é único e irreproduzível. Quando nos socializamos, começamos a pertencer ao mundo e não mais somos senhores da nossa existência.
            Nunca se afaste do medo, ele é a sua segurança. Na juventude: quando você joga, quando você faz esportes, quando você usa drogas, quando você se apaixona; e no ocaso: quando você come, quando você bebe, quando você sobe, quando você veste, quando você calça, quando você fala. O homem sem medo faz medo à humanidade, pois quem não ama a sua própria vida jamais pode respeitar a vida dos que convivem em seu meio.

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