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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O SAMBA DO CRIOULO DOIDO


Já se passaram mais de doze anos e o Governo Federal não define uma política de avaliação das escolas superiores. Sempre preocupado em criar instrumentos para julgar a eficácia da educação brasileira, o Estado tem se perdido devido as suas atitudes passionais, criando sempre um formato que beneficia as escolas estatais e, consequentemente, penaliza as privadas.
Os professores das instituições estatais quase sempre têm facilidades em mestrados e doutorados, pois fazem intercâmbio com os estados mais ricos ou buscam parcerias com instituições estrangeiras. Inclusive com remanejamento entre suas “filiais” nas cidades próximas. Isso representa o investimento maior do Estado, por esse motivo exigem das IESP (Instituições de Ensino Superior Privadas) o mesmo investimento, no entanto o formato de universidades é distinto daquele das particulares. As universidades são voltadas para o ensino, a pesquisa e extensão, enquanto que as escolas privadas para o ensino aplicado com apenas iniciações à pesquisa e uma tímida extensão.
Além disso, existe a dificuldade de se obter, em cidades distantes dos grandes centros urbanos e menos favorecidas com o progresso, professores com disponibilidade de tempo, principalmente agora depois da abertura desenfreada de IES.
Outro ponto é o julgamento incabível da escola, pelo seu corpo discente. Nas faculdades estatais, que pouco exigem dos alunos o conhecimento e a frequência, os estudantes não criticam, pelo contrário, elogiam, pois eles reconhecem que vão sair dali com seus diplomas e a própria orfandade em relação à direção da escola não dá cabimento a reclamações maiores.
Em se tratando de uma escola não estatal ou de administração privada, o ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) já se torna uma oportunidade de vingança dos alunos contra a escola que cobra uma mensalidade e exige eficiência no aprendizado e na conduta, coibindo depredações e comportamento pouco cidadão no trato com a comunidade. O resultado é os alunos estigmatizando a instituição de ensino durante o exame, inclusive como uma forma de chamar a atenção da diretoria, que existe e é participante.
O deputado Lelo Coimbra comenta a tensão existente entre Governo e IES privadas nas avaliações e diz, segundo artigo publicado na revista Ensino Superior de outubro de 2009: “...ministro é mais transigente com as públicas do que com as privadas...”. O caso ENEM (divulgação das provas antes de sua aplicação) é bem sugestivo e alerta para possíveis eventos semelhantes naquelas provas do ENADE. Não se pode confiar em resultados que, de início, pecam em se tratando de lealdade. Como se pode confiar no resultado da correção das provas do ENADE se não existe participação das instituições envolvidas?
As unidades de ensino em cidades das regiões Norte e Nordeste pouca ajuda têm do próprio mercado. As empresas com matrizes na região Sudeste, por exemplo, são pouco acessíveis e preferem colaborar com as faculdades dos centros mais desenvolvidos, porque só assim sua ajuda terá maior visibilidade política. Doações a qualquer título também pouco acontecem, pois, o contingente de alunos não é convidativo ao investimento que exige divulgação maciça. A cada semestre, novas diretrizes são criadas para as avaliações do ensino superior, então todo o investimento e preparo do pessoal docente e administrativo para acolher os novos ditames é fadado a transformar-se em investimento falido, pois, de repente, as regras mudam outra vez. É o próprio samba do crioulo doido!

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