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sábado, 16 de setembro de 2017

GRAVIDEZ E IMUNIDADE

        Quando um aumento de vírus ou de bactérias ou mesmo um elemento estranho acontece em nosso corpo surge uma reação fisiológica para realinhar as nossas características alteradas por esses elementos. Isso é denominado de reação imune, que se é mais rápida ou mais lenta dizemos que a nossa imunidade está alta ou baixa, respectivamente. É dessa forma que o nosso corpo se defende dos males que querem desequilibrar a nossa estabilidade vital. Quando nos vacinamos, geralmente inoculamos em nosso corpo vírus ou bactérias debilitadas e em pequenas quantidades para que o nosso sistema imunológico lute contra esses intrusos de forma objetiva, estabelecendo a regularidade do organismo e sinalizando-o para produzir mais anticorpos que virão em nossa defesa nos casos de possíveis assimilações desses males. É por isso que só podemos receber sangue, em transfusões, quando ele é compatível com aquele que temos em nosso corpo. O mesmo serve para transplante de medula e tantos outros órgãos ou elementos residentes em nós, que se não fossem compatíveis nosso corpo rejeitaria de imediato pelos mecanismos de imunidade.
            Quando um óvulo é fecundado, uma invasão no corpo da mulher é iniciada. O espermatozoide do inoculador, um elemento estranho, invade o corpo feminino. Primeiro por uma única célula, o ovo. A partir daí, ocorre a multiplicação celular e, até chegar ao embrião, cada vez mais aumenta a invasão no seio feminino que como qualquer corpo singular dá início à rejeição do feto através das características da imunidade, que terminaria pela expulsão do embrião, ainda frágil, do útero materno. E aí, como estaria a manutenção da espécie? A natureza é sábia! A forma de acontecer essa introdução do componente estranho leva o organismo feminino a reduzir seu nível de imunidade, permitindo o desenvolvimento do embrião ao feto com luta constante entre o milagre da vida e o nível de imunidade. Assim, nos primeiros meses de gravidez, é vital, em busca desse equilíbrio, uma superproteção ao corpo feminino. Com a imunidade baixa, o organismo da mulher fica sujeito à incursão de qualquer doença, e por isso a alimentação, o repouso e a paz têm que conviver com a futura mamãe.
            Esse fato estranho no mundo dos mamíferos nos faz refletir acerca da origem desses animais. Não conheço detalhes da reprodução dos vegetais, dos fungos e de outras espécies, mas a necessidade da reprodução da espécie como objetivo vital é um contrassenso com a rejeição humana do embrião. Acreditamos, no entanto, que a origem dos mamíferos contemplou o hermafroditismo, quando um único ser se autoinoculava para produzir a sua prole. (Leia nosso trabalho: Éramos todos hermafroditas)

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