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terça-feira, 22 de setembro de 2009

MAIS UMA VEZ OS GENS CONSEQUENTES

Observamos que o fato descoberto por cientistas, sobre as mudanças dos genes constituintes dos seres vivos, de conformidade com as alterações no fenótipo, tem como resultado uma série de consequências antes pouco observadas ou sem explicação.
Já comentamos em artigos anteriores, a diferença crescente entre gêmeos univitelinos quando educados em culturas diferentes, a herança imposta na falta de dilatação na maioria dos partos e consequente cesárea. Agora surgem outras conseqüências possíveis dessa grande descoberta.

Quando se adota uma criança a partir de valores coerentes com a adoção e não simplesmente por vaidade, pode-se observar que no desenvolver da relação pais e filho mudanças genéticas começam a favorecer o menor de modo que seu fenótipo assemelha-se aos responsáveis como se uma origem legítima ele tivesse. O carinho, os limites e todo o necessário a formação cidadã, sem estigmas, dados pelos mantenedores, enriquecem aquele ser de forma mágica, tornando-o a imagem e semelhança dos seus pais adotivos.
Essa transferência depende da permissão do educando. É por isso que lembramos mais uma vez: é muito importante o querer adotar contemplando todas as necessidades do adotado e do adotando. No decorrer dos anos a semelhança, inclusive física, com os pais será inimaginável. Enfim a adoção deve ser verdadeira.
É interessante lembrar que essas novas características do fenótipo adquiriram raízes no genótipo e amanhã as novas gerações, dos adotados, podem vir a ter peculiaridades de seus avós adotivos. Nunca se pensa nisso! São as vivências mudando a vida.
Nesse exemplo está bem claro o nível da descoberta científica que diz estar o ser humano mudando seu comportamento e forma de ser durante a vida, alterando os seus genes. Não é uma adaptação circunstancial – lugar, cultura – mas sim, genética, leva às descendências.
Outro aspecto semelhante é a domesticação de animais selvagens. Aí vão dois aspectos: torná-lo domesticado e torná-lo doméstico. Tornar um animal domesticado é aproveitar sua pouca inteligência e construir atitudes que o torne dócil para a convivência entre os humanos.
O leão, de circo, o elefante e outros animais têm sido domesticados, mas não se tornaram domésticos, por quê? Na verdade não vivem parindo em cativeiro e os filhotes não são acompanhados por especialistas como os pais; e quando acontece isso, é em número pequeníssimo, não salvando a espécie como doméstico.
Por sua vez o animal doméstico foi domesticado geração após geração com a convivência de sua família e dos humanos. É bem diferente ser domesticado ou ser doméstico. Neste último já existem as alterações genéticas desde o nascimento, ou seja, essas alterações já pertencem ao genótipo.
Enfim, lembramos que sendo o homem o animal mais inteligente, em suas mãos está o destino da natureza. Preservar as formas de ser dos animais, vegetais e dos outros reinos do mundo, significa manter a diversidade que inova e faz bem ao equilíbrio deste magnífico complexo que é o Universo. O nosso planeta, dentro dele, deve ser visto como a nossa comunidade menor, onde não desejamos enchentes, secas e menos ainda o colapso do nosso entorno, pois isto nos levaria ao pouco viver e com baixa qualidade.
Finalmente queremos colocar que as alterações genéticas vindas das ingerências do homem na própria natureza podem quebrar a diversidade tão rica do nosso planeta.

Um comentário:

  1. Oi, Wilson.
    Eu espero ter entendido bem o que você quis dizer nesse artigo, mas, ao terminar a leitura não pude deixar de me lembrar de três momentos que presenciei e que se referem a essas questões.
    O primeiro - Uma vez, conversando com um grupo de amigas e colegas, todas delegadas, pude compreender a visão delas a respeito da adoção de uma criança. É interessante porque, já que trabalharam nas delegacias ligadas ao menor vítma e menor infrator, elas desenvolveram uma opinião totalmente desfavorável ao ato de adotar uma criança. Elas acham que a carga de rejeição (desde o útero materno) de uma criança abandonada é tão forte que nem uma educação correta e amorosa pode reverter. É importante como o dia-a-dia pode influenciar tanto um conceito ou maneira de pensar e agir das pessoas. No caso das minhas colegas delegadas, convivendo com tantas famílias, menores com problemas e questões sem solução, o pensamento é que essa modificação proveniente da educação é quase impossível.
    O segundo - O exemplo dos gêmeos univitelinos é sempre interessante e intrigante pra nós. Tenho uma grande amiga que é mãe de duas meninas, gêmeas univitelinas. O interessante é que a diferença entre as duas é muito clara, já levando em consideração o momento do parto para cada uma. A primeira a sair estava em situação privilegiada, era mais gordinha e estava por cima da outra. Hoje, ainda criança pequena, ela é uma tranquilidade, mais calma, mas desligada, mas "zen" do que a irmã. A segunda parece que sempre teve que lutar mais pela vida. Era mais magrinha, como se o alimento chegasse sempre depois. A atitude dessa segunda criança hoje é totalmente diferente da irmã. É como se ela sempre tivesse a sensação e o estresse de lutar muito mais por tudo na vida, desde a barriga da mãe. Ela é mais nervosa, mais estressada, mais tensa, com temperamento mais delicado. Elas são muito pequenas ainda (6 anos), mas será que a educação pode modificar essas características que, podem ter vindo da vida delas no útero da mãe?
    O terceiro - É engraçado você falar que a criança adotada vai ficando "parecida" com os pais, como se fosse um filho de verdade. Eu já cheguei a falar para uma colega que a filhinha dela era muito parecida fisicamente com o avô. Porém, depois eu me lembrei que sabia que a minha colega era adotada e que o pai dela não era o avô de verdade da menininha. Porém a neta era "a cara" do avô. Lendo o que você escreveu, eu fico pensando: por quê vemos tantos casais que adotam crianças totalmente diferentes deles? Sei que o detalhe do aspecto físico não é o mais importante, mas não seria mais verdadeiro se a criança adotada fosse mais parecida com os pais? Eu costumo dizer para meus amigos que, se fosse adotar um bebê, iria procurar a criança mais parecida comigo possível. Talvez isso fizesse com que eu me sentisse ainda mais ligada àquela criatura. Não posso negar que, ao entrar em um orfanato qualquer, eu iria procurar uma criancinha que fosse bem parecida comigo, com o meu tipo de pele, cabelo, olhos. Talvez esse primeiro momento da identificação visual fosse um grande empurrão para a continuidade do processo da convivência, transformando a criança em um filho de verdade, em todos os sentidos. Será que estou falando alguma coisa horrível? Bem, a questão é muito polêmica e sei que a intensão, o carinho, a educação e o amor indiscriminado são muito mais importantes.

    Obrigada por compartilhas as suas idéias e fazer a gente pensar sempre. Eu adoro pensar.

    Beijos,
    Rena

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