Por um lado, as maiores pontuações acontecem em características próprias das Universidades Federais, por exemplo, a qualificação dos professores. Por outro, a metodologia empregada nas avaliações cerceia o poder das particulares, pois os avaliadores são sempre equipes quase que exclusivamente do Governo.
Como se não bastassem, essas grandes discriminações atingem o ápice quando feitas de forma indireta, utilizando-se de um exame aplicado aos alunos da entidade privada que, entre outras coisas, cobra uma mensalidade e exige cumprimento de deveres dos alunos; o que pode levá-los a se tornarem inimigos gratuitos da instituição. E, durante o exame, a escola “sofrer” uma qualificação revanchista dos discentes.
Além dos vários pontos negativos para a escola particular nos exames aplicados pelo MEC, fato já apontado em artigos anteriores, atualmente, surge a incerteza da lealdade destes em relação às escolas públicas e privadas, depois do vazamento, agora público, dos quesitos das provas do ENEM, que não deixa de respingar algo semelhante nos exames do ENADE.
A parceria dos homens que se dedicam à educação em nosso país não tem sido de mão dupla como esperada. Os próprios ministros, como já aconteceu com Paulo Renato, são os primeiros a insuflarem o povo contra as IES particulares, fazendo declarações públicas acerca das notas, dos antigos provões, obtidas pelas federais e pelas escolas privadas.
O custo do ensinar bem é tão alto que o governo apenas contempla, com vagas-escolas, 20% da população de estudantes ativos. Os 80% restantes são contemplados pelas universidades e IES privadas. Quando falamos do custo do ensinar bem, estamos nos referindo não apenas ao valor pecuniário, mas, principalmente, à organização, à motivação e aos critérios de avaliação que permitem ao aluno um comportamento cidadão.
Essas qualidades, as escolas públicas não conseguem atingir, por isso é que o Governo deve ser um grande parceiro das escolas de administração privada. Para tanto tem que estar junto, realizando visitações frequentes e orientações, quando necessárias, de forma a tornar a educação o segmento mais bem estruturado da sociedade.
Que ressurjam as DEMEC, representações do MEC em cada estado, pois só assim poderemos formar o verdadeiro espírito acadêmico nas escolas superiores brasileiras! Basta de influências dos grandes capitais na educação do Brasil. Aluno não é mercadoria e o saber não é apenas informação para a memória.
A criação tão útil, nos dias de hoje e no futuro, só terá lugar quando existir o corpo a corpo do educador/educando. Finalmente, o financiamento da educação deve revestir-se de características que não sejam as que contemplam as indústrias, o comércio e outras prestações de serviços; pois os ganhos do ensinar e do saber demandam um tempo maior para efetivação dos lucros. Lucros esses que, simplesmente, beneficiam o Estado e a humanidade, não apenas a família dos que vivem a explorar a ignorância do povo.
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