Acontece, no entanto, que os episódios, em cada região do planeta, guardam certas características próprias da evolução ou ocorrência social do lugar. Quando se trata de descobertas ou acontecimentos científicos é de bom alvitre o saber distribuído por toda a humanidade. No entanto, importar o “modus vivendus” de um povo já necessita de uma justificativa maior.
Por exemplo, para aceitar um casamento homossexual é necessário que o povo entenda as diferenças entre as pessoas e já tenha construído em seu cérebro esse entendimento. Caso isso não tenha ocorrido, ainda, simplesmente o fato se torna chocante e, a partir daí, surge uma série de comentários desabonadores e desastrados. O casamento, na concepção atual, de determinados países, é um pacto de convivência e não de entrega sexual ou constituição de família, se não dois idosos não poderiam se casar.
Importar objetos ou ações incompatíveis com o clima e/ou os costumes do lugar causará prejuízos ou desconforto a médio ou longo prazo. Espelhar-se na internet para agir com seus pares de forma igual, no mínimo, é não ter consciência de suas reais relações. Enfim, colher da web, a qualquer título, novidades sem a prévia censura é inchar, e não, crescer.
O livro cobiçado desperta o construir em cada página, que amadurece o leitor para cada nova idéia. No final, há um crescimento real do leitor que pode acompanhar cada dizer de seu companheiro insólito. Já o conhecer virtual toma você de surpresa e transfere, como num “download”, uma informação que pouco é absorvida e que, simplesmente, acumula-se a tantas outras que não disseram para que vieram.
Hoje, no Brasil, muitos grupos estrangeiros têm comprado universidades e IES (Instituições de Ensino Superior) brasileiras ou se tornado sócios majoritários delas. E o Governo tem tido interesse nessas compras e fusões dessas casas de ensino superior.
Primeiro, porque os investimentos vultosos tornam essas faculdades bastante aparelhadas em equipamentos e instalações. Segundo, porque é uma forma de eximir o Estado da concessão de programas inclusivos e cessão de incentivos fiscais e imunidades tributárias.
Por outro lado, as pequenas escolas são aviltadas com a concorrência dos grandes grupos que têm a capacidade de atender às demandas do Ministério de Educação, cada vez maiores, como se todas as cidades brasileiras tivessem a mesma cultura e o mesmo poder aquisitivo. Os grandes grupos não estão interessados na educação de comunidades menores nem mais carentes.
As consequências, pouco analisadas, dessas importações culturais serão terríveis. A adoção de metodologia e busca por resultados fora da realidade brasileira deixará lacunas intransponíveis. As criações do novo, compatíveis com as necessidades nacionais, serão rechaçadas em prol das necessidades mundiais, e ainda mais, dos países ricos.
Eis o grave problema da importação dos saberes de forma inconsequente. Infelizmente pouco se tem atentado para isso e o que vemos para os próximos 10 anos é a educação de um país, de dimensões continentais, na mão de apenas 16 grandes grupos, como anteveem as análises das pesquisas atuais nesse sentido.
Dr. Wilson:
ResponderExcluirCom o estimulo ao consumo e à competição desenfreada, a economia capitalista, dinâmica e tecnologicamente inovadora, colabora para reforçar a cultura do individualismo e o isolamento. Dessa forma, favorece à formação de uma sociedade egocêntrica, com uma frágil conexão entre seus membros, na qual as pessoas buscam satisfazer apenas suas ambições, necessidades e impulsos. Contudo, a educação padronizada é mais um crime cometido à sociedade brasileira, como, por exemplo o processo autoritário da colonização.
abraço
o que esta imagem que tem haver com a globalização?
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