segunda-feira, 2 de maio de 2016
POR QUE OS REMÉDIOS VENCEM?
Atribui-se à má gestão do controle dos estoques dos
medicamentos os milhões de reais que vão para o lixo, por conta de drogas e
descartáveis vencidos. Esse fato é cíclico como se esperasse o vencimento de
lotes que são comprados periodicamente por todos os governos brasileiros. A
culpa é jogada em quem faz a guarda desses estoques e papo final. Ora, quem
cuida do estoque faz a guarda dos medicamentos até que seja requisitado pelos
órgãos do poder público, que administram a distribuição desse contingente de
remédios, de conformidade com a sua solicitação. Quando a solicitação não é
feita, o estoque permanece sem movimento e vários medicamentos vencem. De quem
será a culpa desses prejuízos então?
A
movimentação na distribuição dos insumos hospitalares já deve ser por demais
conhecida pelos que fazem esse controle nacional. E por que os medicamentos
vencem? Ora, se os compradores desses remédios compram em excesso, é natural
que os estoques não se esgotem dentro do tempo da validade. O grande interesse
dos grupos que fazem essas compras é receber benefícios dos fabricantes das
drogas; dessa forma, então, quanto mais, melhor! Certamente, não estão inclusos
nessas compras remédios caros como Citrato de sildenafila (Revatio), hipotensores
arteriais, drogas para diabetes e para AIDS, por exemplo, que vivem em falta,
prejudicando tremendamente seus usuários, que por vezes morrem por falta de
medicamentos. Certamente, a comissão, paga pelos laboratórios que os fabricam,
não é tão boa como a de outras espécies de remédios e descartáveis que são
jogados no lixo aos milhões.
Mais
uma vez, é de envergonhar a forma como a administração pública cuida dos
fazeres da saúde, mola mestra, junto com a educação, da produção dos cidadãos
brasileiros e de qualquer país. Hoje em dia, é preciso se ter muito cuidado ao se
julgar as notícias recebidas pelas mídias, que, por falta de vontade de
aprofundar o diálogo sobre as ocorrências, nos jogam fatos como esse citado,
como se os prejuízos fossem causados simplesmente por um lapso ou uma irresponsabilidade
de uma pessoa e não estrutural como o é, fiquem certos.
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