AS MAIS LIDAS DA SEMANA

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A IMPORTAÇÃO DOS SABERES DE FORMA INCONSEQUENTE

A grande maioria das pessoas entende que a globalização é uma necessidade premente nos dias de hoje. Estar antenado com o que acontece no mundo e partilhar das novas demandas são atitudes que sempre acompanharam o pensamento da sociedade moderna, independentemente de sua cultura. É a vaidade de concorrer com o que está na crista da onda no mundo inteiro, que causa essa necessidade do descobrir para cobiçar as coisas alheias.
Acontece, no entanto, que os episódios, em cada região do planeta, guardam certas características próprias da evolução ou ocorrência social do lugar. Quando se trata de descobertas ou acontecimentos científicos é de bom alvitre o saber distribuído por toda a humanidade. No entanto, importar o “modus vivendus” de um povo já necessita de uma justificativa maior.
Por exemplo, para aceitar um casamento homossexual é necessário que o povo entenda as diferenças entre as pessoas e já tenha construído em seu cérebro esse entendimento. Caso isso não tenha ocorrido, ainda, simplesmente o fato se torna chocante e, a partir daí, surge uma série de comentários desabonadores e desastrados. O casamento, na concepção atual, de determinados países, é um pacto de convivência e não de entrega sexual ou constituição de família, se não dois idosos não poderiam se casar.
Importar objetos ou ações incompatíveis com o clima e/ou os costumes do lugar causará prejuízos ou desconforto a médio ou longo prazo. Espelhar-se na internet para agir com seus pares de forma igual, no mínimo, é não ter consciência de suas reais relações. Enfim, colher da web, a qualquer título, novidades sem a prévia censura é inchar, e não, crescer.
O livro cobiçado desperta o construir em cada página, que amadurece o leitor para cada nova idéia. No final, há um crescimento real do leitor que pode acompanhar cada dizer de seu companheiro insólito. Já o conhecer virtual toma você de surpresa e transfere, como num “download”, uma informação que pouco é absorvida e que, simplesmente, acumula-se a tantas outras que não disseram para que vieram.
Hoje, no Brasil, muitos grupos estrangeiros têm comprado universidades e IES (Instituições de Ensino Superior) brasileiras ou se tornado sócios majoritários delas. E o Governo tem tido interesse nessas compras e fusões dessas casas de ensino superior.
Primeiro, porque os investimentos vultosos tornam essas faculdades bastante aparelhadas em equipamentos e instalações. Segundo, porque é uma forma de eximir o Estado da concessão de programas inclusivos e cessão de incentivos fiscais e imunidades tributárias.
Por outro lado, as pequenas escolas são aviltadas com a concorrência dos grandes grupos que têm a capacidade de atender às demandas do Ministério de Educação, cada vez maiores, como se todas as cidades brasileiras tivessem a mesma cultura e o mesmo poder aquisitivo. Os grandes grupos não estão interessados na educação de comunidades menores nem mais carentes.
As consequências, pouco analisadas, dessas importações culturais serão terríveis. A adoção de metodologia e busca por resultados fora da realidade brasileira deixará lacunas intransponíveis. As criações do novo, compatíveis com as necessidades nacionais, serão rechaçadas em prol das necessidades mundiais, e ainda mais, dos países ricos.
Eis o grave problema da importação dos saberes de forma inconsequente. Infelizmente pouco se tem atentado para isso e o que vemos para os próximos 10 anos é a educação de um país, de dimensões continentais, na mão de apenas 16 grandes grupos, como anteveem as análises das pesquisas atuais nesse sentido.

2 comentários:

  1. Dr. Wilson:
    Com o estimulo ao consumo e à competição desenfreada, a economia capitalista, dinâmica e tecnologicamente inovadora, colabora para reforçar a cultura do individualismo e o isolamento. Dessa forma, favorece à formação de uma sociedade egocêntrica, com uma frágil conexão entre seus membros, na qual as pessoas buscam satisfazer apenas suas ambições, necessidades e impulsos. Contudo, a educação padronizada é mais um crime cometido à sociedade brasileira, como, por exemplo o processo autoritário da colonização.
    abraço

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  2. o que esta imagem que tem haver com a globalização?

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