AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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sábado, 28 de novembro de 2009

A ESCOLA DE HOJE PARA O AMANHÃ

A evolução social e científica leva, em certos momentos, os educadores a reverem seus projetos de práticas de ensino. Algumas vezes, as transformações generalistas ferem o tradicional e levam o conhecimento pelo ralo. Foi o que aconteceu com a teoria dos conjuntos que, ao chegar perto demais de conceitos matemáticos básicos e objetivos, fez com que os mestres esquecessem os fundamentos da ciência exata. Foram mais de 20 anos de atraso na absorção dos conhecimentos matemáticos pelos alunos. A colocação dessa teoria no seu verdadeiro lugar, como extensão do saber, salvou a sua adoção até os dias de hoje.
A era da informática, que evolui desde os anos 80, tem levado os mestres da educação a atropelarem os saberes, mostrando vaidosamente, fora de tempo ou de forma intempestiva, os seus conhecimentos virtuais aos seus alunos. A maturação da informação necessita de momentos reflexivos e não é compatibilizada com a escassez da apuração praticada pela informática.
Assim, as facilidades e imposições do conhecimento comum, através dos meios eletrônicos, têm impregnado o conhecimento em “preto e branco”. Nas mentes dos alunos, a riqueza do construir nas “cores” de cada um foi se perdendo pela falta de diversidade cromática nos ensinamentos. O resultado é o igual para todos, que não constrói nem cria a variedade de soluções tão necessárias no mundo desigual de hoje.
Tudo enseja a um padrão que acontece de forma virtual e assedia todos que, orgulhosamente, veem a adoção das práticas computacionais como o grande progresso do fazer rápido sem perda de tempo para construir. O que se quer já está pronto, inclusive, com as mais diversas variações possíveis, pensadas por escravos da estatística, mas que não contemplam o seu investir na única diferença que se tem dos animais ditos irracionais, maior inteligência ou poder para criar o diferente.
Infelizmente, o conhecimento de hoje tem acontecido simplesmente por meio do diagnóstico: dizer que um determinado fato acontece porque falta tal elemento ou tal outro está sobrando! Mas, e o que fez essa falta ou essa sobra? Não importa, a pesquisa não dá dinheiro! Os anos a fio de acúmulo de informações sem doutrinas têm levado os homens de hoje a esse pensamento. Temos de reverter esse quadro, levando o ser humano a usar a mente com todo o seu potencial.
A reconstrução do potencial de criatividade, imaginação e de criar o novo terá que acontecer. O uso ostensivo de práticas audiovisuais em sala de aula tem inibido o diálogo e a abertura de novos espaços na discussão sobre a ciência. É preciso evitar essa prática de forma exagerada e polemizar os conceitos de forma a excitar os alunos à busca de novos paradigmas científicos. A abertura da mente para o novo tem que ser construída. As mudanças no ensinar, partindo-se para a reconquista da mente analítica em lugar da emocional ou digital, têm que ser praticadas.
Dizem os estudiosos das necessidades futuras que as profissões, a partir de 2010, vão mudar. O estudo atual de temas ilhados deve fenecer e a interdisciplinaridade tem que gerir o ensinar de hoje. Nada acontece de forma isolada. No mundo globalizado atual, nossos alunos têm que fazer parte desse carrossel maravilhoso que é a descoberta de novos caminhos nas encruzilhadas da ciência. O NYLon, por exemplo, foi descoberto em “Nova York” e “Londres”, simultaneamente, e por isso o seu nome. É o pensar que faz a diferença.
Decorar ou memorizar conceitos e informações terá que dar lugar à compreensão analítica dos eventos. Teremos que fundamentar os conceitos e permitir que o estudante viaje nesses princípios para, enfim, chegar às conclusões almejadas, apenas apontadas pelo mestre, e, em seguida, aperfeiçoadas.
O importante é voltar a dar oportunidade para a participação do discente na sala de aula. Valorizar suas ideias, corrigindo-as, quando necessário, e justificando o porquê daquela resposta dada por ele. Ou seja: apontar o erro na transmissão do ensinamento que levou o aluno àquela resposta não correta. Esse formato anima os alunos a novas investidas sem que tenha afetado sua autoestima .
Mostrar que a intimidade com a ciência permite uma série de mudanças em seus pragmatismos levará o aprendiz a querer sempre, mais e mais, o fortalecimento dos conceitos. Consequentemente, o poder de mudar as velhas diretrizes para outras mais consubstanciadas, nos dias de hoje, levará o novo para o mercado. Esse novo inclui acrescer aos objetivos dos trabalhos algo que irá aparecer como o amor pelo fazer, tão esquecido nos dias de hoje. Os professores agora terão de ensinar as doutrinas das “coisas”, e não, pregar o aceitar as justificativas do “porque são assim”. Investigar o como e o porquê algo é, está assim ou aconteceu, é a grande descoberta.

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