quarta-feira, 21 de março de 2018
MUDANÇAS NOS COLÉGIOS
A escola sempre foi posta, junto
à sociedade, como um braço das famílias de seus alunos. Era uma via de mão
dupla, onde inclusive existiam horários extras, sala de recuperação de
conhecimentos gratuita de um lado; e a colaboração das famílias em cotas para
festinhas, construção de quadras esportivas, piscinas etc., do outro. Tudo isso
acontecia na maior harmonia entre pais e mestres ou lar e escola. Com o descaso
do governo em prover os estados e as cidades de instituições de ensino, teve
início a busca por pessoas menos aquinhoadas ou de comunidades carentes por
escolas particulares que serviam as classes mais abastadas.
Agora
as poucas escolas estaduais ou municipais tornaram-se superlotadas e o
acréscimo de professores e serviços para essa nova demanda, que não para de
crescer a cada ano, e a estagnação na construção de novas escolas levaram a
educação pública ao fracasso.
Isso
causou a evasão de alunos das escolas públicas e o crescimento da procura pelas
escolas de administração privada. Não podendo esses novos estudantes arcar com
os custos da sua educação, os pais, responsáveis por esse pagamento, criaram um
sindicato para medir forças com aquele formado pelos donos de estabelecimentos
de ensino. Dessa forma, regras de aumento das mensalidades foram ditadas pelo
governo que começou a interferir na livre iniciativa, encobrindo sua
irresponsabilidade diante de seu descaso no que concerne a prover a educação do
povo.
Nessa
época, o número de cursinhos pré-vestibulares crescia e os cursos médios se
tornavam apenas lugares onde buscar certificados de conclusão do ensino médio
para a entrada nas escolas superiores. Com a queda do nível do conhecimento nas
escolas e consequente evasão, mais uma reforma foi feita. Os três anos do
ensino médio foram formatados em dois anos, cobrindo os conhecimentos do nível
escolar e o terceiro ano, contemplando apenas as disciplinas que seriam
cobradas nos exames vestibulares específicos. Era o terceiro ano-cursinho.
Assim o preço das escolas nivelou-se ao dos cursinhos, pois tinham que pagar
mais caro a professores conhecidos e que já ensinavam em cursos preparatórios.
Consequências: inflação nas mensalidades e dois anos do ensino médio com
professores que buscavam “passar” o aluno sem se preocupar com a missão maior e
única do docente: transmitir conhecimento aos seus discípulos!
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