quarta-feira, 28 de março de 2018
AMOR E EXCLUSIVIDADE
O
condicionamento social se constitui numa grande força que influencia os modos
das pessoas agirem, principalmente em seus relacionamentos a dois. Normalmente
as atitudes que nascem devido ao condicionamento são automáticas e pouco
conscientes. Inclusive os conceitos das atitudes são modificados escondendo,
mais e mais, o verdadeiro motivo daquele estar ou movimentar-se durante a vida.
Vamos aqui delinear um fato muito simples que ocorre entre os casais por puro
condicionamento social.
Quando
duas pessoas se relacionam ou começam a “ficar”, elas dizem que estão amando.
Cada uma que ressalte os dotes e as prendas do par, levando a crer que o amor
veio dessas qualidades e outras tantas que serão capazes de manter aquela união
por anos a fio. Ninguém fala sobre necessitar do outro para desfrute da vida
com mais prazer e como companhia que venha a fortalecer um viver mais
proveitoso. Tudo é justificado pelo amor surgido de repente! Ninguém fala das
atitudes complementares ou da cobertura das necessidades faltosas em si mesmo,
tudo é simplesmente para satisfazer o amor!
A verdade é que o amor
é o grande desejo de que o outro pertença a você com exclusividade, quando o amor não
entra na conversação, a relação não fica diferente de tantas outras e cada um
vale o mesmo para qualquer um, mais ou menos que o outro. Assim vemos que a
palavra amor serve para selar uma busca por um pertencer exclusivo: eu te amo,
então pense duas vezes em suas atitudes; eu te amo, então você tem que me amar;
eu faço isso pelo amor que tenho a você; o amor atravessa montanhas.
Quando não
se ama, a relação busca soluções imediatistas. Estou apenas “ficando” com você. Amanhã posso estar com outra
pessoa, nada é exigido, nada é obedecido. Assim sendo, a forma que se encontrou
de dizer que somos exclusivos é falar que nos amamos! Devido a esse fato, a
primeira coisa que se fala quando se busca por uma separação é dizer
simplesmente, “não te amo mais”. Essa é a forma de desfazer a ligação que tinha
continuidade e dava exclusividade ao querer bem! Assim analisando, vemos que
tudo se encaixa. Quando se diz “meu amor acabou” estou dizendo: volto a
pertencer a todos!
As referências
aqui colocadas são uma forma de se ter consciência do significado dos
sentimentos e de não materializá-los com simples palavras que absorvem as
desculpas dos momentos pouco definidos pelos anseios que não terão de ser
justificados a terceiros.
quarta-feira, 21 de março de 2018
MUDANÇAS NOS COLÉGIOS
A escola sempre foi posta, junto
à sociedade, como um braço das famílias de seus alunos. Era uma via de mão
dupla, onde inclusive existiam horários extras, sala de recuperação de
conhecimentos gratuita de um lado; e a colaboração das famílias em cotas para
festinhas, construção de quadras esportivas, piscinas etc., do outro. Tudo isso
acontecia na maior harmonia entre pais e mestres ou lar e escola. Com o descaso
do governo em prover os estados e as cidades de instituições de ensino, teve
início a busca por pessoas menos aquinhoadas ou de comunidades carentes por
escolas particulares que serviam as classes mais abastadas.
Agora
as poucas escolas estaduais ou municipais tornaram-se superlotadas e o
acréscimo de professores e serviços para essa nova demanda, que não para de
crescer a cada ano, e a estagnação na construção de novas escolas levaram a
educação pública ao fracasso.
Isso
causou a evasão de alunos das escolas públicas e o crescimento da procura pelas
escolas de administração privada. Não podendo esses novos estudantes arcar com
os custos da sua educação, os pais, responsáveis por esse pagamento, criaram um
sindicato para medir forças com aquele formado pelos donos de estabelecimentos
de ensino. Dessa forma, regras de aumento das mensalidades foram ditadas pelo
governo que começou a interferir na livre iniciativa, encobrindo sua
irresponsabilidade diante de seu descaso no que concerne a prover a educação do
povo.
Nessa
época, o número de cursinhos pré-vestibulares crescia e os cursos médios se
tornavam apenas lugares onde buscar certificados de conclusão do ensino médio
para a entrada nas escolas superiores. Com a queda do nível do conhecimento nas
escolas e consequente evasão, mais uma reforma foi feita. Os três anos do
ensino médio foram formatados em dois anos, cobrindo os conhecimentos do nível
escolar e o terceiro ano, contemplando apenas as disciplinas que seriam
cobradas nos exames vestibulares específicos. Era o terceiro ano-cursinho.
Assim o preço das escolas nivelou-se ao dos cursinhos, pois tinham que pagar
mais caro a professores conhecidos e que já ensinavam em cursos preparatórios.
Consequências: inflação nas mensalidades e dois anos do ensino médio com
professores que buscavam “passar” o aluno sem se preocupar com a missão maior e
única do docente: transmitir conhecimento aos seus discípulos!
quarta-feira, 14 de março de 2018
VOCÊ REVIVE PELO DNA
O
reviver de antepassados através do corpo de um filho, de um neto ou de um
bisneto tem sido, às vezes, apontado por certas religiões como uma forma de
reencarnação daquele ascendente. Isso daria uma continuidade do viver daquela
pessoa, eternizando o
conceito de alma ou espírito. Essa forma de identificar aquela pessoa como um
de seus ancestrais advém das semelhanças físicas e de atitudes que são
observadas no cotidiano do jovem parente. Essa identificação pelas pessoas que
conviveram com o ascendente e agora com o novo suscita um critério de
credibilidade incontestável. Enquanto a ciência não tinha conhecimento das
características inatas dos seres vivos, isso era bastante razoável para
justificar todo esse caudal de semelhanças existentes.
Hoje,
sabemos que as células constituintes de nosso corpo possuem uma molécula comum
denominada DNA. Essa molécula traz todas as informações que caracterizam o
nosso corpo, como: a cor dos olhos, a altura, as doenças prováveis durante a
vida, os comportamentos mais comuns, etc. O DNA ou ADN (em português: ácido desoxirribonucleico), em seus
segmentos, define os genes característicos do ser vivo que em seu conjunto são
denominados de genoma da espécie. Esses genes trazem heranças de nossos
antepassados, geração após geração, e, por isso, guardamos determinadas
lembranças e trejeitos vivenciados ou vividos por nossos ancestrais. Assim, a
interpretação das heranças por simples espiritualidade recebe auxílio da
ciência de forma pragmática através das novas descobertas científicas que são
capazes de nos apontar outros caminhos mais conclusivos.
Sonhos
insistentes de lugares nunca navegados por nós, lembranças de locais visitados
como se não fossem pela primeira vez, aptidões ou habilidades características
são possivelmente informações que já temos em nossos genes e que foram jogados
para o consciente naqueles momentos de releitura, trazido das informações
contidas em nossas heranças genéticas. Essa é a linha da vida eterna no reviver
através de nossos descendentes momentos, certamente fortes ou comuns, que foram
vividos e não se encantaram no declínio de nossas vidas. Esse milagre do
cotidiano vivido e que não sucumbe com a morte nos garante o nascimento de
gênios que tiveram a sorte de herdar os genes mais cobiçados por todos que
gostariam de eternizar a sua passagem na Terra para a posteridade!
quarta-feira, 7 de março de 2018
O GOVERNO VADIO
A
missão do professor antigo era traduzida como um apostolado, ou seja, serviço
tal qual o religioso, cuja dedicação não visava à remuneração e quem o praticava
era levado, muitas vezes, ao sacrifício pela devoção. Assim o esmero pelo saber
transcendia os interesses pessoais. Com o evento dos cursinhos e outros tipos
de ensino extraclasse, os professores começaram a ser mais bem remunerados e a fazer
uso dessa subida de nível social. Os docentes do ensino básico, desse modo,
também exigiram, por meio de seus sindicatos, remuneração compatível com aquela
de seus pares.
Assim,
acostumaram-se a luxar de forma igual aos professores de cursinho com conforto
maior em casa, no carro e nos eventos sociais da época. Hoje uma escola cobra
para o curso de ensino médio uma mensalidade que atinge até mais de três vezes
os preços das mensalidades de cursos universitários em IES (Instituições de
Ensino Superior) ou universidades. Dessa forma, vemos mais uma incoerência nos
valores destinados à educação formal.
O
governo, em vez de zelar pela educação básica, preocupa-se com a superior. Por
que isso? Muito simples. Os alunos universitários têm a obrigação de votar, sendo
assim, os governos pensam em conquistar esses votos tornando mais acessível o
ensino superior. Infelizmente nunca o governo cria uma lei em benefício do
povo, quando isso aparentemente acontece, esconde-se, por trás, o verdadeiro
espírito da lei.
Por
que não existir o FIEB (Financiamento do Ensino Básico – Fundamental e Médio)
ou o PROBASE (Programa de Ensino Básico para todos)? O FIEB teria a garantia
dos pais ou do avalista, e o Probase com prova tipo “ENEM”. A forma de ingresso
nesses programas, o governo é que dite! Outro motivo para não existirem esses
programas é o universo que seria atingido. Mas isso é muito simples. Qualquer
escola do governo tem custo, pelo menos, dez vezes maior que a escola de
administração privada! Então qualquer programa que contemple bolsas nesse nível
será muito mais em conta e efetivo quando na escola particular do que na
criação de escolas “públicas”.
Ninguém
ver políticos quaisquer, majoritários ou minoritários, preocuparem-se com isso.
É tudo uma questão deles sempre trabalharem em benefício próprio e não das
comunidades que os elegeram. Mas, um dia “o Sol há de brilhar mais uma vez”.
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