sábado, 30 de maio de 2015
LAR: AEROPORTO INTERNACIONAL DO RECIFE
A criatividade humana não pode
deixar de ser elogiada. A Avenida Recife é palco de uma grande criatividade das
classes menos favorecidas. A crise da casa própria tem sido decantada por todos
os políticos que buscam soluções jamais acontecidas a contento pelos desvios de
verbas, assim como alteração de programas criados para esse fim. O FGTS, por
exemplo, que aplicava seus depósitos na construção civil e, em consequência, dava
uma correção anual maior que a inflação para os seus credenciados, hoje recebe
apenas uma renda como se fosse uma poupança manipulada pelo Governo.
A grande solução para os sem teto
foi fazer aberturas no muro limite do Aeroporto
Internacional de Recife com a Avenida Recife e, do lado interno ao limite,
construir o seu barraco. Este comentário aqui presente faz parte de minha
observação ao passar por aquela avenida e ver pessoas conversando, outras
fumando e, ainda, outras
simplesmente sentadas no batente que deve dar entrada ao seu lar. Pude observar, pela porta aberta, que o espaço disponível é bastante restrito para a maioria dos
tetos improvisados. As aberturas também são fechadas das mais diversas formas:
porta de madeira, zincos, taliscas de madeira, etc. Se o conforto é pequeno, por volta das 18h30 os habitantes
desse “condomínio” vivem felizes a apreciar a avenida e esperar o movimento
fenecer para o descanso noturno.
O Aeroporto Internacional
do Recife não é tão movimentado durante a noite, no entanto, de forma esporádica,
chegam voos durante toda a madrugada. Esses locais que ladeiam a pista de
aterrissagem e decolagem dos aviões devem ser atormentados com ruídos
fortíssimos durante boa parte da noite. A consequência dessa agressão às
orelhas dos favelados é a surdez em pouco tempo e consequente sequela física
que cairá certamente na responsabilidade do Governo que terá que aumentar as
suas despesas com a saúde pública. É bom que o governo veja por essa população, melhorando o isolamento de seus
barracos, muros e telhados, evitando a surdez ou a relocação desse povo que, com sua imaginação criativa, construiu sua “casa”, mas esqueceu de proteger-se de
grandes inimigos: o ruído e uma consequente surdez.
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